No momento em que Kara recebeu alta do hospital e voltou para casa, ela tinha um fluxo quase constante de simpatizantes e amigos solidários parando em casa para abraçá-la e olhar para suas pernas sem vida. Lena ficou em segundo plano, ajudando onde podia, mas permitindo que Eliza e Jeremiah se preocupassem com ela. Kara havia mudado. Quer ela estivesse em choque ou ainda não tivesse aceitado a trágica percepção de que nunca mais sairia pela porta a caminho de um dia agitado no rancho, ela não era mais a mulher enérgica e robusta que Lena lembrava da primeira vez em que entrou em sua garagem e olhou para ela. Lena queria aquele Kara de volta. Não porque ela pudesse andar, mas porque ela se importava com as coisas. Ela se importava com a vida e com ela. Esta Kara estava taciturna e apática. Seus olhos haviam perdido o brilho e ela não sorria desde o dia em que caiu no chão da sala de exames.Lena não esperava que ela minimizasse sua situação, mas esperava que Kara lutasse pelo que podia fazer, em vez de chafurdar no que não podia fazer. Mas era difícil encontrar algum brilho em uma casa onde o assunto da conversa girava em torno das deficiências de Kara. Não cabia a Lena dizer a Eliza que Kara já ouvira pena suficiente. Ela precisava ouvir algo positivo. Lena entendeu que isso era difícil para Eliza e para Jeremiah. Eles estavam sofrendo assim como Kara. Eles também haviam perdido algo. Eles haviam perdido a parte de sua filha que sorria e ria e corria para conquistar o mundo. O que restava para eles protegerem era uma mulher quebrada. Demorou cinco dias até que a casa se acalmasse e voltasse ao normal. Jeremiah e Eliza planejaram uma viagem a Cheyenne para uma conferência de pecuaristas, mas ameaçaram cancelá-la, dizendo que Kara precisava mais deles. Kara insistiu que eles mantivessem suas reservas. Em termos inequívocos, ela exigiu que a deixassem em paz e continuassem a viagem. Suas palavras foram concisas, algo que eles presumiram ser apenas sua maneira de persuadi-los a ir. Mas Lena sabia melhor. Ela podia ver que Kara estava atingindo a massa crítica e estava prestes a implodir. Seus pais concordaram a contragosto e partiram para a viagem.
"Seu almoço está aqui na mesa" Lena disse, entrando na sala. "Você não quer? Fiz sanduíches de salada de frango, do jeito que você gosta."
"Não estou com fome", disse Kara, olhando distraidamente para a televisão.
"Posso colocar na geladeira e você pode comer mais tarde."
"Não estou com fome", ela repetiu.
"OK. Vou levar um sanduíche para Lexie. Eu a vi entrar no celeiro" Lena disse, vendo se mencionar seu nome chamaria a atenção de Kara para fora. Mas ela apenas assentiu. "Volto logo." Lena deixou sua mão acariciar o braço de Kara suavemente.
Lena embrulhou um sanduíche em um guardanapo e saiu.
"Lexie" Lena chamou no celeiro. "Você está aqui?"
"Aqui, Lena" ela respondeu, enrolando uma corda em um oito perfeito.
"Eu trouxe um lanche para você. Sanduíche de salada de frango. Oh, olhe" ela declarou alegremente. "Temos um novo bebê?" Ela espiou por cima da grade superior de uma baia.
"Sim, uma novilha bebê."
"Lexie, olhe para ela" Lena arrulhou para a pequena bezerra preta, equilibrando-se nas pernas bambas. "Ela não é fofa? Oh, eu esqueci." Lena riu. "Bezerros não são fofos. São dinheiro no banco." Ela sorriu para Lexie.
"Você aprende rápido." Lexie devolveu um meio sorriso.
Lena se agachou na cerca e enfiou um dedo para tocar o novo bebê.
"Como está Kara?" Lexie perguntou cautelosamente, um tom doloroso em sua pergunta.
"Por que você não entra e a vê?"

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KARLENA - Galloping Wildly In Your Care
FanfictionKara Danvers, sócia da fazenda de gado de seu pai no Texas, leva uma vida dedicada à sua paixão pela terra e pelos animais, evitando compromissos românticos sérios. No entanto, sua vida pacífica é abalada quando um fazendeiro idoso começa a causar p...