violet hansen - 1

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ALGUM TEMPO EM 18XX (ou era 17XX?)

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ALGUM TEMPO EM 18XX (ou era 17XX?)


      Violet ficou deveras surpresa quando soube que cactos poderiam ser comestíveis.

    Quer dizer, quem olharia para algo tão espinhoso quanto aquilo e pensaria: "ah, que delícia, me dê um pedaço desse mais grosso"? Não que fosse exatamente eles, claro, e sim seus frutos, e alguns ainda era venenosos, mas ainda assim... Uh. Não se atreveria. Não, não.

    Também não levaria nenhum, apesar de pessoalmente adorá-los – ainda que não os comesse. Já tinha alguns em casa.

— Que engraçada essa – comentou Tephis, já enfiando a mãozona no meio – Parece um...

— Tephis – Violet ralhou, e estalou a língua – Não mexa nas pétalas, sim? – o indicador se mexeu negativamente para o garoto – Estas se chamam copos de leite.

— Desculpe, senhorita Hansen – o menino se encolheu – Elas parecem papéis de amendoim.

— Parecem o quê?

— Parecem nada – Teobaldo negou, chegando novamente – Não liga para ele, senhorita Hansen – as mãos do menino, então se juntaram em sua frente. Ele segurava uma rosa vermelha – Peguei para a senhorita.

— Oh! – a mão de Violet foi para o peito enquanto sorria – Para mim? Muito obrigada, Teo. – o nariz sentiu o aroma adocicado, mas os olhos abriram, desconfiados, para o menino. – Pegou?

— Achei uma moeda no chão – os ombros ossudos ergueram – A senhorita nos deu almoço ontem.

     Violet odiava a mãe deles.

     Não por não ter o que dar de comer à eles sempre, é claro, não se podia culpar ninguém por esse tipo de coisa, e sim porque tinha e os negava por vezes! Dava castigos absurdos e sem razão... E outras coisas.

      A mãe era casada com um fanfarrão que vivia fazendo confusão em sua rua e pouco dos meninos, e permitia como se não fossem seus filhos. O homem não era pai deles, pelo que ela sabia, e, quanto aos seus sentimentos por ele, de ódio, já havia passado para asco.

    Sujeitinho mal cheiroso e inconveniente...

     Qualquer dia, qualquer dia mesmo, Violet tomaria aqueles garotos para si e não se arrependeria!

— Ah, não precisava, querido – ela lhe beijou a testa – Podem comer comigo sempre que quiserem. Compre balas para si da próxima vez, sim? 

    O menino, por baixo da pele escura, corou enquanto o pezinho fazia desenhos no chão.

— Da próxima vez vou lhe dar um buquê, senhorita Hansen.

— Teo... – Violet riu.

— Teobaldo gosta da senhorita Hansen – cantarolou Tephis – Teobaldo gosta da senhorita Hanseeen!

— Não gosto nada – rosnou – Cala boca!

— Meninos.

— Gosta sim!

— Não gosto não!

Gostaaa...

— Eu vou te pegar!

— Meninos, por favor!

    Tarde demais. Teobaldo correu atrás de Tephis, que já havia partido pela feirinha de flores com a recém chegada dos navios. Ela foi atrás, claro, mas era bem difícil segurar a própria cesta de flores – para que não caíssem – e o chapeuzinho amarelo e charmoso em sua cabeça.

     Inevitavelmente, algumas flores se foram pelo caminho, mas isso passou a não ser tão importante quando focou nos dois garotos rolando ao lado de um estande todo florido... Não estaria brincando com o show inteiro que passou por dentro da sua cabeça.

     O peito bombeou mais rápido dentro de si. Teo e Tephis se atracavam no chão, e Violet focou quando correu mais agilmente – sapatos femininos eram muito pouco práticos para tais atividades. E unindo isso ao fato de que ela era uma completamente negação em atividades físicas...

    Um pé embolou-se no outro. Com o tropeço, a cesta foi pelos ares bem no instante em que Teobaldo mordeu a canela de Tephis e a perna do menino deu um tranco que atingiu o apoio do estande.

     Os garotos foram cobertos por Lírios e Rosas Brancas, Violet caiu aos pés deles e a cesta... Bem, agora vazia, parou bem na cabeça de um rapaz desavisado. Violet soltou um guincho, o dono da estande outro, e os meninos mais alguns grunhidos antes que se metesse no meio dos garotos.

— Minhas flores!

— Mil perdões! – resfolegou, embora não olhasse para ninguém. Ela pegou o braço de Tephis – Soltem-se, meninos! Por favor! – por que homens eram tão violentos?!

•••

Violet Hansen foi filha única de um pai que a criou com todas as honras que uma menina poderia ter (vindas de um pai, claro). Ela não teve um final explícito, mas é uma romântica incurável e ainda estou em busca de casá-la com alguém que ame e que a ame (ela quer muito isso), embora talvez acabe apenas envelhecendo solteira e cuidando do Teo e do Tephis. Ela é bastante extrovertida, sentimental e vaidosa, e vive se metendo em confusão.

Espero conseguir juntá-la com alguém :") amo esta.

mas e se Onde histórias criam vida. Descubra agora