° 𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 98 °

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JESSICA

Entrei no quarto que ela estava e vi ela deitada na cama, do mesmo jeito de sempre. Caminhei até ela sentando na poltrona que fica ao lado da cama, peguei a mão dela fazendo um carinho com o dedo, contornei a tatuagem que ela tinha na mão enquanto olhava cada cantinho daquele rostinho que eu era apaixonada.

Sorri lembrando do dia que ela me contou o significado daquela tatuagem na mão, era um olho com contorno fino, e sombras escuras envolta.

Estavamos no quarto da casa dela, a Sabrina estava de olho fechado e eu estava deitada encima dela totalmente pelada, ela usava uma cueca e um top preto. Peguei a mão dela que estava sobre seu peito e comecei a repar na tatuagem dela.

— Uma vez eu olhei a tatuagem de uma amiga minha, ela tinha uma mulher desenha mas costas, tipo nas costas inteira, aí eu perguntei para ela porque ela tinha feito aquela tatuagem, e ela me disse que fico muito excitada com o olhar da mulher em uma foto que ela viu e resolveu fazer também - a Sabrina abriu os olhos e me olhou - que foto é essa que a mulher te deixou excitado só com o olhar - brinquei e ela riu.

— Tu não sabe não - ela molhou os lábios e riu, eu estranhei. Ela  segurou meu rosto e me deu um selinho longo, jogou meu corpo pro lado e ficou por cima de mim - Pera aí deixa eu vê se acho.

Ela pegou o Celular dela e começo a mexer, eu inclinei a cabeça e tentei ver o que ela procurava na galeria, foi uma cinco minutos até ela abri um sorriso e virou o celular pra mim.

Abri a boca em choque.

Era uma foto minha, nossa na verdade. Eu lembro exatamente desse dia. Era o começo do nosso namoro, umas das minhas primeiras vezes ainda, a filha da mãe tinha entrado escondido no meu quarto de novo e a gente transou, no final ela estava brincando com o celular e tiro uma foto minha, eu olhava pra ela entrando na brincadeira também.

Peguei a mão dela e vi que era meu olho ali, tava igualzinho a foto. Ela riu e me beijou.

— Tu sempre me deixo doida, esse olhar teu depois do nosso sexo nunca saiu da minha cabeça, eu gravei na pela depois que tu foi embora, pensei que nunca mais tu ia olhar pra mim desse jeito - Ela falou perto da minha boca. Puxei ela para um beijo abraçando seu pescoço, ela passou a mão pela minha cintura e me puxou para cima dela mudando de posição mais uma vez.

— Abre o olho pra mim amor, eu preciso demais de você, quero ver teu olhar - ela continuou dormindo calma como eu nunca vi a Sabrina antes. Eu era tão acostumada com a agitação dela, com o jeito acelerado da Sabrina, era estranho ver ela assim.

Levantei e subi a mão dela até minha barriga, o bebê chutou e eu sorri.

— Eu tô desconfiada que sejam dois amor, mais ninguém quer me contar - fiz um biquinho - imagina nois duas com dois filhos Sabrina, você vai ficar tão feliz eu tenho certeza. Se for um bebê só independente do sexo, sei que você vai gostar também, eu vou amar te vez feliz.

Sentei de novo na cadeira e fiquei conversando com ela sobre várias coisas que aconteceu na semana. Contei do Nathan, sobre as aulas dele, sobre a pessoa que vai doar o pulmão pra ela, contei tudo.

A noite eu saí do quarto e fui até a lanchonete que tinha ali, comi alguma coisa bem rápido e depois fui até o banheiro, mijei litros não sei do que já que só tomei alguns copinhos de água.

Vi a Fabi no corredor tirando o jaleco, ela me olhou e sorriu vindo até mim.

— Tá precisando de alguma coisa amiga - neguei.

— Acabei de comer, tô voltando pro quarto dela agora. Tá indo embora? - ela concordou suspirando pesadamente.

— O Henrique ainda me manda mensagem dizendo que tava na pizzaria com as crianças, aí eu tô morrendo em pé e esse homem me inventa de sair - dei risada - amanhã eu não quero saber de nada, vou ficar deitada o dia todo.

— É de família isso aí - ela riu - vai lá e cuida do Nathan para mim - ela concordou e veio me abraçar, me deu um beijo na barriga e falou tchau pro meu bebê.

Eu peguei o elevador e voltei pro quarto da Sabrina, estava afim de dormir também. Quando eu entrei no quarto dela foi uma surpresa, vi um homem de costas para mim, com uma toca na cabeça, ele segurava a mão da Sabrina e eu estranhei, até pensei que fosse meu pai mais ele não tinha nem uma tatuagem na nuca.

— Quem é você? - perguntei e o homem não se assustou, virou para mim e eu levei a mão até a boca em surpresa, não acredito! - tio Beto?

— Eai menina - A voz roca me lembrava a Sabrina soou baixo, como ele tava vivo, aqui desse jeito, depois de anos?

Somando - 𝕴𝖓𝖙𝖊𝖗𝖘𝖊𝖝𝖚𝖆𝖑Onde histórias criam vida. Descubra agora