Capítulo 14

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"Lena", Kara chamou de seu quarto. Já passava da meia-noite e a casa estava às escuras. O único som era o tique-taque ritmado do relógio antigo no corredor. Kara não queria incomodar Lena. Ela aprendera a manusear a comadre durante a noite. Ela poderia deslizá-lo por baixo do traseiro e sair novamente sem derramar uma gota. Lena insistiu que não havia problema em chamar para ela pedindo ajuda, mas Kara queria recuperar um pouco de dignidade. Mas esta noite foi diferente. Ela não precisava da comadre. Não era isso que a estava incomodando. Era uma dor na perna, uma dor diferente de tudo que ela já havia sentido antes. Não era uma dor óssea. Isso ela aprendera a reconhecer. Era uma dor muscular, uma dor profunda e lancinante. Este era um cavalo charley do inferno e ela não podia fazer nada sobre isso. Se ela tivesse uma serra, cortaria de bom grado o gesso da perna, mesmo que isso significasse arrancar a perna com ela.

"Lena" ela gritou com os dentes cerrados, a dor ficando mais forte a cada segundo. Ela podia ouvir passos descendo as escadas.

"O que está errado?" Lena disse, freneticamente acendendo a luz e correndo para o lado dela. "O que aconteceu?" Ela olhou para o rosto de Kara, instantaneamente lendo a angústia em seus olhos.

"Minha perna", Kara fez uma careta, se contorcendo de dor. Ela se contorceu na cama e pegou o gesso na perna esquerda.

"Descreva a dor para mim, Kara" Lena exigiu enquanto ela foi para o pé da cama e segurou o gesso em suas mãos. Ela examinou os dedos dos pés de Kara e os agarrou para verificar a temperatura.

"Isso dói. Como um cavalo charley." Kara estremeceu, virando-se de lado para fugir dela.

"Só essa?" Lena perguntou, verificando os outros dedos.

Kara assentiu com a cabeça, os olhos bem fechados e os dentes cerrados.

"Doeu quando você foi para a cama?"

Kara balançou a cabeça violentamente.

"Apenas começou. Isso me acordou. Isso está me matando, Lena. Dói demais. Temos que tirar o gesso. Eu não aguento." Kara engasgou, agarrando o travesseiro atrás da cabeça enquanto as lágrimas rolavam pelo rosto e no travesseiro.

"É uma contração muscular, Kara. Uma cãibra." Lena abaixou a cama totalmente. Ela jogou o lençol de lado e sentou-se ao lado de Kara, puxando os ombros para cima em uma posição sentada. "Sente-se, Kara."

"Não posso. Não posso."

"Sim você pode. Vamos esticá-lo o máximo que pudermos. Vamos. Sente-se." Lena a ajudou a se levantar, posicionando-se atrás de Kara para se apoiar. Ela passou os braços em volta do peito de Kara e a abraçou. Ela podia sentir cada músculo do corpo de Kara tenso de dor. "Incline-se para a frente, Kara. Inclinar-se sobre. O mais longe que você puder ir."

Kara lutou contra o aperto de Lena, a dor controlando sua mente e seu corpo.

"Eu não posso" ela disse, segurando o lençol com ambas as mãos e enrijecendo. Ela gritou alto, grandes soluços a consumindo.

"Sim, você pode", Lena respondeu com uma voz suave. "Vou te ajudar. Precisamos alongar a parte de trás da sua coxa. Incline-se comigo, Kara. Incline-se" Lena disse, persuadindo-a para frente enquanto ela pressionava contra suas costas. "Agora para trás e para a frente novamente", disse ela de forma tranquilizadora. "Fácil. Para trás e para a frente." Ela continuou a balançar Kara para a frente, dobrando-a na cintura até sentir seu corpo começar a relaxar em seus braços. "É isso."

Com pressão lenta, mas constante, Lena continuou a dobrar Kara para a frente, alongando o tendão e trabalhando os músculos contraídos. Lena podia sentir o corpo de Kara pingando de suor através de sua camisa.

KARLENA - Galloping Wildly In Your CareOnde histórias criam vida. Descubra agora