From The Subway Train

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From The Subway Train - Vansire

Transitory views
From the subway train
How strange
When life unfolds this way

– Jisung, Jisung, por favor, você está nos ouvindo? – Eu me sentia saindo do transe quando as palavras de Hyunjin chegaram até o meu reconhecimento.

Que história era aquela de que eu tinha aceitado uma conversa com a última pessoa que eu gostaria de ver?

Minho, aquele nome que me trazia péssimas lembranças.

Quem tinha combinado alguma coisa?

A última coisa que eu gostaria, era dialogar com aquele homem mal educado que invadiu minha noite de sono sem que eu nem o conhecesse, portanto, nada do que Felix dizia fazia sentido.

– Felix, que história de conversa é essa? Porque eu posso te garantir que a última coisa que eu vim fazer aqui, foi conversar com aquele cara. – Disse, já querendo me levantar, olhando para todas as direções possíveis que aquele felino pudesse me atacar.

– Ah, me desculpe. Na verdade, eu e o Hyunie tivemos a ideia de trazermos vocês dois aqui. Tenho certeza que basta uma conversa e vocês podem ser amigos. – Explicou, com uma expressão genuinamente sonhadora.

– Não, não! Não me diga que ele acha que temos um encontro e vai vir para o café, ou pior, que ele já está aqui, só esperando pelo momento do bote. – Exclamei.

Errr, Jisung, na verdade, o Minho trabalha aqui.

E foi nesse momento que eu levantei desesperado, fazendo com que pessoas ao redor olhassem em nossa direção.

Hyunjin me segurou, enquanto Felix fazia gestos pedindo que eu me acalmasse, dizendo:

– Calma, calma. Ele entra no turno das 19 horas, que é quando o segundo andar é usado. O horário de entrada dele é 18 horas. Eu até ia comentar que se você tivesse vindo para conversar, teria que esperar algumas horas.

– Pode ficar tranquilo, mas definitivamente não é isso. Eu nem fiquei sabendo dessa história. Aliás, existe a possibilidade daquele cara aparecer por aqui antes do expediente? Porque daí sim, você vai precisar me desculpar, mas eu me retiro ant-

– Não! – Eles disseram, em uníssono.

– Espere. O Minho deve ter uns quatro empregos. Ele sempre chega em cima do horário porque vem de outro que termina trinta minutos antes desse iniciar. Pode ficar tranquilo. – Disse Felix, com a expressão se tranquilizando.

– Verdade, o Changbin sempre comenta que 'pra ver ele, só em algumas raras festas, porque ninguém sabe onde ele mora, onde trabalha, se faz faculdade... – Comentou Hyunjin.

– Nem me fale. Eu estou há um mês trabalhando com ele e até hoje, só sei que ele se chama Minho. – Disse Felix, inabalável. – Meninos, vou voltar antes que me chamem a atenção. Fiquem a vontade e, quando quiserem pedir, basta me acenar.

Nos despedimos de Felix e começamos a olhar o cardápio.

Mesmo tendo ouvido que não existia a possibilidade de encontrar com o homem que havia me atacado, eu não deixava de encarar todos os cantos do café.

Felix havia escapado do meu sermão com a desculpa de estar trabalhando, mas meu querido amigo que estava parado na minha frente, fingindo que nada tinha acontecido, teria que esclarecer aquela ideia.

– Hwang Hyunjin? – Disse em tom ameaçador.

– Hanji, por favor, não me chame pelo nome completo. Isso me deixa todo arrepiado. – Me olhou com olhos de cachorro sem dono, querendo me convencer a não largar sua pobre alma sozinha no café.

– Senhor Hyunjin, de onde você tirou a ideia mirabolante de marcar um encontro entre mim e um homem que eu mal conheço, que só me provou ser um descontrolado?

– Hanji, eu detesto conflitos. O Minho aparece uma vez ou outra nas festas. Se já é difícil te levar sem que você tivesse sido atacado por ele, imagina agora?

– Hyunjin, uma coisa não tem nada a ver com a outra.

– Ah, é mesmo? – Perguntou em tom irônico. – Então quer dizer que se eu te chamar para uma festa e você ficar sabendo que o Minho vai, você não vai desistir da ideia?

– Claro que não. – Assim que ouviu a resposta, seus olhos brilharam. – Eu não vou considerar a ideia antes mesmo de saber das pessoas convidadas.

– Han Jisung. – Choramingou, dramático. – Isso não tem graça! Você precisa conhecer mais pessoas, pelo amor de Deus.

– Eu estou tranquilo como estou, não se preocupe. Mas nunca mais invente de marcar algo totalmente fora da minha zona de conforto. Aquele homem não merece meu perdão.

– Eu entendo, mas talvez se vocês conversassem...

– Não!

– Tudo bem... tudo no seu tempo. Eu tenho esperanças de que um dia seu coração vai amolecer. Precisa liberar esse rancor.

– Não sou rancoroso. – Respondi, fazendo com que ele risse. – Vamos pedir logo e começar nosso trabalho.

– Sim, senhor.

• • •

Após terminarmos nosso trabalho e juntarmos todas as migalhas do lanche, Hyunjin e eu nos despedimos de Felix e partimos em direção ao metrô para irmos à faculdade.

Escutava ele me contar sobre sua décima desilusão amorosa do mês e chutava uma pedrinha a cada promessa proferida de que da próxima vez seria diferente, quando paramos no último sinaleiro e seu celular começou a tocar.

Hyunjin atendeu apressadamente a ligação de Jeongin, que o informava dos planos para a próxima festa semanal, enquanto descíamos as escadarias da estação.

Ao descer apressadamente e tentar desviar de toda a multidão que lotava o subsolo no horário de pico das 18 horas, esbarrei num rapaz ao fazer a curva para as catracas, fazendo com que o cartaz que tinha passado horas em construção sofresse um leve amassado.

Puta que pariu, não é poss...

– Me desculpe, foi culpa minha, eu-

– Acontece, é que acabei de terminar e tenho que apresentar na primeira aula, então... – Interrompi.

VOCÊ? – O estranho exclamou, surpreso.

Até que eu resolvi olhar para cima e ter a infeliz surpresa.

A vida era irônica. Só podia ser.

Obviamente o responsável por mais um estrago tinha que ser aquele infeliz.

– Não, não é possível. Será que você pode me deixar em paz? – Respondi, completamente impaciente, chamando a atenção de Hyunjin.

– Hanji, o que... oh! O-oi, Minho! – Cumprimentou confuso.

– Oi, Hyunjin. Olha, me desculpe pelo seu trabalho, mas foi totalmente sem querer. Posso ajudar de alguma forma a-

– Não, você já fez mais do que o suficiente. Vamos, Hyunjin. – Puxei meu amigo pelo braço, enquanto ele tentava se despedir.

Eu não conseguia acreditar que, mais uma vez, aquele homem inoportuno se metia onde não era chamado e onde não deveria estar.

Se eu já estava impaciente antes, agora meu humor tinha terminado de azedar. 

Puxando Hyunjin para o primeiro metrô que surgiu, exclamei com todo o meu coração:

– Esse homem ainda vai pagar por cada mínimo detalhe. Isso não vai ficar assim.

This Side Of Paradise | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora