01 | machucados

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Soltava suspiros de dor enquanto massageava meus dedos após retirar a sapatilha, o meu pé estava vermelho e inchado pelo tempo excessivo que fiquei ensaiando para a próxima dança que nem pude ver o tempo passar

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Soltava suspiros de dor enquanto massageava meus dedos após retirar a sapatilha, o meu pé estava vermelho e inchado pelo tempo excessivo que fiquei ensaiando para a próxima dança que nem pude ver o tempo passar. Agora era tarde da noite e a academia de balé ainda estava aberta, eu teria que fechar hoje, como quase todas as noites que ficava aqui dançando.

Meu pai pagava um preço mais alto pela mensalidade da academia para que eu pudesse passar mais tempo ensaiando. Balé é como se fosse minha âncora, dançar me fazia bem e tirava qualquer tristeza e ansiedade no meu peito porque sempre achava uma forma de depositar meus sentimentos na dança, o que fez eu me destacar entre outras bailarinas da minha idade.

Eu estava me levantando do chão frio, tentando andar normalmente sem que machuque ainda mais meus pés, até escutar um barulho baixo vindo do lado de fora da sala e então um silêncio novamente. Eu levantei uma sobrancelha, o medo se apossando do meu corpo a cada passo que dava até a direção do barulho. Não deveria ter ninguém aqui a essa hora.

Logo entrei no corredor escuro onde era possível ter uma iluminação baixa pela luz da lua, e olhei entre as salas até achar uma delas aberta. Meu coração poderia ser ouvido desse corredor se tivesse alguém comigo, a cada batida rápida meu peito subia e descia descontroladamente. Eu passei a mão pela parede próxima da sala, tentando enxergar algo lá de dentro e ver se tinha alguém lá.

Mas não enxergava nada.

Me coloquei em frente a porta e foi naquele momento que me atirei para trás com um susto após ver um homem de terno sentado em uma mesa. Aquilo não era uma sala, era um escritório e o homem que estava sentado do outro lado agora me encarava com semblante sério e rígido, enquanto deixava os papéis na sua mão de lado.

Não era a merda de um homem qualquer, era Travis Bernardi, ele era o dono dessa academia e de tudo ao redor. Eu estremeci, sentindo minhas pernas falharam pela tontura que acabei de ter.

— o que está fazendo aqui? — sua voz séria questionou.

— desculpe... Sr. Bernardi, eu estava treinando e nem vi o senhor chegar — eu apontei para a sala que ficava no final do corredor e então o mesmo suspirou, se erguendo da mesa.

Eu observei o seu corpo alto e musculoso, o bíceps se elevava entre o seu terno e sua altura parecia anormal. Ele era enorme, e quando se parou em minha frente parecia ter triplicado. Seu maxilar era definido, sua boca carnuda e hidratada e seus olhos escuros feito o céu a noite me observavam com cautela. Ele não parecia estar muito feliz.

— e porque está aqui tão tarde? — sua voz agora era calma e rouca e senti os pelos do meu pescoço se arrepiarem.

— meu pai paga uma mensalidade maior para que eu possa treinar aqui a noite.

Blood in your eyesOnde histórias criam vida. Descubra agora