Capitulo 6

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Kelvin respira fundo após a saída de Ramiro. Foi muito dificil se manter assim tão firme diante da situação, mas ele não podia deixar aquela oportunidade passar sem tirar nenhum proveito.
- Eu atrapalhei alguma coisa? - Cacá questiona confuso.

- Não, você não atrapalhou em nada, mas me salvou mais uma vez.
- Eu posso saber porque? Você que fez o café?
- Foi eu sim, pode pegar.Então eu estava dando uma liçãozinha no Ramiro.
- Você por um acaso não... Não disse que eu e você...
- Eu não afirmei nada, mas também não desmenti.- Ele ri.
- kelvin só você mesmo. Espera ai, mas agora o Ramiro pensa que eu e você tivemos... Kelvin, pelo amor de Deus, eu não quero confusão com o Ramiro não.

- Fique tranquilo, o Ramiro não vai fazer nada contra você não. Até porque ele sabe que eu jamais o perdoaria se fizesse alguma coisa contra você ou contra qualquer pessoa que eu amo.
- Obrigada por ter me deixado dormir aqui ontem.
- Imagina, só não sei porque você insistiu em dormir no sofá.

- Bom dia meninos. - Kelvin se pendura rapidamente no pescoço de Cacá.
- O Cacá dormiu aqui foi? - Ela da uma risadinha.
- É ele dormiu sim e muito bem não foi Cacá? - Ele faz um gesto. Cacá retribui o abraço rapidamente.
- Claro, claro que sim. Bom agora que eu já tomei meu café eu preciso voltar para o salão.
- Nos vamos mais tarde?
- Claro, nos vemos sim. - Ele não sabe se deve dar um beijo de despedida ou não, mas Kelvin se despede apenas com um abraço caloroso.
- Não sabia que você e o Cacá estavam ficando sério não...
- Pois é, mas me conta, como foi com o Ramiro?
- O Ramiro é... um sonho. Ele é bruto, mas eu gosto dos brutos sabe. Ele tem um jeito assim... Como eu posso dizer? Um jeito diferente de apertar eu não sei...

- Ah certo, tudo bem, acho que eu já to sabendo demais sabe? Ainda é muito cedo e eu to cheio de trabalho, até mais Graci. - Ele sai rapidamente.
- Aquele cachorro sem vergonha se atreveu a apertar a Graci? Apertar! - Ele fala sozinho na cozinha. - E eu to aqui morrendo de ciumes como um grande idiota!
- Kelvin? Tudo bem?
- Eu to sim, Luana. É nada não. Aproveitando, você ficou sabendo aguma coisa de um sobrinho do Doutor Antonio que vai chegar?
- Sobrinho? - Ela parece nervosa.
- É sim, um sobrinho dele que parece que está vindo de São Paulo.
- Quem te disse isso?
- O Cacá me contou ontem, isso não teria relação com a conversa que o Ramiro teve com você naquele dia não né?
- Relação? Kelvin, os meus assuntos com o doutor Antonio você sabe muito bem que eu não posso contar nem para você.

- É eu sei que vocês tem muitos assuntos... Só que tem uma coisa que me assusta.
- O que?
- Meu ex namorado, Luana. Ele era de São Paulo e estava cursando agronomia...
- Imagina, Kelvin. Você namorou ele por muito tempo, se ele fosse sobrinho de alguem como o Doutor Antonio você com certeza saberia.
- Sim você tem razão, acho que eu estou muito impressionado com a ultima ligação dele sabe.
- Ele te procurou de novo?
- Com a graça de Deus não.
- Então se tranquilize, é obvio que ele está tentando te assustar. Você precisa é trocar de número.
- Já troquei mil vezes, mas ele sempre me acha. Vou procura fazer isso de novo.

- Tenho outra coisa para falar, eu estava querendo organizar uma festa aqui na boate, alguma coisa diferente sabe, como uma festa a fantasia, por exemplo.
- Eu amei essa ideia! Claro, podemos fazer acontecer.
- Ótimo então! Eu vou te deixar a frente da organização e do envio dos convites. Você faz isso para mim?
- Você sabe que é o que eu mais gosto de fazer não sabe?

Kelvi passa o restante do dia focado na organização da festa e com a elaboração dos convites, mas sempre tem um momento em que Ramiro lhe vem a cabeça e ele se lembra da expressão que ele fez quando Kelvin falou daquele jeito. Será que ele deveria ter sido tão duro? Talvez não fosse preciso fazer o Ramiro pensar que alguma coisa aconteceu. Ou talvez tenha sido bom, já que pelo jeito aconteceu alguma coisa entre ele e a Graci.

- Meninas, cansei. - Ele larga a caneta. - Passei o dia todo aqui, estou exausto. Vou dar uma volta.

- Pode ir, nós terminamos aqui. - Pior de tudo isso é que a Graci nem tinha culpa em toda essa história, ela sempre demonstrou interesse pelo Ramiro e ele é um homem solteiro, apesar de Kelvin odiar admitir isso, ele não podia negar o fato.

Kelvin caminha proximo as margens do rio tentando encontrar algum sentido em tudo aquilo que estava acontecendo. Seu ex namorado, o sobrinho do Doutor Antonio, a conversa misteriosa de Luana e Ramiro, o romance entre Ramiro e Graci... Tudo vinha em sua mente como um grande tornado.

- Meu Deus, eu preciso me concentrar e tentar esquecer.
- Deu pra falar sozinho agora foi? - Kelvin toma um susto.
- Que susto, Ramiro! - Ele volta a se concentrar no rio. - Tava me procurando é? - Kelvin provoca.
- Tava tomando um ar só.
- É eu também, mas eu já estou indo para não te atrapalhar.
- Não, não vai não. - Ramiro segura seu braço, mas Kelvin logo o solta.

- O Kevin, tem uma coisa aqui que não sai da minha cabeça e eu... Eu preciso conversa sabe?
- O que você quer, Ramiro? - Ele cruza os braços.
- Eu... Mai eu quero sabe se ocê... Se ocê ta memo lá com aquele caberereiro da purpurina.
- Porque você quer saber? Você já não tá lá com a Graciara?
- O Kevin para com isso...
- Paro não Ramiro! Você me fez acreditar uma coisa aquele dia lá no seu quarto que não era verdade e depois o que você fez? Apareceu chamando a Graci para sair. Como você queria que eu ficasse?
- Ocê ta ou não saindo com ele? - Sua voz fica mais firme.
- Que diferença que vai fazer para você hein? Me fala? - Ele se aproxima.
- Porque eu... Eu não quero pensa em ninguem apertando o meu Kevin que não seja eu. - Ramiro o puxa para perto de si.
- Ramiro, por favor... - Ele o aperta mais contra si. kelvin coloca as suas mãos sobre o seu peito.
- Você e a Graci...Vocês?
- Eu não tive nada com ela não.
- Mais ela disse sobre alguns apertões.. - Ele ri.
- Ocê ficou com ciumes é?
- Você é muito convencido mesmo né?
- Se ocê quer saber eu não gostei nada não de ve ocê com aquele caberereiro lá. Ocê ainda não esclareceu o que aconteceu viu seu Kelvin.
- Ué, mas você também não esclareceu nada sobre a Graci.
- O Kevin eu já disse que não aconteceu nada!
- Sei.
- Escuta aqui, oce podia ir lá hoje. - Ele fala baixinho. - No meu quartin sabe...
- Hoje? Eu não sei não...
- É, ocê podia ir lá a noite e a gente pode conversa, pode da uns apertão também...
- Apertão? Não sei não, acho que eu nem lembro mais como é esse apertão ai sabe.
- A não lembra não?
- Sabe que não?
- Mai eu vo faze ocê lembra bem se oce for hoje. - Como ele poderia resistir?
- Você não tem nenhum compromisso romântico com a Graciara hoje?
- Ela até queria, mai eu disse que hoje ia dormi cedo.
- Que bonito né Ramiro? Enganando a moça desse jeito...
- Ocê ainda não respondeu se vai lá hoje.
- Eu não deveria, mas eu vou. Só se você me prometer uma coisa?
- Lá vem ele com as promessa...
- Que você vai ser sincero comigo sabe? Que não vai fazer com que eu acredite em coisas que não são.
- Kevin...
- Se não prometer eu não vou, Ramiro.
- Eu prometo. Mai só pra ocê saber, o que eu falei lá aquele dia no quartinho é verdade. Eu não menti.
- Ah não?
- Não, eu ainda não sei fala assim direito sobre essas coisas não Kevin.
- Não tem problema não. Hoje a gente pode conversar melhor sobre... essas coisas que você sente sabe. O que você acha?
- Eu acho bom, eu acho bom memo. - Os dois ficam trocando olhares por um tempo, mas infelizmente os compromissos chamam.

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