FASTER; Lando Norris.

um

"For what I've done, I start again
And whatever pain may come, today this ends
I'm forgiving what I've done"
What I've Done · Linkin Park

POV
⤥Isa

Desde que assinei o contrato com a Red Bull, passei mais tempo com Verstappen do que poderia imaginar para toda vida e poderia dizer, por experiência própria, que ele não era nenhum pouco como aparentava. Eu iria ser apresentada oficialmente hoje, por mais que os fãs e especuladores já imaginassem o que acontecia nos bastidores das férias.

Alguns minutos antes da coletiva, estávamos Max, Horner e eu sentados na sala de descanso quando percebi o holandês ficar tenso ao meu lado, já nos conhecíamos o bastante para saber que dali viria alguma bomba.

- O que foi, Verstappen? - Tirei minhas pernas de seu colo e me aproximei tentando ver seu celular, ele as colocou de volta acima das suas pernas e bloqueou a tela, escondendo-o.

- Nada. - Ele fora seco e tentava chamar a atenção de Horner com pigarreios falsos.

- Nossa, péssimo mentiroso. - Revirei os olhos e então peguei meu celular, no feed de meu Instagram, possivelmente aquilo que Max tentava esconder. Uma entrevista com um dos pilotos do grid, afirmando que em meio aos rumores de que no próximo ano, com a liberação de mulheres, já teríamos uma pilota entre os caras, ele dizia não ver ninguém a altura, que nenhuma mulher fora boa o suficiente para aquilo. Revirei os olhos e mostrei a tela para Verstappen que tinha no semblante o claro arrependimento e a vergonha alheia.

- Bom, eu gosto de provar que as pessoas estão erradas quando eu estou certa. - Engoli o nó em minha garganta que se formou pela raiva e me levantei num pulo observando a hora no relógio. - Vamos? - Olhei para ambos e só então Horner despertara de seu transe mental que o prendia ao celular.

Meus pais já estavam na sala de coletiva, acenando e sorrindo orgulhosos por mim, era nítido do background. O sorriso de meu pai dizia tudo, eu consegui, eu realmente consegui e o mundo todo saberia naquele momento. Max, Christian e Hanna - que fora chamada para reforçar a participação feminina no time - foram apresentados e se sentaram, deixando espaço para minha presença ao lado do piloto. A conversa havia começado por Horner:

- Muito se fala, sobre quem ocupará no próximo ano, o assento de segundo piloto da casa e o que temos para dizer é que temos orgulho por sermos pioneiros e trazer para se juntar a Max uma personalidade que é brilhante dentro e fora das pistas, que demostrou merecer a vaga e desde que a recebemos agarrou com unhas e dentes as ideias da equipe, apresentamos a vocês Isabella Ferri! - Os três se levantaram e aplaudiam seguidos por todos na sala, parte da imprensa estava surpresa, mas a grande maioria não.

Ajeitei o boné em minha cabeça e respirei fundo enquanto me aproximava do meu lugar na mesa. Sorri para todos que estavam a minha frente e quando finalmente me sentei suspirei profundamente agradecendo pela presença. O falatório fora generalizado, todos queriam fazer suas perguntas e de forma organizada pelo staff elas se iniciaram.

- Max, o que você espera da sua parceira no próximo ano? - Um dos repórteres aguardava apreensivo pela resposta enquanto Verstappen sorria em minha direção.

- Bem, entrosamento eu não preciso dizer, já que a algum tempo provamos que temos e bastante. Eu espero que juntos possamos somar resultados e sei que vamos, é o que importa no final das contas. - Ele balançou a cabeça e concordei.

- Isabella, o que você tem a dizer sobre as recentes matérias e entrevistas de pilotos, os quais você irá conviver, quanto a não haver espaço para mulheres na Fórmula 1, com a desculpa de que não são boas o suficiente? - A repórter havia me perguntado com um tom vingativo, ela havia provavelmente ficado chateada por ver tamanho machismo escancarado. Eu limpei a garganta e puxei o microfone para próximo o suficiente dos meus lábios: