Four.

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Four

- Ludmilla? O que..? Por que...?

- Desculpa aparecer assim sem avisar, mas é que o Ben adormeceu e eu também preciso conversar com você.

- Tá bem! Então entra, põe o Ben na cama dele enquanto eu me troco.

Assim eu fiz, levei o Ben até seu quarto, pus ele na cama e troquei sua roupa, coloquei um pijama confortável nele, então dei-lhe um beijo na cabeça e saí do seu quarto indo para a sala.

Brunna demorou uns 10 minutos para vir falar comigo. Confesso que eu já estava ficando impaciente, mas quando ela surgiu na sala fez a espera valer a pena. Ela vestia uma camisola soltinha de seda, tinha seus cabelos em um coque desgrenhado e sua pele cheirava a rosas, possivelmente pelo hidratante corporal que ela coatuma usar após o banho. Eu meio que fiquei hipnotizada e inebriada com o que eu via e meu olfato captava.

- Desculpa a demora, podemos conversar agora. Você bebe algo, um café? - ela falou parada à minha frente.

- Aceito um café, obrigada!

Não demorou e Brunna veio com o café me entregando.

- Sente-se, Ludmilla.

- Obrigada! - respondi me sentando ao seu lado no sofá de três lugares, ela numa ponta e eu em outra.

- E então, o que você quer conversar comigo?

- Você notou algum comportamento diferente em nosso filho? - perguntei.

- Não. Por que?

- Hoje quando fui buscá-lo na escola percebi que ele estava muito calado, coisa que o Ben nunca foi. Então lhe perguntei o que estava acontecendo, mas ele não quis falar. De repente ele começou a chorar e revelou que nos ouviu aquele dia ali no corredor do prédio e disse estar com medo que nos divorciemos.

- Ok, entendi. Vou conversar com ele amanhã. Só isso?

Fiquei uns segundos encarando Brunna, não conseguia acreditar que ela estava tratando o assunto com pouca importância. Pensei que se eu falasse algo acabaríamos brigando então decidi me levantar e ir embora.

- Acho melhor eu ir, se não vamos acabar brigando. - eu disse.

- Por que vamos brigar? Será por que
você está usando nosso filho para me fazer desistir do divórcio? - ela falou se levantando ao mesmo tempo que eu.

- Céus! - expressei passando a mão pelo cabelo - está ficando muito difícil conversar com você, é melhor eu ir.

- Ridículo isso, Ludmilla. Muito ridículo você por o Ben no meio disso. Mas, o mais patético mesmo foi pedir para ele tratar o Aidan mal.

- Do que você está falando? Eu nunca falei com Ben sobre o vampiro com quem você namora. Mas estou muito feliz em saber que meu filho também não gosta daquele sugador de sangue.

- Você pensa que me engana, mas não me engana. Você vive a ilusão de que vamos voltar a viver juntas, que vamos nos reconciliar, mas isso não vai acontecer. - ela disse com um ar debochado.

Nessa hora meu sangue ferveu, eu avancei pra cima dela, a segurei pelos braços, apertando seu corpo contra o meu e olhando fixo em seus olhos, foi quando ela deu um leve suspiro, soltando ar pelos lábios. Meus olhos despencaram dos seus olhos para seus lábios e então, sem mais demora, eu a beijei.

A princípio ela tentou se desvencilhar dos meus braços, dos meu lábios. Mas eu não permiti, passei a mão esquerda para sua nuca enquanto que com a direita a mantinha colada a mim, segurando a sua fina cintura.

Brunna desistiu de resistir e passou a reagir ao meu beijo. Seus lábios pareciam devorar os meus, seu beijo era urgente, saudoso, nostálgico. Seu corpo relaxou em meus braços, suas mãos acariciavam minhas costas e sua boca sugava a minha.

Mas fomos interrompidas inesperadamente.

- Mama? Mãe?

Nos afastamos abruptamente e Brunna foi em direção ao nosso filho.

- O que foi, meu amor? Está tudo bem? - ela perguntou ao Ben agachada em sua frente.

- Sim, eu só estou com sede e aí ouvi a sua voz e a da mamãe...

- Só estávamos conversando, filho. - eu me antecipei - Mas eu já estou de saída. Que bom que você acordou a tempo de me dar um beijo. Vem cá! - o chamei e ele veio me dar um beijo, Brunna não me olhava mais e eu sabia porquê. - Boa noite, pequeno! Boa noite, Brunna! - falei olhando para ela, mas ela não me encarou, apenas respondeu meu boa noite com outro. E eu fui embora com meus lábios formigando.

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