𝟬𝟬𝟱

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. 𝗖𝗵𝗲𝗶𝗿𝗼 𝗱𝗲 𝗽𝗼́𝗹𝘃𝗼𝗿𝗮.

Dedicado à todos os leitores que já de desiludiram. Divirtam-se.

[...]

Julienne era uma mulher machucada.

Isso era evidente, apesar de seus esforços para esconder a dor. Ela era a irmã mais velha de Joanna, a caçula das três. Anna sempre foi um exemplo para as meninas; elas a viam quase como uma mãe. Com apenas quatorze anos, Julienne perdeu seus pais em um incêndio, enquanto Joanna tinha apenas doze.

Após a tragédia, as irmãs foram morar com seus tios, que as acolheram de forma calorosa. Claro, não foi fácil se adaptar à rotina agitada da casa, mas as meninas logo se acostumaram. Julienne, admirada, olhava para sua prima mais velha, que sempre se destacava. Anna parecia ter uma luz própria, atraindo até mesmo o garoto mais "desejado" de Birmingham: Anthony Vandortt.

Anthony tinha um charme inegável, e Julienne não pôde evitar se apaixonar por ele. Era um amor que a levava a sonhar, mas também a fazer escolhas questionáveis. Ela percebeu que estava perdidamente atraída por ele, mesmo sabendo que era o puro mal caminho. Anthony era o fruto proibido que ela queria devorar até o caroço. Apesar de suas tentativas frustradas de atraí-lo, ela nunca desistiu. Cozinhava para ele nas madrugadas em que ele trabalhava até tarde no escritório do pai.

Foi em uma dessas noites, enquanto bebiam e riam, que Anthony deixou escapar que ajudava Anna em seu trabalho de "pintar casas". Julienne, confusa, perguntou o que isso significava. Ah, como era ingênua! Anna, em sua juventude, acreditava que "pintores" se referiam apenas a pessoas que pintavam paredes. Mas o mundo dela estava prestes a mudar.

Quando Julienne descobriu a verdade, sentiu nojo e incredulidade. Como alguém poderia viver assim, com as mãos manchadas de sangue, e ainda dormir à noite? Anna era um mistério. Mesmo manchada de vermelho, continuava bela. E a mais nova a admirava, sem entender a escuridão que cercava a prima.

Com o tempo, Anna se tornou conhecida entre os mafiosos e a escória da cidade após seu pai mudar de vida e começar a trabalhar com Bill Bufalino, aliado de Angelo Bruno. As famílias se tornaram praticamente irmãs, e foi durante um desses jantares que Julienne conheceu Benjamin Bufalino. Ele era encantador, com seu cabelo castanhos  perfeitamente penteado e olhos verdes que imediatamente capturaram a atenção dela.

O sorriso brilhante dele e suas piadas sem graça a fizeram acreditar que havia encontrado seu lugar no mundo. Ela não pensava muito sobre as consequências de seu amor, sentia que a conexão era instantânea. Ela sonhava em se casar logo após o casamento de Anna e Henry, mas isso não aconteceu. O que deveria ser um dia de celebração se transformou em um pesadelo quando Anna entrou em uma profunda depressão.

Aquela noite, marcada em sua memória, jamais se apagaria.

Com um buquê de rosas brancas nas mãos, Julienne caminhava ao lado de Benjamin, cuja mão estava entrelaçada na dela, enquanto a outra mantinha uma arma oculta no bolso. Naquela época, os Bufalino estavam sendo perseguidos por russos que exigiam pedidos de desculpa por um comentário que levaram como afronta. Quando Julienne foi atingida por um tiro, o mesmo suou frio.

Um tiroteio irrompeu e, em meio ao caos, Benjamin foi atingido. O mundo dela parecia girar. Julienne gritou, sentindo seu peito apertar enquanto o corpo dele caía ao seu lado. Lutando para se levantar, ela rastejou até a arma de Benjamin e, com um tiro certeiro, atingiu o atirador, mas seu coração estava despedaçado.

Quando finalmente se deu conta da situação, abraçou o corpo do noivo, chorando desesperadamente, enquanto as rosas brancas se manchavam de sangue. Era uma cena de tragédia e desespero.

𝐖𝐄𝐒𝐓 𝐂𝐎𝐀𝐒𝐓 ─ 𝖳𝗁𝗈𝗆𝖺𝗌 𝖲𝗁𝖾𝗅𝖻𝗒Onde histórias criam vida. Descubra agora