O lado feio do Amor

Capítulo três

Dois anos antes

Elisabeth

Queria que hoje tivesse sido como ontem, queria ter encontrado o Christian no autocarro, mas não foi possível, cheguei na escola meio desmoralizada, talvez esteja ansiosa para ver o Christian novamente, o dia foi cansativo, as aulas também, doutor Arnold foi bastante inconveniente hoje, levou mais tempo do que devia, então mais uma vez fomos a última turma a sair. Saio da sala com minhas colegas, fomos nos trocar, visto que somos estudantes de enfermagem, nosso uniforme é branco, camiseta, calça, bata/jaleco e Crocs brancos, não podemos sair dessa roupa, então há sempre essa troca de roupa.
Ao me trocar visto uma calça jeans, tênis pretos, blusa preta e moletom azul escuro, solto meu cabelo que estava preso em um coque, meto meu uniforme na mochila e coloco ela nas costas, saio caminhando em direção a saída com minha colega, juntas fomos em direção a saída, quando saímos, me deparo com Christian e seus amiguinhos caminhando em direção a paragem de autocarro, parece que meu sangue voltou a circular.
— Ali está o seu namoradinho.
Disse Jenna sorrindo para mim, reviro os olhos, ele não é meu namorado, está novamente com aquela garota que deve ser a namoradinha dele.
— Ele não é meu namorado.
Por algum motivo caminhamos um pouquinho mais rápido para talvez alcançá-los, só voltamos a andar devagar quando chegamos perto deles, Jenna foi mais para frente para atender o celular, quanto a mim continuei no mesmo ritmo, até que sinto meu coração acelerar, é ele perto de mim, o olho sorrindo animada enquanto alguns dos amiguinhos dele nos encaram.
— Elisabeth, cada dia mais bonita.
Disse Christian me olhando enquanto caminhavamos, continuo sorrindo igual uma maluca.
— Obrigada, digo o mesmo.
Respondo entretida, estamos agora um pouquinho afastados dos demais.
— Eu sei, eu sou perfeito.
Enfatizou se achando a última bolacha do pacote, reviro os olhos sem desfazer o sorriso, o caminho para a paragem é um pouquinho longo, mas com ele parece que está sendo até rápido.
— Vai se achando, eu estou lendo um livro muito interessante, o meu querido meio irmão, é uma maravilha.
Mudo de assunto para não deixá-lo entediado para ele também perceber que eu quero continuar a conversar e não deixá-lo ir com seus amigos.
— Você me passa o número do seu celular e daí você me manda o livro.
Ele sorri sabendo que eu percebi que era só um truque para ele conseguir o número do meu celular, dou um sorriso calmo e prossigo pegando meu celular, entrego para ele colocar o número dele.
— Prefiro ficar com o seu, vai que você esquece de me mandar uma mensagem!
Dou risada enquanto ele coloca seu número no meu celular e salva logo, pego meu celular de volta e continuamos caminhando, até chegar no ponto de ônibus, ao chegar os amigos dele estão lá o esperando.
— Eu jamais esqueceria.
Christian continua sorrindo enquanto paramos um pouquinho antes de onde estão seus amigos.
— Acho melhor você ir lá com seus amigos, até mais.
Enfatizo pós os amigos dele estão nos olhando, alguém em especial está com bastante ciúmes pelo que dá para notar nem.
— É, você tem razão, fico aguardando a sua mensagem.
Sorriu se afastando, faço o mesmo indo subir meu autocarro, confesso que fiquei meio entristecida quando ele não subiu.
....
Cheguei em casa a três horas, tive que cozinhar, acabei me esquecendo de mandar mensagem para Christian, mas enfim, agora que já fiz um banho, mamãe já jantou, posso ficar ao celular a vontade, pego meu celular e mando uma mensagem para Christian.

Acabei adormecendo conversando com o Christian, estava cansada, mas enfim, cá estou eu para mais um dia de aulas na universidade, dessa vez trajada de um vestido longo e justo, da cor preta e sandálias da mesma cor, por não ter aulas agora, acabei indo ficar na cantina da universidade estudando e comendo alguma coisa, sinto meu coração acelerar, ele só fica assim quando alguém está por perto, sinto mãos bem macias tampando meus olhos, sorrio igual uma maluca apaixonada.
— Christian!?
Pergunto logo de cara pondo minhas mãos sobre as dele, ele logo tira as mãos, então viro a cabeça e encaro ele fixamente sorrindo, acabo por abraçá-lo.
— Como você adivinhou?
Perguntou ao retribuir meu abraço, por um momento ambos ficamos em silêncio, um silêncio indecifrável, escuto os seus batimentos um pouquinho acelerados, fecho os olhos sentindo seus braços me envolverem em seu corpo quente e robusto, logo depois ele começou a fazer cafuné me deixando toda caidinha.
— Você é inconfundível.
Falo após algum tempo digerindo a sensação que o abraço dele me trás, o sorriso que saiu do seu rosto me fez quase derreter.
— Bom saber, te pego na saída tá, só assim para eu ti perdoar pela demora para me mandar mensagem e por ter adormecido.
Disse calmamente pegando minha mão, minha deusa interior está aos gritos ardendo em chamas enquanto meu rosto fica avermelhado, assinto com a cabeça e antes que eu pudesse responder, alguém se aproxima.
— Christian, vamos para sala.
O chamou aquela amiguinha dele cujo nome desconheço, ele olhou para ela e assentiu, em seguida me olhou novamente.
— Você já tem que ir nem?
Ele assentiu e me deu novamente um abraço, o sorriso que surgiu nos meus lábios o fez sorrir também ao me dar um beijinho na testa.
— Mas em compensação, na saída estarei com você e vou ti levar para casa!
Disse sorrindo, continuo sorrindo animada e então assinto, ele se retira indo em direção a sua sala, enquanto eu me concentro em estudar para meu teste de médico cirúrgico.