Twenty three.

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Ludmilla POV

No dia seguinte acordei para ir trabalhar, mas antes passei numa floricultura e escolhi algumas flores que pedi para serem entregues no endereço da Brunna com um cartão que tinha um trecho de um poema que dizia " Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?" A frase era de um poeta português.

Segui para o trabalho onde tive um dia bastante corrido, porém bem produtivo.

Em todas as brechas que encontrei entre um atendimento e outro eu olhava meu celular para ver se havia alguma notificação da Brunna, mas nada.

Eu não assinei o cartão, mas acreditei que ela saberia de quem se tratava.

Vou fazer tudo aquilo que um dia a fez se apaixonar por mim. No passado tive que ser paciente e persistente, então vou fazer o mesmo desta vez.

Vou lhe enviar flores, bombons, contar piadas que a façam rir, vou estar disponível para ouvi-la quando precisar de um ombro para desabafar...

Eu sei que com o tempo as pessoas mudam, mas certas coisas não mudam.

***

Brunna POV

O interfone tocou e fui atender.

- Senhora Gonçalves, tem uma entrega para a senhora, posso deixar o entregador subir.

- Entrega para mim??? - fiquei confusa, não me lembro de ter feito nenhuma compra on-line recentemente. - Sim, pode permitir seu acesso.

Desliguei o interfone e me dirigi para a porta, na espera de receber minha "encomenda". Fiquei plantada na porta, olhando pelo olho mágico até que vi as portas do elevador de serviço se abrirem, me apressei em destrancar a minha porta e abrir para que o entregador nem precisasse tocar a campainha.

Me deparei com um lindo buquê de tulipas vermelhas bem embaladas num fino papel de seda e com um laço vermelho em volta. Havia também um cartão... Retirei as flores das mãos do entregador e o dispensei.

Corri com o buquê em mãos para me sentar no sofá e poder ler o cartão. Ele não estava assinado, mas continha um trecho de um poema que eu conhecia bem, do grande poeta português Fernando Pessoa.

Fiquei curiosa e peguei o meu celular para pesquisar o que significam tulipas vermelhas.

A internet dizia que as tulipas são flores que expressam amor fervoroso, as vermelhas, em especial, simbolizam um amor duradouro.

Achei tudo muito lindo, o poema e a flores combinavam bastante, mas aquela pergunta ficou martelando em minha mente: Quem teria me enviado essa flores lindas?

Cheguei a pensar que tivesse sido a Ludmilla, mas descartei essa possibilidade pelo fato do cartão não ter sido assinado. A Ludmilla teria assinado se fosse ela a me enviar essas flores.

Fiquei a pensar em todos com quem eu convivia diariamente, ou até eventualmente, mas não tive nenhum palpite.

Pus as flores num jarro e dei continuidade à minha rotina, mas em muitos momentos me peguei a pensar sobre as flores e quem poderia ter as enviado a mim.

Na agência eu estive observando as pessoas com quem eu costumava trabalhar, pensei em talvez ser alguém que esteja perto de mim. Mas não obtive sucesso me minhas observações.

Cheguei a comentar com Daiane sobre as flores, mas ela também não tinha nenhum palpite.

Eu sei que isso ocupou toda a minha mente nos momentos em que não estava concentrada no trabalho.

Resolvi desencanar e me concentrar apenas no que eu poderia controlar, meu trabalho.

Cumpri a agenda para hoje e depois fui buscar o Ben na escola. De lá nós fomos ao shopping, precisávamos comprar umas roupas e calçados para o menino que estava crescendo desenfreadamente.

- Mama, antes de ir embora podemos comer uma pizza?

- Combinado!

Entramos em várias lojas e compramos tudo que estava precisando renovar. O Ben me pediu para comprar brinquedos, mas o seu aniversário está se aproximando e ele já deve ganhar muitos brinquedos, não precisa de mais nenhum por agora.

Fomos à praça de alimentação é esfolhemos comer na Pizza Hut. Fizemos nossos pedidos e teríamos que aguardar alguns minutos para comer, enquanto isso tive uma conversa com meu filho.

- Amigão, seu aniversário de 10 anos está chegando, falta apenas um mês, já sabe o que vai querer fazer para comemorar?

- Eu quero uma festa, mama. Igual a que fomos no aniversário do Jack, lembra?

- Sim lembro. Então terá uma festa. Mas qual será o tema?

- Eu quero sobre Velozes e Furiosos.

- Hum, interessante. Então você vai querer muitos carros na decoração?

- Sim, muitos carros.

- Tudo bem. Então já vou começar os preparativos.

As nossas pizzas chegaram e comemos enquanto ouvia o meu filho falar tudo o que ele iria querer na sua festa.

Após comermos as pizzas nos dirigimos ao estacionamento do shopping para pegarmos nosso carro, no caminho o Ben encontrou um colega da escola a quem ele quis ir cumprimentar.

- Olha, mama, é o Zac. Posso ir falar com ele? - antes que eu pudesse dizer algo ele se soltou da minha mão e correu ao encontro do seu amigo.

Fui andando até eles, o Zac estava com um homem que eu julgava ser seu pai. Ao chegar diante deles eu os cumprimentei.

- Boa noite, me desculpa pelo meu filho... - antes que eu concluísse meu pedido de desculpas o homem que acompanhava o garoto Zac me interrompeu.

- Não se desculpe, ele não está atrapalhando nada. Eles são amigos na escola, era de se esperar que quando se encontrassem fora dela seria assim. - conclui com um lindo sorriso.

Fiquei desconsertada com o lindo sorriso do homem. Ele estendeu a mão em cumprimento e eu a apertei com a minha mão.

- Sou o Carl, pai do Zac.

- Muito prazer, Carl, sou Brunna mãe do Ben.

- O prazer é todo meu, Brunna! - respondeu todo galante.

Ele segurou a minha mão por mais alguns segundos, dos quais me deixou ainda mais desconsertada. Puxei a minha mão delicadamente.

- Eu preciso ir, ou melhor, nós precisamos ir.Vamos Ben! - chamei o meu filho e desviei o olhar do Carl.

O Ben se despediu do seu amigo e eu não tive mais coragem de olhar para o Carl. Nos dirigimos ao carro, que dei a partida e nos levei embora.

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