red and blue on my fingers

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Steve abriu os olhos ao sentir uma fraca claridade vinda da fresta da cortina, sua mente ainda estava presa entre o sono e o despertar quando viu seu marido descansando em seus braços pacificamente. O loiro não sabia as horas no momento, porém imaginou que já deveriam estar de pé, não demoraria muito para sua bolinha de energia saltitar pela casa procurando por café da manhã.

Sendo assim, ele precisava acordar seu marido ㅡ cozinhar não era a mesma coisa sem suas provocações. Rogers começou a distribuir beijos pelo topo da cabeça do moreno com esperança de que isso fosse o suficiente para acordá-lo.

ㅡ Bom dia, amor. Vamos acordar? ㅡ disse entre os beijos.

Seu marido mudou de posição para se afundar ainda mais nos braços dele.

ㅡ Cinco minutos. ㅡ Um resmungo abafado saiu das cobertas.

Ele sorriu para a preguiça de Tony. No mesmo instante, uma sensação de vertigem iniciou pelo corpo inteiro, como se todo o quarto estivesse sendo desfeito, o loiro sentiu-se cada vez mais distante do ambiente. Na segunda vez que abriu os olhos, ele percebeu o porquê, pois estava sozinho em um quarto totalmente escuro e silencioso.

Não era o primeiro e nem seria o último sonho que teve com seu marido na antiga rotina matinal deles antes da viagem. Tony e Peter haviam viajado para Itália há três semanas atrás em uma visita à mãe de seu marido, infelizmente, Steve não pôde ir por conta da organização de uma nova exposição de arte na Blue Gallery ㅡ onde ele era proprietário, administrador e artista.

Rogers falava com seu marido e filho todos os dias, mas não via a hora de ambos voltarem para Nova York. Sua rotina não era a mesma sem eles, não havia ninguém para acordar, nem para fazer grandes refeições, não havia brincadeiras e muito menos noites de cinema, se ele soubesse que não saberia ficar sem eles teria pedido para Natasha cuidar da galeria.

Sem muito entusiasmo para levantar e fazer café da manhã, ele tirou o lençol das pernas para ir até o banheiro. Com sua família ou não, ele precisava trabalhar.

Chegando na frente da galeria, ele viu que já estava aberta para o público ㅡ provavelmente Natasha tinha vindo bem cedo. Steve encaminhou-se para seu escritório, que era uma das primeiras portas próximas à recepção.

Algumas pastas foram deixadas em cima da mesa, deviam ser papéis para assinar, essa era a parte que ele mais odiava em ter sua própria galeria, seria melhor se fosse somente expor artes brilhantes, entretanto, tudo é negócio hoje em dia.

Quando ia sentar para averiguar a papelada, o celular acendeu com uma chamada de "Pai do meu filho <3".

ㅡ Bom dia, amor! ㅡ Steve declarou com tom de saudade.

ㅡ Se toda vez que eu te ligar for essa tristeza toda, eu não ligo mais.

ㅡ Tony...

ㅡ Eu 'tô brincando, você sabe. Bom dia, amor. Já foi pro trabalho?

ㅡ Estou no escritório agora ㅡ disse enquanto encarava o primeiro contrato.

ㅡ Que milagre a Romanoff não ter te chamado pra uma reunião.

Steve conseguia ouvir ao fundo da ligação ruídos de Peter, ele sentia tanta falta daquele pestinha.

ㅡ Eu não vi ela hoje, acabei de chegar.

O loiro cessou a fala por alguns segundos e fez menção de voltar a conversa.

ㅡ Steven, pode perguntar que eu já sei o que é.

ㅡ Tem certeza que não consegue passagens pra amanhã? É o nosso dia.

Seu marido suspirou do outro lado.

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