𝟬𝟬𝟮

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...

. 𝗦𝗵𝗲𝗹𝗯𝘆'𝘀 .

Dedicado a todos os leitores que já tiveram o coração partido. Divirtam-se.

[...]

Thomas Shelby é um gangster fodido.

Ele resolve tudo com violência, o que não surpreende, dado seu histórico como veterano da Primeira Guerra Mundial. Tommy é um homem de negócios, sempre focado e indiferente, como se tivesse se desconectado das emoções. Para ele, poucas coisas importam além do controle e do poder. Sua frieza é a marca de um homem que raramente mostra fraqueza, e as lágrimas são um luxo que ele não se permite — salvo em raros momentos de vulnerabilidade.

Essa força implacável é o que o torna o líder natural dos Peaky Blinders. Enquanto Arthur Shelby, seu irmão mais velho, é a força bruta impulsiva, e John, o romântico imaturo, Tommy se destaca pela sua astúcia. Ele carrega o peso da família nas costas, sempre calculando os próximos passos. Isso, entretanto, não o torna imune aos vícios. Ele se perde no álcool, nas apostas, e usa as mulheres como peças de xadrez — sempre escolhendo aquelas que lhe trazem alguma vantagem.

Porém, sua vida mudou quando conheceu Grace. Grace não foi apenas uma conquista; ela foi o seu respiro, sua chance de redenção, seu grande amor. Com ela, Tommy experimentou um tipo de felicidade que há muito tempo havia esquecido. Ela trouxe de volta uma faísca de paixão, algo que ele acreditava ter perdido na guerra e nos negócios. Mas essa felicidade foi arrancada dele de forma brutal.

Naquela festa, o tiro destinado a ele acertou Grace. A perda dela o afundou em sentimentos devastadores de culpa e ódio. Mais uma vez, Tommy se fechou para o mundo, incapaz de lidar com a dor. Ele se tornara, mais uma vez, um homem destruído, repleto de frustração e solidão.

Agora, ele estava prestes a se casar novamente. Uma situação tão improvável quanto incômoda. A noiva? Anna Monroe, uma jovem sete anos mais nova que ele, e antiga amiga de seu falecido irmão John. Para Tommy, o casamento com Anna parecia uma piada cruel do destino. Ele não tinha ilusões de que voltaria a amar. Não acreditava que algo bom poderia surgir dali. Mas havia algo em Anna que o deixava curioso, uma tranquilidade incomum que o deixava menos apreensivo sobre o casamento.

Ele sabia que a família Monroe carregava rancor pelo passado — afinal, um atentado quase os destruíra anos antes. Tommy esperava traições a qualquer momento, mas não da parte de Anna. Ela parecia leal, diferente de outras pessoas em sua vida. Pietra, por outro lado, era uma figura que ele jamais confiaria, quase como uma encarnação de Judas, já que ele traiu Jesus pelo cifrão.

Agora, restava apenas esperar. O casamento estava marcado, e Tommy sabia que, de um jeito ou de outro, seu destino seria selado naquele dia. Ele só não sabia como.

[...]

— Thomas Shelby? — Anna perguntou, incrédula.

— Ele nem é tão feio assim — Peter comentou, examinando uma foto da família Shelby. — Misericórdia, nunca imaginei o John como um homem de família.

— Eu não quero me casar com Thomas, isso parece um absurdo, não sei... — Anna balançou a cabeça, visivelmente desconfortável. — Se o John estivesse vivo, ele nunca deixaria isso acontecer.

— Honestamente, ele provavelmente teria se casado com você antes mesmo do irmão — Peter deu um sorriso divertido, mas Anna o encarou com uma expressão séria.

— Não começa com isso de novo — ela suspirou, sentando-se na cama e revirando os olhos.

— Todo mundo sabia que o John era completamente louco por você quando éramos crianças. Acho que ele se apaixonou depois de levar aquele soco — Peter brincou, pegando um biscoito da mesa.

𝐖𝐄𝐒𝐓 𝐂𝐎𝐀𝐒𝐓 ─ 𝖳𝗁𝗈𝗆𝖺𝗌 𝖲𝗁𝖾𝗅𝖻𝗒Onde histórias criam vida. Descubra agora