Terceiro ato: Consentimento

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Uma semana havia se passado sem que proferisse mais do que quatro frases para seus anfitriões.

Já tinha força nos dedos para se alimentar sozinha, a garganta não doía tanto ao falar.

Um conjunto de roupas a esperava nas grades da cama ao acordar, sabia que eram deixadas por aquela senhora pela maciez do tecido e o cheiro adocicado.

Podiam até não conversar contanto que continuasse enchendo suas tigelas de água e comida.

Afinal, não eram inimigos nem aliados.

Por quê?

As vezes perguntava baixinho para o teto.

Sentir-se como?

Ser carregada por Ziza quando precisava ir ao banheiro era humilhante.

Cansava esperar a boa vontade dos outros para saciar sua sede.

Passava horas forçando cada centímetro entre ossos e tendões a seguir suas vontades.

O quarto escuro, suas paredes manchadas e todas as coisas dentro daquele pequeno quadrado tornaram-se seu lar?

O quarto escuro, suas paredes manchadas e todas as coisas dentro daquele pequeno quadrado tornaram-se seu lar?

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      Ele evitava olhar para a cama naquele cômodo ao passar em frente.

Esquivava-se do olhar vazio perseguindo-o como uma criança atrás dos pais. Não entendia o porquê de tal reação.

Sua mãe não questionava alguns comportamentos, nem o porquê estava menos cauteloso com seus furtos. Qualquer coisa que lhe cativasse o olhar parava em algum canto da casa que não era tão grande para tantas peças.

Joshua apenas o ignorava.

Os navios desembarcaram no porto poucos dias depois da partida dos convidados do Sul, apenas três carregavam as cargas para os comerciantes após a inspeção dos guardas.

Uma vez por semana o mutirão da barganha superlotava ruas e vielas, visto que as Liras não eram a única maneira de aquisição.

Enquanto os camponeses preparavam suas ofertas, Kaleb transcrevia as severas sanções estabelecidas pelo soberano do Sul. Seu braço direito debochava das exigências ousadas declaradas por Henor apesar de aceitarem

Lieze era devoto ao combate tanto quanto ao seu Duque, mas tinha dificuldades em ceder a Diplomacia, além do humor desagradável e instável.

         — Se aquele homem estivesse se movendo não estaria entediado. — Declarou o Duque ao notar as rodinhas tortas na cadeira em que ele estava

         — Não ouso negar. — Os olhos acinzentados fixaram-se no globo transparente sob a mesa. — Nada aconteceu desde aquele dia. — As mãos formigavam no apoio da cadeira, os papéis que Kaleb folheava pareciam exaustivos a vista.

Nuvens aglomeravam-se no céu nublado de Ciméria. O general do norte atirava facas contra o alvo na parede adornada de pedras brilhantes, acertando com um único movimento.

Depois Daquele DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora