𝐖𝐄𝐒𝐓 𝐂𝐎𝐀𝐒𝐓 ─ 𝖳𝗁𝗈𝗆𝖺𝗌 𝖲𝗁𝖾𝗅𝖻𝗒

𝟬𝟬𝟲

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. 𝗔𝗿𝘁 𝗗𝗲𝗰𝗼́ .

Dedicado a todos os leitores que precisam do seu companheiro para continuar. Divirtam-se.

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Anthony Vandortt era um homem envolto em mistério, um enigma cujas profundezas poucos se atreviam a explorar. Ele era uma mistura de emoções em um poço sem fundo, onde o medo e a indiferença coexistiam em um mesmo espaço.

A verdade era que Anthony sempre se destacou por sua calma e tranquilidade, quase excessivas. Ele não se importava com o que os outros pensavam ou faziam; simplesmente vivia sua vida da maneira que desejava. "Dane-se", essa era sua filosofia. No entanto, essa aparente indiferença escondia uma tempestade interior, um ciclo de incertezas que ele não compartilhava com ninguém.

Ele sempre foi cínico sobre o próprio destino, acreditando que tudo era irrelevante, desde que permanecesse tranquilo. A infância, em sua essência, era a única fase que ele guardava com um certo carinho — mas mesmo isso era uma recordação complicada. Enquanto ele amava a solidão e a liberdade de observar as nuvens, seu pai o via como alguém preguiçoso e desligado. A verdade era que Anthony se sentia mais confortável longe dos olhares julgadores, desfrutando do silêncio que as nuvens lhe ofereciam.

Por trás da fachada tranquila, havia um garoto excepcionalmente inteligente, alguém que sempre foi bom em tudo. Seus talentos chamaram a atenção de sua mãe, Pietra, mas o que poucos sabiam era que ele não se importava com as atividades de seus pais, que operavam na escuridão do mundo do crime. Para ele, era mais fácil ignorar esses aspectos da vida até que os Monroe entrassem em cena.

A relação com os irmãos Monroe evoluiu de um simples contato para uma verdadeira amizade. A presença deles despertou algo que Anthony não conhecia — uma sensação de pertencimento. Com Anna, tudo mudou. Ela era a única que conseguia penetrar suas defesas e acender uma chama que ele pensava estar extinta. Ele se lembrava de como a defendia de crianças maldosas, e isso apenas aproximou os dois.

As noites que passavam juntos, estudando as estrelas, eram sagradas. Anna e Anthony compartilhavam chá de hortelã e sonhos, com os olhos fixos no céu, sonhando com a Costa Oeste — um lugar distante, tranquilo e longe dos conflitos que cercavam suas vidas. O juramento yubikiri genman que fizeram simbolizava a profundidade da amizade que havia se formado entre eles. Com um simples entrelaçar dos dedos mindinhos, prometeram que estariam sempre um ao lado do outro.

No entanto, com o tempo, Anthony começou a notar a transformação de Anna. O corpo dela mudando, tornando-a mais atraente do que jamais havia percebido. O crescimento dos seios, os cachos volumosos e o quadril mais arredondado o deixaram confuso e inquieto. Ele agradecia a Pietra por mantê-lo ocupado, assim não precisava confrontar a nova realidade de seus sentimentos.

Ele adorava Anna, mas não de uma maneira simples e direta. Era um amor misturado com necessidade, desejo e uma forte vontade de protegê-la. A perda de sua inocência na infância o havia ensinado a cuidar de quem realmente importava. Ela era a luz em sua escuridão, a única que conseguia acalmá-lo quando tudo ao seu redor estava desmoronando.

O dia da morte de seu pai se fixou em sua memória como um divisor de águas. Depois daquele evento trágico, Anthony se viu atolado em responsabilidades e em um mundo que não o deixava respirar. A pressão da vida adulta o levou a adotar novos hábitos, como fumar, uma forma de escapar da realidade. Anna odiava o cheiro do tabaco, mas isso nunca o impediu de acender um cigarro.

Apesar de seu relacionamento se transformar ao longo dos anos, o amor por Anna nunca desapareceu. Ele a via como uma parte de si, uma âncora em um mar tempestuoso, e mesmo sem ela em seus braços, a necessidade de tê-la por perto o consumia. O receio de perdê-la o mantinha acordado à noite, e o pensamento de que ela agora estava ao lado de Thomas Shelby o deixava com um nó no estômago.