- BOM DIA PRA MINHA FILHA MAIS LINDA!
Sorri de leve, ainda me sentia um pouco tonta
- até porque eu sou a única né mãe
- Prontas para o Grande Dia? - disse meu pai entrando pela porta do quarto
- Vocês estão tratando esse dia como um feriado, eu só vou ganhar alta do hospital
- Eu não te contei? Estou trabalhando em um projeto na prefeitura para tornar esse dia realmente um feriado, "Alta de Kristel Lavinne" - Eu sorri e percebi o quanto sentia falta dos meus pais, morava sozinha em Maryhills por causa da faculdade, eu amava minha independência mas sentia falta da minha mãe discutindo com meu pai porque ele comia maionese demais ou porque ele odiava sua minissaia com estampa de zebra. Aquele era Chris Lavinne, o respeitável vereador da cidade de Starkford, e Rachel Lavinne, a renomada terapeuta de casais, eu os amava. Meu pai sorriu, passou o dedo na ponta do meu nariz - uma mania dele - e levou pro carro os presentes e cartões que estavam numa mesinha perto dos aparelhos
- Tem certeza que você ficará bem, filha? Nós podemos ficar aqui mais alguns dias ou poderá ir conosco pra casa - disse minha mãe, estávamos na porta do meu apartamento e eles estavam indo embora
- Tá tudo bem mãe, o médico já me liberou dos remédios e só tenho que usar esse curativo por mais alguns dias - apontei para as pequenas fitas brancas que estavam no canto da minha testa - aliás preciso voltar pra faculdade e vocês não podem mais faltar ao trabalho
Minha mãe me abraçou e disse - se sentir qualquer coisa, qualquer coisa Kristel, ligue pra gente na mesma hora ok?
- Ok
- Eu amo você querida - eu senti lágrimas se aproximando mas pisquei várias vezes para que elas não viessem. Desvencilhei-me do abraço quando meu pai se aproximou e pôs a mão em meu ombro
- É bom você melhorar logo garota, senão quem irá comigo assistir o jogo dos Rexters? - nós rimos e ele passou o dedo na ponta do meu nariz, ele não era muito sentimental e aquela era a sua maneira de dizer que me amava.
Era manhã e eu estava em Sant'Mary, a faculdade na qual eu curso Jornalismo, eu sou uma pessoa extremamente curiosa, amo histórias e investigações, ou seja, sou apaixonada pelo meu curso. No caminho, várias pessoas me cumprimentavam perguntando se eu estava bem, apenas eu e o garoto ensanguentado - Arthur - ficamos no hospital, ninguém sabia ao certo o que realmente acontecera, a polícia estava investigando e não era divulgado nenhum detalhe, era o que Cher contava quando ia me visitar no hospital, que por sinal estava se aproximando com seu cabelo castanho esvoaçante.
- Senhorita Kristel Lavinne! Que prazer recebê-la em nossa instituição
- O prazer é todo meu senhorita Cheryl Devany - nós rimos
- E então, pronta pra outra?
- Claro, se você não me arrastar pra outra festa terrorista. Eu preciso ir, baixinha, tenho que passar na sala da diretora
- Ok, te encontro no intervalo pra te repassar as novidades
Caminhei até a sala da diretora para entregar meu atestado, bati na porta e ela disse para eu entrar
- Com licença diretora Maconly a... - de repente eu fiquei absorta ao dar de cara com eles, aqueles incríveis olhos verdes que não saíam da minha mente desde aquela noite, o dono deles era um lindo garoto de cabelos castanhos bem claros e com roupa preta. Me encarava no canto da mesa da diretora. Eu tinha certeza que eram aqueles olhos, e algo tomava-me, era como uma tempestade dentro de mim, voltei do transe quando a diretora pigarreou:
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Green Eyes
FantasiO mistério é intrigante e a paixão é arrebatadora. Kristel Lavinne que sente atração por investigações mergulha no universo sombrio de Nolan Orsen. A pergunta que fica é se Kristel será capaz de explorar o enorme universo daqueles olhos verdes.