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| Maeve Fawley

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| Maeve Fawley.


O vento frio adentrava pelas janelas abertas.
Passos desesperados para trás, eu sentia o gosto amargo do meu próprio sangue em minha boca. Meus fios de cabelos bagunçados, minhas mãos trêmulas, o sangue quente corria por minhas veias de uma forma assustadora.

Os sons de gritos, vidros sendo arremessados, o som dos estalos ecoavam pela pequena sala. Não eram gritos de alguém qualquer, eram meus gritos. Não eram apenas estalos de vidros ao serem quebrados. Mas sim, das minhas costelas ao ser arremessada contra a parede de concreto.

O sangue não só corria por minhas veias. Mas sim, pelo meu maxilar, onde havia o sangue corrente de um corte feito ali na região. Minha respiração estava irregulada, meu coração batia forte no peito, enquanto meus olhos encontravam os dele...

Minhas mãos à procura de algo para servir contra, enquanto coisas eram arremessadas em minha direção. Não faltava pouco para não serem apenas aqueles malditos objetos que me machucassem. Suas próprias mãos;
Não faltava muito para serem as mãos dele que me machucassem.

— Pare! Nolann está no quarto ao lado. — Travei o maxilar, meus passos se encurtando.

— Eu disse para calar a maldita boca, Maeve — Gritou, rangendo os dentes.

Eu implorava para Deus. Sim, eu implorava para alguém que eu não acreditava, mas neste caso, eu faria de tudo para que isso acabasse. Para que essa tortura chegasse ao fim.

Antes mesmo das palavras saírem da minha boca... Um estalo, um estalo novamente ecoou pela sala. Não deu tempo de raciocinar, apenas senti a forte ardência em meu rosto, senti meu rosto queimar. Ele havia me dado um forte tapa no rosto, onde eu levei a palma da minha mão para acariciar.

Nesse momento, eu era apenas aquela estúpida garotinha ingênua. Com medo do próprio pai... Gritando aos prantos para ele parar de agredir sua própria esposa, para parar de agredir a "mamãe"

O "papai" que deveria ser meu herói, deveria ser aquele ótimo marido. Não agredir a esposa, não agredir a própria filha após o falecimento da esposa.

Meu corpo já não correspondia mais, já não o impedia que me machucasse. O som dos pingos de sangue indo de encontro com o chão, sujando o local, deixando o homem em minha frente ainda mais furioso.

— Limpe isso — Cuspiu as palavras. Me olhou de relance, não tinha remorso em sua fala. — Limpe tudo.

Por mais que eu desejasse gritar, desejasse o insultar e gritar aos prantos como eu o odiava, não tinha como. Eu estava paralisada, minha cabeça latejava, um nó parecia estar feito em minha garganta. Me impedindo.

Meus olhos pegavam fogo, eu cerrava meus punhos que roçavam ao chão frio, com ódio. Meus olhos apenas demonstravam tamanho ódio, ódio por eu não ser capaz de me levantar e o enfrentar.

𝐒̶𝐓̶𝐀̶𝐋̶𝐊̶𝐄̶𝐑̶ ̶𝐍̶𝐈̶𝐆̶𝐇̶𝐓̶ Onde histórias criam vida. Descubra agora