𝑨 𝒈𝒂𝒓𝒐𝒕𝒂 𝒅𝒐 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒄â𝒎𝒃𝒊𝒐

37- Bonbon

POV FREEN

A minha manhã com Becky foi maravilhosa, foi leve, tranquila, fazia um tempinho que não tínhamos momentos assim, claro que ela está sempre ao meu lado me dando atenção, mas hoje foi diferente, passear com ela e esquecer um pouco dos problemas, senti que dei um passo longo no meu processo de cura, entendi que ainda posso ser sim feliz, isso só depende da minha força de vontade.

[...]

Passou-se mais uma semana, eu já estava mais à vontade para ficar no apartamento sozinha, mesmo assim Becky me manda msg de 10 em 10 minutos, eu insistir para que ela não ficasse faltando na faculdade, é o seu último ano, não quero atrapalhar isso,por sorte conseguiu repor as aulas, ela saiu do programa de intercâmbio já que não mora mais na minha casa, escolheu terminar a faculdade aqui mesmo na Tailândia e está por contra própria agora. Não tivemos mais tantas notícias do Kirk, só que ele continua no hospital e que o julgamento foi ainda mais adiado por conta disso, Marcel disse que está avançando na empresa, os lucros estão se estabilizando e que não deixou de investigar os rombos anteriores.

Era de manhã e eu estava sozinha no apartamento quando a campainha tocou.

Abro a porta e me surpreendo com a visita, era o meu pai.

-Pai.. (Olho ele)

-Freen, será que.. podemos conversar? (Apenas confirmo com a cabeça e dou espaço para ele entrar)

-Depois de muita insistência sua mãe me disse o seu novo endereço..

-(Fecho a porta e sigo atrás dele fazendo sinal para que ele se sente) Ah.. não achei o que senhor viria me procurar..

-Tudo que aconteceu.. eu.. tive que tirar um tempo para digerir.

-Pai você..

-Desculpe demorar tanto tempo para acreditar em você filha.. eu.. estava cego (Sinto meus olhos molharem pela primeira vez na vida meu pai estava se abrindo um pouco comigo)

-Eu sempre me deixei levar sobre a imagem de uma família perfeita, o legado dos Sarocha, herdeiros, empresa, o meu pai me ensinou assim, eu queria isso pra você Freen e não percebi o que estava debaixo do meu nariz, eu não dei a mínima pros seus sentimentos assim como o meu pai não deu a mínima para os meus..

-Pai..(Ele me interrompe novamente)

-Deixa eu terminar por favor, enquanto tenho coragem... O meu dever como pai era garantir a sua felicidade e eu acabei sendo o motivo da sua maior tristeza (O meu pai estava emocionado?) Eu me lembro de quando você nasceu, minha primogênita, tão pequenininha, quando eu te peguei pela primeira vez nos braços, fiquei com medo de te quebrar (Ele sorri nostálgico) Ali eu jurei proteger você e eu falhei tanto...

Não pude evitar deixar algumas lágrimas caírem, apesar de tudo ele é o meu pai, nada vai mudar isso.

-Eu não fui capaz de fazer a sua mãe feliz, de fazer você e a Yuki felizes, eu sempre fui o empecilho, o que me conforta é saber que vocês são melhores que eu, eu não posso te pedi perdão Freen, eu cortei as suas asas e não tenho como colar elas, o que eu posso fazer é abrir a gaiola, te deixar livre..

-Pai o que senhor quer dizer com isso?

-Não sei se sua mãe comentou, mas estamos nos separando, ela pediu o divórcio pra mim, eu vou voltar para Londres..

-Você vai me abandonar de novo.

-Filha, eu não sou um bom pai...

-Sabe qual o problema? É que você nunca tentou... (Abaixo a cabeça)

-Ei.. (Ele pega nas minhas mãos me fazendo voltar a olhá-lo) Eu prefiro acompanhar a sua felicidade de longe, de onde eu não possa atrapalhar..

-(Libero todo o choro guardado) Pai tem outra maneira...