vinte

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"I'm sorry, girl
For the way you make me feel
You were my world
And you ruined everything
She said: Forget all the slow dancing
Baby, we could take it to the bathroom
Bathroom · Montell Fish

📍BAKU, AZERBAIJÃO

POV
Isa

Dezesseis dias sem notícias de Lando e sem falar com o mesmo. Mônaco acabou deixando cicatrizes invisíveis num relacionamento que mal existia, mas tinha tudo para ser ótimo para ambos, porém perder a carreira que meus pais me deram e lutaram tanto comigo, parecia ser uma péssima maneira de agradecer por tudo que tinha e mancharia o legado de ambos. 

Eu estava aterrizando no Aeroporto Internacional Heydar Aliyev, na área de desembarque, inúmeros jornalistas e fãs me cercavam. Anne, me orientava enquanto eu recebia perguntas e tentava respondê-las com o melhor sorriso falso em meus lábios, até ouvir:

"Semanas atrás, havia um forte rumor sobre um possível relacionamento seu com o piloto Lando Norris, o que tem a dizer sobre isso?"

A assessora ergueu as sobrancelhas e afastaria o repórter, no entanto, sorri sem jeito para o profissional e sacudi a cabeça, tentando levar numa boa:

- Lando e eu somos amigos desde sempre. É normal que estejamos juntos em festas, que passemos o período de Páscoa juntos, principalmente por que seus pais são como pais para mim e desde que perdi os meus, sinto-me como parte da família. Quanto a abraços e carinhos, penso que como, praticamente, irmãos... - Nesta hora minha voz falhara miseravelmente e eu torcia para conseguir continuar. - Creio que seja normal, não vejo essa maldade e é apenas isso. - Eu respirei fundo deixando o lugar. 

Eram as primeiras horas de uma quarta-feira que tinha tudo para ser interminável, pelo jeito que havia começado. 

No hotel, pós check-in no meio da madrugada, ouvi a voz de Carlos e mentalmente torci para que estivesse tão exausta a ponto de imaginar coisas, mas lá estava ele, correndo pelo hall, enquanto eu entrava no elevador e não fazia o mínimo esforço para segurar a porta do mesmo, por sorte do espanhol, havia dado tempo. 

O homem estava esbaforido, tentando controlar a sua respiração enquanto me saudava. Eu não tinha o melhor dos humores, então me contive em balançar a cabeça e sorrir para Sainz.

- Desculpe, minha dor de cabeça está me matando, TPM... - Dei a desculpa rezando para o piloto comprar. Ele sorria de forma estranha na minha direção e com os óculos sobre os olhos, eu os revirei, dando graças a Deus por não ser possível vê-los, provavelmente também estariam irritados. 

O elevador indicava que estávamos no meu andar, eu segurei a mala de rodinhas e caminhei para fora, quando a senti mais leve. Sainz colocava a mesma sobre o braço e insistia em me acompanhar, relutei o quanto pude, porém, já estávamos na frente da porta de meu quarto.

- Isa... O que aconteceu com você e... - Nós éramos interrompidos pelo meu telefone alarmado, quando li o nome do contato pela tela, agradeci baixinho, mas também gelei. 

- Desculpe Carlos, é importante, falamos depois. - Sem dar margem para o espanhol, enfiei as malas com pressa, quarto adentro e fechei a porta. 

Era Gwen que me ligava incansavelmente. 

Deixei que a chamada caísse a caixa postal, como todas as outras e minutos após, quando finalmente havia acabado de desfazer as malas e me jogava na cama, o sinal de notificação ecoava pelo quarto. Desbloqueei o celular, vendo a conversa com a funcionária da FIA, que fazia menção a recente entrevista onde chamei Norris de "irmão", com um emoji de "joinha" e outro piscando.

FASTER; Lando Norris.Onde histórias criam vida. Descubra agora