O Mesmo Lugar

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Deixei a música tocada no capítulo acima:

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Já se faziam três dias que Anson - primo de Maris - havera se mudado com a esposa Jolene e filho que ela teve em um casamento que não deu certo. Mesmo com esse pouco de tempo, os três começavam a irritá-la sem fazerem nada.

Anson passava o dia todo trabalhando em um fábrica enquanto a esposa ficava assistindo a filmes na Netflix e o filhos dela ficava na rua. Maris sabia que seu primo só tinha culpa de ter escolhido a mulher errada para ficar ao seu lado por toda a vida, mas Jolene poderia ajudar nos afazeres domésticos. E apenas a rotina de ficar sentada assistindo e ir a academia estava incomodando e despertando um sentimento ruim.

Maris estava pronta para fazer um atendimento a domicílio quando avistou a mulher de Anson deitada no sofá dormindo e o cabelo loiro e comprido atingido o chão. Ela segurou-se para não acordar Jolene, mas fora impossível nao revirar os olhos.

E se eu cortar o cabelo dela? Maris questionou a si mesma ao notar uma enorme tesoura na estagna-te próxima a televisão. Seriam apenas três passos até o objeto cortante, e ao movimentar-se para pega-lo, ela custou uma mão agarrando antes que o fizesse.

- O que está fazendo, Maris? - questionou Índigo.

- É só uma brincadeira, vovó. - respondeu.

- Deixe a Jolene em paz.

- Ela vai ficar o dia todo dormindo? - questionou Maris. - Essa casa está parecendo a garagem do inferno. - acrescentou.

- Você conhece o Anson. - disse Índigo. - Nao importa o quão Jolene não preste. - ela fez uma pausa. - Ele sempre irá ficar do lado da esposa. - concluiu.

Maris soltou um sorriso sarcástico e revirou os olhos mais uma vez.

- Os homens desta família são um idiotas.

Fora tudo o que Maris disse antes de adentrar no quarto para pegar sua mochila e uma maleta de tamanho médio na cor prateada. Ela retirou o seu celular do bolso e notou que o Uber já se encontrava na porta de sua casa.

Ao adentrar no veículo, Maris colocou a maleta e a bolsa de seu lado direito. Ela reconheceu a voz feminina na música que o motorista estava escutando.

Choke this love 'till the veins start to shiver (Sufoque esse amor até as veias começarem a estremecer)
One last breath 'till the tears start to wither (Um último suspiro até as lágrimas começaram a secar)
Like a river, like a river (Como um rio, como um rio)
Shut your mouth and run me like a river (Cale a boca e me percorra como um rio)

Maris não recordava mais quantas vezes esteve no banco traseiro de um carro escutando uma música que não se identificava. Mas ela encontrou uma canção para fazê-la escutar o grito que crescia dentro de si mesma.

Maris sentia aquela eletricidade percorrendo sua veias, fazendo seu cérebro agitar e pensar em diversas maneiras de aproveitar o dia. Ela segurou-se para não pedir o motorista para estacionar o carro e sair correr em direção a qualquer lugar que não fora modificado pelo homem.

No momento em o motorista estacionou o veículo em a frente a um enorme prédio, Maris entregou o dinheiro contado para ele e saiu do carro. Ela colocou a mochila em sua costa e segurou a maleta l pela alça com a mão esquerda, e a que se encontrava livre digitou uma mensagem para seu cliente.

Estou entrado no prédio, senhor Thorne.

- Maris.

O quarto é de numero 36, no sétimo andar.

- Thorne.

Maris guardou o celular no bolso traseiro de sua calça jeans escura e caminhou pelo pequeno salão em direção ao elevador onde tinha apenas uma senhora que aparentava ser mais velha do que a sua avó. Ela apertou o botão de número sete e assistiu as portas se fechando.

Quando o elevador parou no sexto andar, as portas se abriram e Maris segurou a mão da idosa ajudando-a a sair do recinto. Quando ela chegou no sétimo andar, caminhou até a porta onde tinha o número 36 na porta de cor branco.

Maris tocou na campainha e em questão de segundo avistou um homem um pouco mais alto e que aparentava estar acima do peso abrindo a porta.

- Você é a Maris, certo?

- E você é o senhor Thorne? - ela questionou.

- Sim. - respondeu. - Mas chame-me de Harry. - acrescentou.

Ela assentiu.

Ao colocar os pés dentro do quarto e passar por ele, Maris sentiu que não deveria estar naquele lugar e que deveria retornar imediatamente para sua casa. Ao escutar Harry fechando a porta na chave, ela virou-se para olhá-lo e disse:

- Você irá querer o spa dos pés.

- Sim.

- Você precisa deitar de bruços sobre a cama. - afirmou Maris.

Ela virou-se de costa e colocou a bolsa sobre uma cadeira vazia e maleta em uma bancada de mármore. Não demorou muito para Maris sentir as mãos gordas e grossas afastando seu cabelo negro para frente.

Miserável. Pensou ela enquanto pegava a espátula de ferro que possuía o cabo de ponta fina como uma agulha. Maris virou-se para olhá-lo, o empurrou e disse:

- Eu não faria isso se fosse você.

- Calma aí, gatinha. - ele disse caminhando na direção dela.

Antes que Harry se aproximasse mais ainda, ela jogou seu joelho contra a parte íntima dele. Quando ele segurou o pescoço dela com ambas mãos, Maris enfiou a parte pontuda da espátula no antebraço dele.

Harry afastou gritando de dor enquanto tentava puxar a espátula que havera atravessado seu braço e o sangue caia no chão de azulejo branco. Quando ele puxou o objeto e jogou no chão, Maris cerrou o punho e lançou um soco no queixo dele fazendo o escorregar no fluido vermelho bater com a cabeça no chão.

Ela apressou-se para pegar a espátula suja de sangue que estava jogada no chão e colocar sua mochila nas costas e levar sua maleta junto consigo. Maris saiu do apartamento tão rápido que nem sequer lembrou de limpar suas digitais na maçaneta da porta.

Não posso voltar lá dentro. Ela disse para si mesma enquanto caminhava para longe do prédio e aproximava-se do táxi onde tinha uma pessoa saindo do veículo. Sem pensar duas vezes, Maris entra no carro e ao fechar a porta e olhar para o lado avista um homem loiro de olhos azuis que também estava sentando no banco traseiro. Ambos se encararam e perguntaram a si mesmo por que esta pessoa não verificou que havia outro passageiro?

- Com licença...

- Não diga mais nada. - Maris interrompeu o motorista. - Nós dois estamos indo para o mesmo lugar. - acrescentou.

O homem desviou seu olhar dela e direcionou ao motorista quero observava através do retrovisor interno do carro. Quando ele assistiu o passageiro assentir com a cabeça, conduziu o carro ao destinado dele.

Amaldiçoada - Coração EternoOnde histórias criam vida. Descubra agora