Aos Domingos

8 3 11
                                    

EU PENSEI EM MUDAR, sobre colocar minhas patas na terra.

Eu não fiz.

Eu estava no território de uma alcateia estranha, tão longe de casa. 

Eu não sabia o que aconteceria se eu mudasse. 

Mesmo que eu não quisesse nada além de sentir a atração do lobo, não podia correr o risco de encontrar alguém que não sabia sobre lobos.

Os galhos das árvores bateram contra mim, o vento chicoteando através dos meus cabelos. 

Eu podia ouvir vozes de humanos e lobos atrás de mim enquanto eles me perseguiam, e tomei uma decisão em uma fração de segundo para avançar em direção ao som dos carros à frente. 

Parecia que havia uma cidade em algum lugar na minha frente, e se eu pudesse chegar lá, eles teriam que parar. 

Os lobos não teriam a chance de se expor a um grupo de humanos inocentes.

Não demorou muito para chegar ao pavimento. 

Um caminhão velho quase me atingiu quando saí para a estrada. 

Os pneus guincharam, e eu levantei minhas mãos na minha frente, o cheiro forte de óleo e exaustão assaltando meus sentidos. 

A grade do caminhão estava a menos de um pé de distância quando parou.

Uma mulher inclinou a cabeça pela janela. 

Os olhos dela estavam arregalados.

— Jimin? — ela arfou. — Que diabos você é...

Ela xingou enquanto eu passava correndo pelo caminhão. 

O motor guinchou quando ela jogou ao contrário. 

Olhei por cima do ombro para vê-la girando o volante habilmente, o velho caminhão chiando e gemendo enquanto girava, o cheiro de borracha queimando enchendo o ar.

Adiante, eu podia ver o contorno dos edifícios.

Uma cidade, como eu pensava.

Vi uma placa velha atrás das árvores, quase coberta de arbustos.

GREEN CREEK

As palavras estavam desbotadas.

Mas por baixo parecia uma adição mais recente, esculpida na madeira.

Um lobo, cabeça inclinada para trás em uma canção silenciosa.

Ao atravessar a linha da cidade, percebi que estava usando shorts e nada mais.

Não tive tempo de me preocupar com isso. 

Se alguma coisa, eu esperava que as pessoas vissem e acreditassem que eu estava sendo perseguido. 

Que eu tinha sido sequestrado e atacado. 

Ainda havia sangue na minha cabeça, embora a ferida tivesse fechado. 

Eu encontraria um policial, contaria a ele sobre as pessoas estranhas da casa no final da estrada de terra e depois descobriria o que fazer a seguir.

O problema com esse é o primeiro humano que me deparei disse: 

— Jimin? Puta merda, quando você voltou? Quando eles te encontraram?

Eu não tinha ideia de quem ele era. 

Ele estava em pé na frente de uma loja de ferragens, com uma vassoura nas mãos. 

Os olhos dele estavam arregalados.

Song of the Pack - Book 3 (Jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora