Ato 1. Todas as Histórias

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"Romance em cena,
beijo em câmera lenta,
posso ser mais um esquema,
é só você chamar.

Romance em cena,
faça isso valer a pena,
me compreenda e me entenda,
sem eu ter que lhe chamar."

Eu estava lá naquela taverna de novo, me afogando na cachaça para esquecer que eu estava afogado nas dívidas. Eu estava naquele estado meio maluquinho, sabe? Bebi o suficiente para me deixar "alegre", mas não tanto para ficar bêbado. Depois de um tempo naquele balcão refletindo sobre a vida, senta do meu lado um cara lindo, alto, platinado, com olhos verdes que, olhando com mais atenção, dava pra ver um tom de vermelho se aproximando da pupila. Aí eu pensei "Vai cara, é só uma conversa, já estou acostumado com caras héteros recusando minhas investidas, mas dessa vez vai ser só uma conversa, prometo tentar não me iludir".

Conversa vai, conversa vem, comecei a perceber que o cara parecia "do vale". Pedi o número dele e ele me deu, acho que nunca mais vou ter tanta sorte na minha vida. Depois de umas horas conversando, ele se aproximou de mim e me beijou, obviamente aprofundei o beijo, não é todo dia que um homem bonito dá em cima de mim, eu tinha que aproveitar a oportunidade, e confesso, aquele foi o melhor beijo que eu dei na vida. Depois de conversar mais um pouco, descobri que ele era simplesmente o sábio interino da Academia, depois disso fiquei até com vergonha de falar que eu era um arquiteto falido. Enfim, conversamos mais um pouco, mas como alegria de pobre dura pouco, ele teve que ir. Antes dele ir embora a gente deu mais uns beijos e foi incrível.

  Como já estava tarde e não tinha mais motivo para eu ficar lá, eu optei por ir embora também. Fiquei o tempo inteiro pensando nele até pegar no sono e apagar completamente, espero esquecer que isso aconteceu, porque, pior do que sofrer por ter criado esperanças, é a sensação da decepção de uma paixão ter chegado ao fim.

Sagrado ProfanoOnde histórias criam vida. Descubra agora