Qualquer dia normal em Rivendell

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Celebrian não soube o que dizer.

— Vá agora para o seu quarto! — Disse Galadriel irritada.

A elfa assentiu e seu olhar encontrou os olhos profundos e cinzentos de Elrond, o meio elfo, antes de finalmente deixar a biblioteca. Ele ainda ficou algum tempo olhando para a porta, ignorando o olhar inquisidor de sua amiga, então apenas falou após alguns instantes:

— Você não precisa brigar com ela por causa disso. A culpa foi totalmente minha.

A loira suspirou.

— Por que não me disse antes? — Ele a olhou confuso, finalmente tirando os olhos da porta. — Por que não me disse que está apaixonado por minha filha, Elrond?

O elfo abriu a boca para contestar, mas pensou ser uma péssima idéia. De qualquer forma, Galadriel sabia tudo o que se passava na mente de qualquer pessoa, e lhe surpreendia a idéia de ter disfarçado tão bem aquele sentimento até agora. Na verdade, ele estranhou a ideia de início. Celebrían era filha de sua melhor amiga, e como Galadriel bem pontuou, tinha idade para ser sua filha - não que isso signifique alguma coisa para os elfos -. Mas com sua estadia em Imladris era quase impossível manter-se distante dela e toda vez que precisava ir à biblioteca, ou aos estábulos, ou ao rio, ele a encontrava. Começou a cogitar a ideia de estar sendo seguido, mas aquilo não o preocupou. Na verdade, gostava da companhia de Celebrían e os dois passavam horas e horas conversando sobre os assuntos mais triviais. Com pouco mais de um ano, a jovem senhora de Lórien finalmente lhe disse sobre como se sentia a respeito dele, e alegrou-o saber que seu amor por ela era correspondido.

— Eu não soube como contar.

Galadriel tinha novamente um brilho furioso nos olhos.

— Está brincando?!

— Claro que não! Por que eu brincaria com isso? Ela é sua filha!

— Exatamente! E ao invés de me contar o que está havendo, vocês dois resolvem se trancar na biblioteca e ficar… Ahn… Eu não vou nem dizer o que passou pela minha cabeça.

— Céus! Galadriel, eu não sou desse jeito e você sabe. — Ele ficou incomodado com a insinuação.

— Eu sei…—  Ela suspirou, e a calmaria voltou ao seu rosto ao confirmar isso. — Bem, eu precisava ouvi-lo dizer isso. Eu me preocupo com vocês dois. Acho que… Não estava preparada para isso.

— Me perdoe. Eu deveria ter lhe dito.

— Celebrían deveria ter me dito. — Disse irritada.

— Sim. Bem… Ela não sabia como você iria reagir. Por favor, não brigue com ela. — Ele a olhou com um olhar suplicante. O mesmo que lhe lançava quando criança.

— Eu não vou. — Prometeu Galadriel. — Mas não posso fazer promessas por Celeborn. Ele é muito ciumento com ela. — Riu. — Você que lute.

Um sorriso involuntário surgiu nos lábios do meio elfo e Galadriel se sentiu particularmente feliz em vê-lo alegrar-se daquela forma.

— Eu acho que vale a pena lutar, se for por ela.

— Céus! Você está mesmo apaixonado. — Ela riu. — E aquilo tudo que você dizia quando criança sobre nunca querer se casar?

Elrond franziu o cenho.

— Ah, claro! Quando eu tinha doze anos?! — Galadriel balançou a cabeça ainda rindo. Estava feliz por ele. E por sua filha. — Isso conta?

— Claro que não! Eu estava brincando.

— Ah… — Elrond soltou a respiração.

— Você tem minha benção, Elrond. — Disse ela finalmente. — Você é sincero e eu vejo o quanto a ama. Ao menos agora eu vejo.

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⏰ Última atualização: Nov 10, 2023 ⏰

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