Son Heung-min
Depois de finalizar o meu prato no jantar e oferecer minha ajuda para lavar os pratos, recolhi meus sapatos do móvel da entrada e, com a maior rapidez humanamente possível, avisei que já iria voltar pra casa.
Nem meus pais, nem Yoon-ju se opuseram a minha saída. De alguma forma, imaginei que, depois da rispidez com que tratei a minha eomma e a pergunta sem sentido - ao menos, na visão deles - que fizera ao abeoji, iriam preferir não me ter no mesmo cômodo. Apesar de não acontecer comigo com constância - afinal, sempre acabava seguindo seus conselhos -, tinha conhecimento de que minha família não lidava bem com o desacordo de uma outra pessoa sobre suas ações, por menor que seja o conflito.
Por isso, tinha a impressão de que, se ficasse por mais um segundo prescindível na presença daquelas pessoas, pudesse vir a me sufocar. Era dramático - e até um pouco grosseiro - associar tal mal-estar por estar na presença da minha família, mas aquela era a minha realidade pro dia. Permanecer sob seus olhares julgadores, críticas disfarçadas e imposições diretas me incomodaram ao extremo, mas não mais do que a falta de saída pra que a racionalização de tal desagrado me levava. Porque eu sabia que, fim do dia, provavelmente nunca faria nada à respeito.
O padrão de atitudes dos meus pais, da minha esposa, as minhas - e não excluída, a minha falta de reação imperativa sobre as deles - nunca iam mudar. No livro que conhecia como a palma da minha mão existiam inúmeras passagens sobre os tempos difíceis não durarem pra sempre, mas estava começando a acreditar que aquelas palavras da Bíblia não era aplicáveis na minha vida. Talvez, aquilo tudo já fosse uma forma de punição divina sobre os meus erros e tivesse que me obrigar a conviver e lidar com aquela sina, reiteradamente.
E, após um dia tão exaustivo - por diversas razões -, também não estava disposto a me desculpar incessantemente para fazê-los mudar de ideia. A realidade é que eu estava cansado, não só no mérito físico. Eu estava cansado de tudo.
Cansado da conversa que tive com a Sra. Willians naquela tarde repassando na minha mente ininterruptamente. Cansado de pensar tanto em meus pecados luxuriosos, e em como pareciam ser uma parte de mim que nunca iria embora. E, principalmente, cansado da forma com que era tratado por pessoas que, apesar de tudo, amava com todo o meu coração. Durante as simples duas horas que duraram aquela reunião familiar, meus pais conseguiram drenar a pequena energia fortuita que havia me sido oferecida mais cedo.
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Então, quando, após uma hora e meia no ônibus, finalmente cheguei no apartamento em que morava, fui diretamente para o chuveiro, esperando que a pressão da água quente fosse suficiente o bastante para aliviar a tensão que sentia nos ombros naquele momento.Terminado o banho, sentei-me na beirada da cama enquanto passava somente a toalha sobre os meus cabelos - havia decidido não me dar ao trabalho de penteá-los, quando almejava cair num sono profundo sem muita demora. Ao terminar a ação e pendurar a toalha molhada no cabideiro, me deitei encarando o teto do quarto.
A única coisa que continuava a me impedir de dormir era o costume de esperar Hyu-jin voltar pra casa, e conferir se a mesma iria precisar de mim para alguma coisa antes que também viesse se deitar.
Para a minha felicidade - e consequente desalegria -, não precisei ficar muito tempo preso em uma bolha de dispersão, já que em poucos minutos, meu celular tocou, sinalizando uma chamada. E, ao atender a ligação, descobri que teria que suportar mais um tormento no mesmo dia.
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Illicit Affair - 2son
Fanfiction"Me sentia dopado. Imagens de Richarlison preenchiam minha mente de uma forma vertiginosa. Sua voz me percorria como em uma carícia. Fiquei chocado quando me dei conta da vontade que sentia de me voltar e, ao menos, ficar olhando para ele." [ Inspir...