Fora dos olhos dos homens,
Corre pelos caminhos eternos,
Caminhos primários,
Os mundos.
Infinitos e invisíveis, verdadeiros.
Poucos são os homens que consegue ver três, dois ou apenas um deles.
Alguns nunca conseguem sair quando entram num deles.
Se tornam sonâmbulos.
Nos é permitido, as vezes, vermos pelas brechas partes destes mundos.
Em rápidos momentos,
Confusos e perturbadores.
Normalmente através dos sonhos.
O sono se torna o convite dos deuses antigos,
Piada dos anjos,
Laço dos demônios.
Portal da eternidade espelhada,
Reflexo do outro si mesmo oculto que habita dentro de cada um.
Correm mundos numa odisseia cíclica,
Dentro de um grande labirinto inexorável em trevas e luzes,
Som e silêncio,
Medo e bravura.
Medo...
Os deuses temem serem vistos,
Serem descobertos em seus mundos.
Assim como os reis e seus nobres temem cair no mundo cruel dos escravos.
Os escravos também temem subir para o mundo altivo dos reis.
Os que se arriscam, apostam algo maior que suas vidas,
Apostam, cada um, sua história.
O mundo dos homens teme cair no mundo do sono,
O mundo do sono teme cair no mundo do sonho,
O mundo do sonho se apavora cair no mundo do pesadelo.
Mas o mundo que todos temem encontrar...
Seja reis e escravos,
Anjos e demônios,
Deuses e homens,
Mundos e mundos,
É o mundo desconhecido,
Invisível,
Perdido,
Inflexível...
O mais cruel dos mundos,
O mundo da Realidade e Verdade.
Escrito em 17/04/2022.