Dor.
Era tudo o que conseguia sentir.
Seus olhos abriram devagar em uma tentativa fajuta de fazer a claridade dar trégua em sua visão embaçada. Tateou o que estava a sustentando em baixo e percebeu que era uma cama muito confortável.
Rapunzel suspirou mais uma vez ao concluir que aquilo tudo não tinha passado de um sonho. Afinal, estava na sua prisão particular e nunca agradeceu tanto por isso.
Mas a dor de cabeça era real e ainda mais, seu pescoço doía também. Tocou o lugar, mas logo fez careta, em seu dedo estava o que parecia ser sangue seco.
E naquele momento, para ela, o tempo tinha parado.
Rapunzel observou tudo com mais cuidado dessa vez. Parecia seu quarto, mas não era ele. Uma réplica muito bem feita dele era tudo o que conseguia concluir.
Levantou-se devagar da cama, sem nada para se proteger, mas ainda pensando que a sua única arma era o que mais odiava nessa vida. Sentiu o cabelo grande demais arrastar no chão e andou em direção a janela.
A janela que tanto usava para fugir tinha uma paisagem diferente. Os dedos trêmulos se moveram em direção aquilo até que tocasse em uma estrutura sólida que nada mais era do que uma tela estranha que fazia a paisagem se mover.
— Isso é uma TV, princesa. — uma voz que lhe era familiar ressoa. Rapunzel continua de costas. O coração acelerado em pura adrenalina poderia salvar sua vida de quem quer que fosse aquela pessoa.
— O que quer?
Uma risada. Sarcástica, mas era uma risada.
— Quero uma promoção, mas parece que pra ganhar ela tenho que ser babá de uma garota metida a matador de aluguel. — Rapunzel bufa diante daquele comentário. Odiava a voz, o jeito que ele falava, como ele falava... e sabia que era aquela mesma voz que tinha ouvido antes de apagar e que queria tanto espancar até a morte. Pior ainda, como ele sabia do seu segredo? Teria que mata-lo, isso era certo. — Vossa alteza não me acha a altura de se virar em minha direção?
Aquela voz arrastada e irônica se aproxima. Eram passos barulhentos que nem ao menos se esforçavam para ser mais cuidadoso.
O que deixou uma brecha enorme para que usasse seu cabelo e envolvesse no pescoço daquele que agora conseguia enxergar a cabeleireira em um corte que deixava apenas uma rala camada de cabelo do homem que ainda não teve o desprazer de ver o rosto.
O homem parecia não esperar aquilo, tudo o que tentava fazer era afrouxar o aperto daquele cabelo no seu pescoço.
— Eu vou perguntar de novo, e dessa vez quero que me responda educadamente. — aquela voz baixa que ela fazia no ouvido dele calma, lenta e feroz era sim amedrontadora. Rapunzel estava com raiva, muita raiva. — O que quer de mim?
Uma das mãos daquele homem que tentavam afrouxar aquele cabelo do pescoço se levanta e balança de um lado para o outro.
— O que foi? O gato comeu a sua língua? — Rapunzel fez uma pressão ainda mais forte no pescoço dele. Já não se importava mais se ele responderia ou não.
Queria aquele homem morto.
Mas logo depois, uma sensação estranha acontece. Um leve formigar e algo que a faz tremer. Algo doloroso que a obriga a gritar. Que a faz soltar quem quer que estivesse sufocando e que a nocauteia em segundos.
Ela cai no chão em um baque, inconsciente.
O homem não está sorrindo, mas a pega no colo e a coloca delicadamente na cama.
— Patético, Rian, patético. Nocauteado por uma princesa? — O homem revira os olhos com aquela voz saída pelo fone em seu ouvido direito. — É bom ganhar a confiança dela, não o ódio. Temos pouco tempo, você sabe.
— Eu sei. — é tudo o que ele diz depois que afasta delicadamente o cabelo do rosto de Rapunzel. — Missão dada é missão cumprida.
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Ihh, quanto mistério, não acham? O que será que os próximos capítulos aguardam?
Não perca e se você gostou dá aquela curtida maneira. Xêro e até o próximo capítulo ❤️
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O Segredo de Rapunzel
FantasyRapunzel esconde um segredo. Basta apenas você querer descobri-lo.