II

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Duas semanas depois

Era estranho olhar para o salão principal da mesa dos professores, Tom pensou. Faziam quase doze anos desde que ele havia estado na escola, e agora que ele estava de volta, isso enchia ele de um sentimento estranho que ele se recusava reconhecer. Tom Riddle não sentia emoções. Elas são inferiores a ele.

Tom observou os alunos entrarem no salão principal, conversando entre eles sobre as férias de inverno. Conversas fúteis, Tom pensou. Quando ele tinha a idade deles, já havia começado a trabalhar em seu objetivo de dominação mundial.

Tom nunca achou que ia por os pés de volta em Hogwarts. Mas quandoe ele ouviu a notícia de que o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas estava seriamente doente, ele agarrou a oportunidade. Pouco o perturbava o fato de que já estavam na metade do ano letivo. Hogwarts era onde ele se sentia em casa, apesar de que ele nunca admitiria isso. Covardes precisavam de conforto e familiaridade, não pessoas como ele que estavam destinadas a algo muito maior.

Um bando de garotas inrrompeu no salão, seus olhares recaindo sobre ele e Tom tentou não revirar os olhos quando elas caíram em risadinhas, com as bochechas rosando. Que vidas trivias.

Tom pegou uma taça de suco de abóbora, trazendo até os lábios, mas antes que ele pudesse beber um gole, um rosto familiar adentrou o salão, alguém que não deveria ter nada a fazer em Hogwarts. E definitivamente nada a fazer vestindo o uniforme de aluna. O pulso dele aumentou só um pouco.

Avani Chaudhry riu de algo que uma garota disse enquanto se sentavam à mesa da sonserina. Ela parecia diferente, ele pensou. O cabelo, geralmente perfeitamente arrumado, era uma bagunça ondulada ao redor da cabeça dela. Em Paris, ela sempre se vestia impecavelmente, seus vestidos caros ajustados com perfeição. O uniforme escolar era o oposto disso. A gravata dela estava frouxa, os botões da camisa abertos, quase inapropriado mas não escandaloso o suficiente para alguém chamar a atenção dela por isso. A saia da garota estava arrumada de modo a parecer mais curta que das outras garotas. A única coisa que permaneceu eram seus lábios vermelhos, de formato tão afiado e de cor tão carmim que lembravam uma faca ensanguentada.

Foi aí que ele percebeu que ele não era o único com vantagem no pequeno fiasco dos dois. Enquanto ele achava que tinha ela apaixonada, deixando ela sozinha naquela ponte, Avani jogava o próprio jogo. A garota fez ele pensar que ela era alguém totalmente diferente. Alguém mais velha, mais sofisticada..... alguém que atrairia a atenção de um homem como ele. Mas lá estava ela, uma garotinha rebelde que era muito mais esperta do que deveria.

Um riso curto em zombaria escapou dos lábios de Tom, seguido de uma risada.

Ela não havia percebido ele ainda, e isso o divertia profundamente enquanto ele imaginava a reação dela quando visse ele.

"O suco não está bom, Tom?" Slughorn perguntou. Tom desviou os olhos de Avani, virando a cabeça para ver seu antigo professor, agora colega.

"Temo que estou cheio", Tom respondeu, colocando o copo de volta na mesa.

Slughorn terminou a própria bebida, secando os lábios com um guardanapo. "Sabe, sempre imaginei que trabalharia no ministério. Se tornaria ministro da magia algum dia".

Tom estalou a língua contra a bochecha. Ele trabalhando no ministério? Não. Ele iria governar o mundo todo. "É difícil de conseguir isso quando não se tem contatos poderosos, professor. Não fui sortudo o suficiente para nascer em uma família poderosa."

Era uma desculpa patética, mas ele não estava querendo impressionar Slughorn. Tom tinha tantas conexões e contatos que poderia arrancar Slughorn de sua posição. Porra, ele poderia organizar um golpe se ele quisesse.

"Oh, querido, se você quisesse contatos poderia ter me pedido. Me diga, você ainda tem vontade de trabalhar no ministério?"

Tom deu de ombros e acenou de leve, pensando que levaria muito tempo mentir sobre por que ele não queria trabalhar no ministério.

"Muito bem então," Slughorn disse, esfregando as mãos uma na outra. Ele examinou o salão principal, procurando alguém.

"Ah, sim, ela é perfeita," Slughorn disse. "O pai dela é chefe do departamento das leis da magia"

Slughorn chamou o zelador com um aceno de sua mão. "Peça a Senhorita Chaudhry para vir aqui".

Tom parou de respirar por um segundo, assistindo enquanto o zelador magro andava até a mesa da sonserina, falando alguma coisa para Avani.

A garota pediu licença para os amigos, se levantando e andando em direção a mesa dos professores, seus olhos em Slughorn. Tom pegou de novo a taça de suco de abóbora.

O movimento atraiu a atenção de Avani, e seus olhos recaíram sobre Tom. A cor se esvaiu de seu rosto e ela parou em seus passos.

Avani mordeu os lábios, os dentes brancos e um levemente tortos afundando nos lábios vermelhos. O peito dela afundou quando ela respirou fundo. Tom sorriu contra a taça.

"Uh P- Professor Slughorn, você me chamou?", ela disse. Sua voz era igual ele lembrava. Um pouco profunda com uma pitada de mel.

"Sim, querida. Como foi seu inverno?"

As bochechas da garota tomaram uma cor avermelhada, enquanto ela lembrava o tempo que passou em Paris com Tom. "Uh, foi ótimo".

"Bom, bom. Estou feliz em ouvir isso. Eu vi você e pensei que deveria te apresentar a um velho amigo meu. Avani, esse é Tom Riddle."

Avani deu um sorriso forçado a Tom, antes de se virar de volta para Slughorn.

"Tom estava me contando que está interessado em entrar para o ministério. Então lembrei que você é filha do chefe do Departamento de Aplicação das Leis da Magia, e achei que seria bom se seu pai e Tom se conhecessem. Você se importa de conversar com ele, querida?"

Avani olhou de volta para Tom, um pouco de tristeza e raiva borbulhando nas íris escuras da garota. "Claro".

"Maravilhoso"

"Você vai nos dar aula, senhor?" Avani perguntou, e Tom olhou para ela surpreso, sem esperar que a garota se dirigisse a ele.

"Sim. O Sr. Hawthorn pegou uma doença e eu vou estar substituindo ele." Tom respondeu, largando sua taça de suco de abóbora pela metade.

"Aguardarei ansiosa pela aula de amanhã então", ela sorriu e sacudiu a mão para frente. As costas de sua palma tocaram a taça e suco se derramou pelo colo de Tom. Ela zombou com um suspiro de surpresa.

"Oh, eu sinto muito, professor." Tom riu consigo mesmo, chacoalhando a cabeça enquanto murmurava um feitiço para limpar suas calças.

Quando Tom olhou para cima de novo, Avani já estava de volta à mesa da sonserina, sentando agressivamente no banco ao lado de suas colegas.

Vai ser um ano bem interessante.

Moonlit (t.r)- Traduzido Onde histórias criam vida. Descubra agora