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Capítulo 3: Hospício

— Hoje é o dia da sua alta — a médica conferiu no prontuário, categoricamente. — Você se saiu bem em seus trezentos e sessenta e sete dias de tratamento. Aqui estão as receitas dos medicamentos, você tem que continuar tomando seguindo os horários estipulados e também deve frequentar as sessões de terapia. Preste atenção nos antipsicóticos e antidepressivos, são os principais.

Jongho não esboçou qualquer reação. Para ele os dias correram devagar e todos eram uns iguais aos outros, sem existir possibilidade de discernimento. O fato é que foram longos dias.

Precisamente um ano e dois dias desde o dia em que o colocaram ali dentro e o isolaram do restante do mundo.

E isso foi bom.

— Quero minhas roupas e uma 380, doutora Kang — Jongho sorriu ironicamente e se levantou de seu leito, olhando ao redor, observando o local onde ele passou todos aqueles infinitos dias. — Agora.

Dando risada, a mulher sacudiu a cabeça como se achasse a personalidade de Jongho intocável e hilária.

— Suas roupas vão ser entregues, mas não posso te dar uma arma. Espero que você entenda a minha ética médica.

Aquela era a primeira psiquiatra que Jongho não quis matar.

Quando estava vestido em suas roupas e com uma pequena mala feita prontamente em sua frente, a psiquiatra Kang fez menção de dizer algo:

— A clínica entrou em contato com o senhor Jeong Yunho, para notificá-lo sobre a sua dispensa. Você deve esperá-lo, por favor.

— Doutora — Jongho começou, ocupado ajustando o seu casaco ao corpo. — Eu tenho assuntos com atraso de um ano para resolver. Acha mesmo que eu tenho tempo de esperar aquele filho da puta?

Então, sem permissão, ele a ultrapassou sem hesitação. Por um instante, o único som no corredor era o das rodas de sua mala sendo puxada, porém, logo o ruído foi interposto pela chegada de quatro seguranças que montaram uma muralha em sua frente, a fim de impedi-lo de ir embora sem companhia, conforme as regras.

Ele estava em um hospital psiquiátrico por conta de um quadro severo relacionado ao seu estado mental, evidentemente não era visto como hábil o suficiente para responder por si mesmo.

Com uma feição feroz, mirou os seguranças e em seguida, a psiquiatra, que estava aguardando que ele retornasse para o seu leito e aguardasse.

Com um longo suspiro, Jongho abandonou o pegador de sua mala de rodinha.

— Já faz bastante tempo — ele comentou consigo mesmo, não estranhando o quanto tudo era difícil em sua vida. — Eu vou usá-los para aquecer, doutora Kang... Estou enferrujado, mas, eu dou conta. É — riu, sacudindo a cabeça. — Eu disse que queria ir embora.

Para Jongho, não havia discernimento de ameaça. Todos eram relativamente os seus inimigos.

Assim que terminou uma curta reflexão, segurou o pegador da mala novamente e sem hesitar, erguendo e rodou em direção a um dos seguranças, acertando na cabeça de um sujeito enquanto chutava o estômago de outro. Ele não tinha certeza se ainda era bom de briga, porém se lembrava perfeitamente do sentimento tórrido que atravessava o seu peito sempre que estava trocando golpes com alguém.

Amava quando manchava os seus punhos com o carmesim quente do sangue de seus inimigos.

Era insano o fato de que Jongho estava em plena forma para derrubar um por um dos homens que foram mandados para contê-lo. Assim que terminou, ele sorriu com a sua fileira de dentes brancos manchadas de vermelho devido a um soco que recebeu no maxilar, criando uma ferida interna. Ele estava feliz e sentindo-se cheio de vida, pronto para bater em mais mil.

CA$HOUT | MAFIA ATEEZ | TEMP FINALOnde histórias criam vida. Descubra agora