Sete.

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*Oie, voltei com mais um capítulo desse casal em reconciliação. Espero que gostem!! Bjos 😘*

...

O fim de semana chegou e com ele o último final de semana de Janeiro lhes dava as boas vindas e automaticamente já se despedia. A penúltima semana do mês havia virado a vida deles ao avesso, e Stênio ainda não tinha digerido a confissão de Helô sobre sua performance nos últimos tempos. 

Religiosamente, assim como todos os sábados estava pronto para correr com Moretti. Era cedo, quase seis da manhã, pegou sua garrafa de água e saiu deixando Helô e suas meninas dormindo. 

— E aí cara, como estão as coisas com a Helô? – Moretti perguntou quando pararam para tomar água. 

— Tá tudo bem. – Se limitou a dizer. 

— Ah qual é, cara? – Ele limpou o suor da testa. – Você tá aí todo esquisito.

— Tudo hem. – Suspirou derrotado. – A gente brigou. – Se limitou a dizer. 

— Pô cara, vocês brigam sempre! – Soltou um riso mas ficou sério ao notar o semblante do amigo. – Foi sério assim? 

— Eu tô cansado Moretti, tô ficando velho, só quero ficar de boa com a minha mulher. – Desabafou.

— Você conhece a Helô melhor do que ninguém, casou com ela DUAS vezes. – Riu da última parte. – Você ama ela há muito tempo e ela também ama você, tira essa cara de bunda e dá um jeito de reconquistar ela. 

— Acho que essa foi a coisa mais bonita que você já me disse. – Stênio riu.

— Vai se foder. – Moretti riu junto. – A Heloísa é dura na queda, mas você sabe bem como amansar. – Empurrou o amigo de leve e o mesmo riu. – Agora larga de corpo mole e vamos correr. – Se virou e saiu na frente de Stênio.

[...]

Stênio chegou em casa algum tempo depois carregando um saquinho com os pãezinhos preferidos de Helô e sua camisa pendurada no ombro. 

Helô estava chegando na sala de jantar quando viu o marido passando distraído pela porta, estava sem camisa e mexendo bem concentrado no celular. Ainda alheio à presença da esposa, Stênio trancou a porta e cantarolou uma música qualquer, se virou e se assustou brevemente ao ver a mulher parada de braços cruzados o encarando. 

— Helooooô. – Cantarolou e se aproximou da mulher.

— Madrugou em Stênio. – Carregou o sotaque no nome dele. 

— Fui correr com Moretti. – Tentou se aproximar mais para lhe dar um beijinho de bom dia e a mulher deu dois passos para trás. 

— Mantenha a distância. – Levantou a mão e carregou ainda mais o sotaque. – Não sabia que você corria desse jeito com o Moretti. – Cruzou os braços e o olhou de cima a baixo, a bermuda caia levemente na cintura deixando as entradas e a barra da cueca aparecendo.

— De que jeito? – Stênio perguntou divertido. 

Sem roupa. – Torceu o nariz e pegou o saquinho que Stênio havia levado, o homem gargalhou e foi em direção à cozinha. 

— Meu amor. – O advogado voltou da cozinha carregando uma garrafa de café e duas xícaras. – Eu não corri sem roupa. – Colocou as coisas na mesa e voltou na cozinha para pegar as frutas na geladeira. – Eu só tirei a camisa no elevador, tava calor demais. 

— E você tava sozinho no elevador? – Arqueou a sobrancelha e cruzou os braços novamente. 

— Tinha aquela mulher do quinto andar. – Deu de ombros como se não se importasse. E realmente não se importava.

— Você quis dizer aquela senhora do quinto andar, né? A dona Maria.  – Espremeu os olhos olhando desconfiada. 

— Não amor, a Carla do quinto andar. A loira. – Se sentou na cadeira para tomar seu café e esperou que Helô fizesse o mesmo. 

— A CARLA? – Deu dois tapas no braço dele.

— AI. OU. OU. Para com isso. – Segurou a mão dela.

— Você é inacrê. – Respirou fundo. – Olha aqui Stênio, eu não gosto disso não em, você sabe.

— Disso o que? – Afinou a voz. – Ela entrou no elevador e eu já estava sem camisa, não tirei pra ela. 

— Não deveria ter tirado em momento algum. – Falou entredentes. – Aquela ali dá em cima de você até quando eu estou junto, imagina sozinho e desse jeito. – Passou a mão no cabelo nervosamente. – Stênio se eu souber que.. 

— Ei. Ei. – Stênio segurou a mão dela e a puxou em sua direção. –  Qual o motivo dessa animosidade toda pra cima de mim antes das oito? – Puxou a mulher, com resistência, para que ela sentasse de lado em seu colo. – Não precisa ter ciúme Helô. – Enrolou o cabelo dela com uma mão fazendo a mulher fechar os olhos apreciando o gesto.

— Que ciúme? – Perguntou com a voz esganiçada e tentou sair do colo dele, mas Stênio a segurou firme. – Não tenho ciúme. – Fez um bico que Stênio achou adorável. – Só não quero ser feita de otária. 

— Escuta bem Helô! – Falou baixo no ouvido dela deixando a pele arrepiada.  – Eu não quero outra pessoa. Eu quero você. – Plantou um beijo no lóbulo da orelha dela. – Eu amo você. – Ela olhava atentamente para ele. – Você é a minha esposa, não tem espaço para mais ninguém além das nossas filhas. Helô você… – A mulher colocou o indicador na boca dele interrompendo a fala. 

— Shiii. Você fala demais. – Murmurou com a voz rouca e o beijou.

Helô passou os dedos por entre os fios grisalhos e aprofundou o beijo. Stênio embrenhou uma mão no cabelo dela e a outra usou para segurar firme a cintura dela. 

Ela suspirou entre o beijo e Stênio aprofundou ainda mais. O beijo tinha gosto de saudade. Tinha gosto de desejo. Se beijavam com devoção e amor. 

Era impressionante como o sentimento ardia forte entre eles mesmo depois de três décadas.  Pode ser até que em algum momento tenha ficado ali guardadinho, escondido dentro do peito, mas bastava se encontrar, bastava se encostar que tudo voltava à tona novamente.

Era uma conexão inexplicável, nem eles sabiam dizer como acontecia, só sentiam. E por mais que já tenham tentado, e não foram poucas vezes, jamais haviam encontrado em outro alguém o mesmo ou maior sentimento. 

Stênio finalizou o beijo deixando selinhos na boca de Helô e pelo rosto dela. A mulher, ainda de olhos fechados, sorriu. Ela passou o nariz no dele em um esquimó singelo e o abraçou pelo pescoço dando um cheiro no pescoço dele. 

— Bom dia! – Ela falou num suspiro. 

— Agora sim, bom dia! – O homem deu um sorriso preguiçoso e intensificou o abraço. 

O casal permaneceu grudado pelo resto da manhã. Se curtindo, namorando, papeando amenidades,  vivendo numa leveza que há muito não viviam. 

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