Descobrindo o Amor

Capitulo 7

Kelvin mal conseguia disfarçar toda a sua excitação, o sorriso quase não cabia em sua boca. Ele sentiu novamente, sentiu que Ramiro estava está apaixonado por ele. Não era coisa da sua cabeça, não era uma coisa improvável.

- Nossa que passarinho que você viu, Kelvin?
- Eu vi a esperança, minha querida! Dessa vez eu acho que vai sair.
- O que vai sair?
- Nada não, esquece. Terminaram as coisas?
- Então, nós temos um problema na verdade.
- Que problema? - Ele senta.
- Não sabemos se deixamos o convite para o doutor Antonio La Selva ou não.
- Claro que sim. Não que ele venha é obvio, até porque a toda poderosa jamais iria vir aqui, mas é para causar a boa aparência entende?
- É exatamente isso! De forma nenhuma o doutor Antonio pode deixar de ser convidado para esse evento. O que vocês tem pra mim? - Luana senta no balcão ansiosa por novidades.
- Meu amor, eu pensei em mudarmos tudo aqui. Colocar mais brilho sabe, mais glamour, mais luzes...
- Só não esquece que para isso é preciso dinheiro né.
- Luana, se a gente quer fazer isso acontecer precisamos investir. É um risco!
- Então hoje a noite eu preciso que todos vocês se empenhem o maximo possível para conseguir arrecadar mais dinheiro.
- A gente está fazendo tudo o que pode, mas o movimente esses dias está bem fraco.
- Ah é? Então vocês vão sair andar por ai na cidade e convidar as pessoas para virem hoje. Vai, vai, vai! - Ela começa a empurrar as meninas das cadeiras. É um mar de lamentações.
- Kelvin, você fica. Preciso conversar com você.
- Comigo?
- Vai demorar? É que eu preciso fazer um bolo. - Ele fala baixinho.
- Bolo?
- É sim, é que hoje eu vou ter um encontro assim especial sabe, e eu quero agradar. - Ela sorri.
- É o Cacá?
- Não.
- Porque eu tinha que perguntar. - Ela vira de costas e vai em direção ao quarto.
- Não precisa se preocupar eu já tinha te falado.
- Kelvin, é o Ramiro de novo?
- É.
- Ele não estava saindo com a Graci, meu Deus?
- Pelo que eu sei não deu em nada. Porque você sabe de alguma coisa?
- Eu não, só sei que ela estava ai toda triste pelo cantos reclamando que hoje não podia sair com o Ramiro. Agora eu entendi porque, você é uma bicha sadafa!
- Eu? - Ele ri. - Ele me chamou para conversar eu não tenho culpa se deu um bolo nela para isso. Eu não fiz nada, estava queito no meu canto e ele foi me chamar.
- Certo, certo. Eu não quero me envolver na confusão de vocês. Eu só espero que você saiba o que está fazendo e por favor, não se meta em confusão com a Graciara.
- Sou um anjo. O que você queria falar?
- Essa festa precisa ser um sucesso, Kelvin. Eu já não sei mais o que fazer para arrecadar dinheiro nesse lugar.
- E se arrumassemos um patrocinio?
- Patrocinio?
- Sim, tem tanto fazendeiro ai.
- Acha mesmo que alguem vai patrocionar um bordel, Kelvin?
- Ei, ei, ei... Aqui não é nenhum bordel e eu acho que o primeiro passo para conseguirmos mais dinheiro é desmitificar isso.
- Você acha?
- Claro que sim, a gente poderia receber mais publico e apesar de eu achar isso rídiculo, as pessoas tem preconceitos com lugares desse tipo e você sabe. Podemos começar fazendo esses eventos e assim tentar receber um publico diferente.
- Pode ser uma boa ideia, Kelvin!
- As pessoas sentem falta de um entreterimento aqui em Nova Primavera, não tem muita coisa para fazer.
- Eu estou tendo uma ideia.
- Qual?
- Eu sei que você canta maravilhosamente bem.
- Ah pelo amor de Deus...
- Canta sim porque eu lembro que quando você chegou aqui cantava muito bem e depois parou. Resolvido, hoje a noite você vai cantar no palco.
- Eu? Hoje a noite?
- Sim, vai cantar ou trabalhar no bar.
- Tudo bem eu canto. - Ele bufa. Mas no fundo Kelvin estava animado com a possibilidade de cantar novamente.

Kelvin teve uma infância dificil. Ele sempre se identificou com artes, com dança, musica, mas sempre teve o preconceito instalado dentro de casa. Começou a estudar linguas pela insistencia dos pais e acabou no final das contas fungindo de casa para conseguir fazer o que realmente queria, dançar e até mesmo cantar. Varias vezes ele já se pegou pensando o que teria acontecido se seus pais o tivessem apoiado de verdade.