Amores Opostos (PAUSADA, PRECISA SER CORRIGIDA)

Ⅷ.

 M.

Eu me chamo Mirella, nasci no dia 07 de março de 2008, em João Pessoa. Tenho a melhor família que alguém poderia ter, e os melhores amigos também. Sou aluna nota dez, popular e atleta. Sempre estudei no Pot, desde muito nova, já que minha mãe é professora. Nesse meio tempo, também conheci um garoto chamado João Miguel.

Nós dois viramos melhores amigos rapidamente, fazíamos tudo junto. Mas quando alcançamos uma certa idade, com nossos hormônios a flor da pele, demos nosso primeiro beijo. Só que de cara, vimos que não daria certo, e desistimos da ideia. Porém, nada impedia de nos beijarmos quando estamos carentes, certo?

E assim foi.

No entanto, eu comecei a me descobrir, a me sentir curiosa. Experiências, sexualidades novas...

Nessa história, acabei conhecendo Sofia.

Nós duas nos conhecemos no oitavo ano, e viramos muito amigas depressa. Mas sentimentos também começaram a surgir. Toda via, eu queria viver, não queria me prender a ninguém, então, ignorava os sentimentos e a curiosidade de novas sensações.

Mas esse ano, parece que os sentimentos eram recíprocos. Quando descobri isso, fui logo me aproximar mais.

Então, começamos a sair. Nos víamos todos os dias, às vezes a gente marcava de ficar na casa dela, às vezes na minha. Era só curtição.

Mas...Eu parei de sair com as pessoas quando comecei a sair com ela.

Além de fazer tudo juntas, tínhamos até nossa música, Tenta acreditar de ANAVITÓRIA

A gente se gostava, mas não tinha nada sério.

E em uma sexta feira qualquer que a gente estava na casa dela, Sofia pareceu demonstrar querer algo, perguntando o que éramos.

Eu não soube o que responder. Falei que não tínhamos nada sério.

Por mais que eu goste dela a muito tempo, e sempre esperei por isso, mas é tudo muito novo, eu quero curtir, conhecer gente nova, sensações novas, um namoro vai me sufocar. Mas não quero perder ela.

Eu quero ficar com ela, mas eu tenho medo...E se não der certo?

Eu surtei.

Enquanto tocava nossa música, nós tivemos uma briga, terminamos qualquer tipo de coisa que tivéssemos.

A música morreu.

Saindo da casa dela, depois da discussão, mandei mensagem para a primeira pessoa que supriria minhas carências.

João Miguel.

Ele até que respondeu rápido, e me convidou para ir até sua casa.

Fui até lá o mais rápido possível.

João me recebeu em sua casa e subimos para o quarto.

- "Fazia tempo que a gente não se encontrava." - O garoto falou e riu, enquanto trancava a porta do seu quarto. Não queríamos que ninguém visse.

- "Sim. Vamos fazer isso logo." - Me aproximei, segurei seu rosto e o beijei.

Eu esperei sentir aquela mesma sensação que sentia com ela.

Mas não, nem uma chama.

No passado, nunca teve realmente a chama, mas eu buscava sensações, e foi nele que achei.

Passei as mãos por seu pescoço e ele rodeou minha cintura com as suas.

Tentei aprofundar, eu sei que não era ela, mas eu precisava disso.

No entanto, antes que eu pensasse duas vezes, ele mesmo fez isso.

- "E-Eu acho melhor a gente diminuir isso..." - Falou, se afastando e sentou na cama.

- "Concordo." - Ri e me sentei ao seu lado.

- "Cara, não é nada com você, é só que...Tanta coisa 'tá acontecendo..." - Ele falou.

- "Nem me fale." - Suspirei.

- "O que aconteceu para você sentir saudades do nada?"- Perguntou, rindo.

- "Ah, é que acabei tendo uma briga com a garota que eu 'tava ficando." - Respondi, sem muitos detalhes.

- "Quê? Tu falou garota?" - Me olhou em choque.

- "Falei. Qual o problema?" - Questionei, franzindo o cenho.

- "Nenhum, mas eu não sabia que tu curtia mulher." - Falou, e deixou um clima tenso no quarto. - "Mas...Tu fica comigo, então, você não é lésbica?" - Parecia pensar muito sobre o assunto, estar realmente confuso sobre.

- "Nem hetero." - Afirmei e ele balançou a cabeça. - "Sabe, pessoas bissexuais existem." - Afirmei e João me olhou confuso.

- "Bissexuais? Tipo, dois? Como assim?" - Parecia surtar em sua cabeça. Eram coisas novas demais para ele.

- "São pessoas que gostam de mais de um gênero. Podem gostar de homens, de mulheres, do que for." - Falei, jogando minhas costas contra  a cama.

- "Entendi...Me fala mais de como tu descobriu que era esse bi, não sei o quê." - Também deitou, mas com sua cabeça apoiada em seu braço e com o corpo virado para mim.

- "Ah, não sei. Eu sempre gostei de coisas novas, e a medida que fui crescendo, fui começando a questionar a minha sexualidade. Conheci pessoas que me fizeram sentir coisas como nunca antes, sabe?" - Olhei para ele, que balançou a cabeça concordando. - "Por que tu 'tá tão interessado nisso agora?"- Perguntei.

- "É que...Eu acho que possa estar começando a gostar de alguém, sabe? De verdade, mas é muito novo, tudo." - Suspirou e deitou de costas na cama.

- "É novo por ser um garoto?" - Eu já imaginava que fosse isso, seu olhar de surpresa nem disfarçou.

- "Como?" - Me olhou incrédulo.

- "Estava óbvio! Mas aí, fala mais dele." - Agora, eu que encarava ele, sorrindo.

- "Ah, não sei..." - Falou, sem jeito.

- "É o loirinho novato?" - Ri ao ver, novamente, sua expressão surpresa.

- "Você precisa parar!" - Reclamou, tampando seu rosto, enquanto eu ria.

- "Vamos! Fala mais dele!" - Ri, tirando as mãos de seu rosto e vendo um sorriso involuntário abrir em sua face.

- "Ah, ele é bem branco, irritado, baixo demais, engraçado e sempre consegue me surpreender os meus pensamentos sobre si." - Riu feito um bobo. - "Ele também tem o sorriso mais bonito que eu já vi, apesar de não rir muito." - Sorriu.

- "Você, definitivamente, está apaixonado." - Falei, mas seu sorriso pareceu murchar. - "O quê?" - Perguntei.

- "O que Mauricio e Rafael vão pensar?" - Ah, agora suas preocupações fazem um pouco mais de sentido.

- "Sinceramente, eu não sei, mas se forem seus amigos mesmo, vão te apoiar. Acho que Mauricio ficaria do seu lado, Rafael, eu já não sei." - Respondi. Eu sempre tive esse pé atrás com Rafael. - "Mas você não vai 'tá sozinho, eu posso te ajudar nessas crises gays." - Falei, rindo e ele riu também.

Talvez ele só seja um bobo apaixonado.

Talvez eu também seja uma.