Capítulo 4 - Contato

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" Para Richard"

Era a única frase escrita no envelope.

- E essa máscara, oque significa isto? Digo com o envelope em mãos e olhando ao redor, para minha sorte não vejo nada nem ninguém, a rua está escura demais para isso. 

- Quem está ai! Grito como uma última tentativa de fazer com que o meu carteiro misterioso saia das sombras, e como resultado a única coisa que escuto é o barulho ensurdecedor do silêncio da rua vazia. 

Antes de entrar olho mais um pouco ao redor, mas continuo sem ver ninguém. Ao fechar a porta me dou ao luxo de tirar meus sapatos ao lado da porta e ir direto para a cozinha pegar um pouco de água e gelo, não esperava que o soco de Oliver fosse tão forte. 

Enquanto caminho no escuro pelo corredor até a cozinha passo em frente ao cômodo do meu escritório onde atendo meus pacientes, percebo que a janela está aberta e o carpete velho está molhado por conta da chuva, devo ter esquecido a janela aberta antes de sair com Oliver. 

Chegando na cozinha abro a geladeira e dou uma boa passeada com os olhos nela. 

- Preciso fazer compras. Penso. Nela só vejo três itens, uma lata de pêssego enlatado, uma garrafa de vinho pela  metade e um pote de comida apodrecido que já está lá a tanto tempo que começou a criar vida própria. Decido dar um fim aos breves micro-organismos que ali estavam se criando e pegar a garrafa de vinho.

- Urrrghhh, que nojo! Digo enquanto jogo a comida apodrecida no lixo. Então me dirijo até o meu armário e pego uma taça para colocar o vinho, após encher a taça dou um gole e sinto uma leve pontada na cabeça. 

- É, o gelo seria melhor. A dor me faz me lembrar do envelope, enquanto o encaro no balcão da cozinho termino de uma vez minha taça, o pego e também a garrafa de vinho e os levo para o meu escritório, preciso documenta-lo caso for de algum paciente, então muito mais prático fazer o mesmo já no escritório. 

Antes de sentar em minha mesa fecho a janela aberta e ligo a luz do meu abajur de mesa. Dou mais um gole no bico da garrafa e abro o envelope. 

- Uma carta.

"Das sombras surgem os espinhos do passado, não há mais rosas ou jardins floridos"

Oque significa isso? Penso comigo mesmo, uma brincadeira de mal gosto, uma piada, ou será Bary? São muitas questões para responder e eu não tenho as respostas, mas de uma coisa eu sei, se não for Bary, Oliver ou Olivia, mais alguém sabe do nosso passado.

FRAGMENTOS DE UMA PSICOSEOnde histórias criam vida. Descubra agora