A cabana

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Nos últimos dias estivemos bem ocupados. Professor Clyde disse que antes que atraíssemos os caçadores precisávamos estar prontos para recebê-los, então assim que eu terminava meus afazeres no clube ia até nossa cabana, - Professor Clyde cedeu-nos sua cabana que ele usava para quando ia pescar - lá ele nos treinava. Também ajudava Nolan a se controlar, quando ele estava sob a forma de fera usava-me para que ele se controlasse, Nolan não gostava muito mas professor Clyde sempre dizia: "nunca vi isso antes mas a ligação entre vocês é tão forte que é capaz até mesmo de parar uma fera" - agora até o professor Clyde dizia "fera", Nolan se entristecia sempre que ouvia a palavra "besta", mesmo sendo quase imperceptível. Às vezes eu tinha que trocar de lugar com o professor e nem sempre os resultados eram positivos, se ele não fosse tão experiente ia acabar ferido todas as vezes. Quando Nolan fazia seu "dever de casa" corretamente ele o liberava para correr na floresta e enquanto isso, o meu treinamento acontecia - minha parte preferida - professor Clyde me ensinava golpes para que eu me protegesse tanto de caçadores quanto de feras, em consequência disso eu saía das aulas com vários ferimentos, no início eu alegava algum tombo quando Cher me questionava, mas como eles ficaram frequentes tive que inventar alguma história.

- Isso não está certo Kristel, está me deixando assustada

- É, acho que você merece saber o que é. Tudo começou na noite do ataque, depois disso eu vivia amedrontada, então eu comecei a ... fazer aulas de Box

- Aulas de Box??

- É, é uma forma de extravasar tudo que sinto e de conseguir me proteger caso aconteça alguma coisa

- Por que você não disse antes? Eu estava achando que Nolan .. deixa pra lá.

- Desculpa, é que eu achei que você não aprovaria, afinal Box não é uma coisa muito ... hã, feminina.

Era uma tarde de sábado, eu estava exausta. Professor Clyde anda fazendo algumas mudanças na cabana e o que quero dizer é que estamos transformando-a definitivamente em nosso esconderijo, está aplicando algumas medidas de segurança, inclusive contra Nolan, que passou o dia comigo montando os equipamentos. Quando terminamos nosso serviço, nos jogamos na grama, ficamos um bom tempo ali deitados no chão apenas fitando o céu que se tornava cada vez mais alaranjado.

- Eu não acredito que vou dizer isso, mas ainda bem que hoje não tem treino. Estou morta.

- É, confesso que não esperava que você se sairia tão bem nessas suas aulas de Box - ele deu uma risadinha e eu também

- Foi a melhor coisa em que eu pude pensar, não enche - depois que fiz uma careta, ele me puxou para perto de si, eu fiquei com a cabeça recostada em seu peito enquanto seu braço envolvia-me. Nossas respirações se acompanhavam. Aquele momento era perfeito, fazíamos nada e sentíamos tudo. O silêncio foi quebrado por ele:

- Eu preciso te levar pra casa

- Nãaaaao, eu não quero. - abracei-o ainda mais.

- Eu também não quero, mas já está escurecendo, não temos muito tempo.

- Então fazemos assim; ficamos aqui juntinhos e quando chegar a hora você me dá suas chaves e eu vou embora - ele ficou um tempo pensando, aquele carro era a sua vida

- Tá legal - ele soltou um suspiro - Você tem muita sorte de eu te amar tanto - ele paralisou quando percebeu o que havia acabado de dizer, esta última frase foi mais um desabafo para si mesmo, mas eu o encarava intensamente, nossos olhos conversavam por si, então eu o beijei, o beijei apaixonadamente. Depois nós ficamos fitando um ao outro enquanto ele acariciava meu rosto e nossos olhos trocavam juras de amor.

Quando o sol emanava seus últimos sinais, Nolan se levantou

- Ok, está na hora - eu me levantei também, sacudindo a sujeira - as chaves estão no bolso da minha jaqueta lá na cabana - eu assenti. Ele pegou meu rosto com as duas mãos colando nossas testas e disse: - Tome cuidado ok?

- Ok. Se cuida. - Ele beijou minha testa e se afastou, eu o observei tirando a camisa e correndo para dentro da floresta. Caminhei para a cabana e quando entrei dei um pequeno sorriso. Nolan estava utilizando aquela cabana há pouco tempo para suas "pós-transformações", mas ela já estava com a sua cara .. e o seu perfume. Eu observava cada cantinho, lá era pequeno, havia um armário com algumas roupas; duas prateleiras, uma com remédios e curativos e outra com comida; uma geladeira; algumas cadeiras, pufes e uma cama de casal, lá estava sua jaqueta, sentei na cama e assim que a peguei, senti seu perfume então abracei-a. Deitei na cama e me aninhei em sua jaqueta, era uma boa sensação.

Ouvi alguns ruídos, poderia ser o cansaço mas algo em meu corpo dizia-me que não precisava me preocupar. Senti algo se aproximando e me sentei na cama. Nolan sorria pra mim, ele estava sem camisa, abotoando a calça, o que acelerou meu coração, seus músculos eram totalmente definidos. Sua respiração estava ofegante e seu cabelo desgrenhado. Desviei o olhar tentando abrandar os pensamentos. Ele veio até mim, sentou-se e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, ele ficou acariciando meu rosto como mais cedo, nossos rostos estavam bastante próximos e eu quebrei essa mínima distância ao beijá-lo, foi um beijo extremamente carinhoso, nos aproximávamos cada vez mais até que ele me deitou. O beijo continuava, porém, agora estava mais intenso, as carícias ficaram mais acentuadas e um calor percorria pelo meu corpo, foi quando ele parou, minha respiração estava ofegante assim como a dele e seus olhos me questionavam. Passando o polegar em suas feições lhe disse:

- Eu amo você Nolan Orsen. - A sinceridade que veio da minha voz e do meu olhar era palpável, aquela frase fora um passe livre para o momento. Nós nos beijamos mais uma vez e ele retirou minha blusa, continuamos e calmamente ele foi desabotoando minha calça. Nolan se conteve por alguns segundos me observando e quando voltou, retornou com maior intensidade. Continuamos aquele processo até que nós dois estávamos inteiramente sem nada. Ele pausou mais uma vez soltando um suspiro

- Tem alguma coisa de errado? - fiquei com medo, estava um pouco insegura.

- Não, claro que não. É que ... você é perfeita.

Nós nos completávamos. Exalava amor entre nós. Eu não possuía muita experiência com aquilo, já havia feito antes, mas nada comparado com aquele momento. Era como se eu tivesse nascido para ser dele. Eu o amava, não tinha dúvidas quanto a isso.

Green EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora