Os dias eram assim

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Como qualquer ômega quando um alfa impõe sua presença, me sentia ameaçado, com o instinto me dizendo para obedece-lo, me forçando a submissão, instinguindo à teme-lo, mas eu não faria isso, eu nunca me deixaria perder sem lutar antes, porque eu sabia que à partir do momento que eu me deixasse ser levado para baixo tão facilmente, não teria tantas forças para voltar, e talvez a cena começasse a se repetir. Não sei de onde tiro tanta força de vontade enquanto meu corpo está doendo, cada fibra está gritando, acho que é como dizem, não sabemos quanta força temos até que nossa única opção seja ser forte.

Os Dias Eram Assim



- Eu não vou cair nisso de novo! - Passei minhas mãos nervosamente na cabeça bagunçando meus cabelos loiros, enquanto andava de um lado para o outro naquele pequeno quarto de hotel após desligar o celular na cara da minha ex-namorada.

Ela se chama Hinata e é alfa enquanto eu sou um ômega, mas na verdade, se fôssemos julgados pelo modo de agir e se os sentidos de nossa espécie não fossem tão aguçados, todo mundo pensaria que era o contrário.

Ela era meu tudo, meu mundo girava em torno dela, na verdade, eu não consigo nem lembrar da minha vida antes dela. Começamos quando eu tinha quinze anos, e os nossos primeiros seis meses de namoro foi algo simplesmente mágico, até que descobri que Hinata tinha apenas um defeito. Ela não conseguia ser fiel. A primeira traição, ou pelo menos, a primeira que descobri, fora com meu primo Nagato, nem preciso dizer o quanto fiquei arrasado, o mesmo veio passar um final de semana na minha casa, aproveitamos que minha mãe não estava em casa e enchemos a cara, bastou virar as costas para levar algumas garrafas até a cozinha, quando voltei só conseguia olhar para a boca de Hinata colada a de Nagato. Hinata pediu perdão de joelhos, disse que me amava e colocou toda a culpa na bebida, e eu perdoei, acho que já estava encontrando desculpas para ela antes mesmo da própria pedir perdão; mas isso foi apenas o primeiro, depois veio um garoto chamado Kiba, jogador no time de futebol da escola. Peguei os dois se atracando dentro da biblioteca, Hinata disse a mesma coisa, com exceção da desculpa sobre a bebida, e então estava tudo resolvido entre nós outra vez. E assim vieram Yahiko... e agora Sho, que era o tema do nosso... Sinceramente, não sei em que número de término estamos, mas tenho certeza de uma coisa, pra mim já chega.

Recolhi minha carteira e saí daquele quarto onde havia planejado passar a noite inteira com ela.

Já havia pago para a noite, quando ela ligou e disse que não viria. Já imaginava o motivo, e pela primeira vez não doía, mas ainda queria ouvir ela confessar. Eu precisava para deixar isso para trás. Depois de uma pressão bem persuasiva, Hinata confessou. Ela sempre acabava confessando, não aguentava segurar nenhuma mentira por muito tempo. É uma das qualidades que vejo nela. Ela teria transado com o garoto chamado Sho. Hinata não conseguia transar comigo depois de ter feito isso com outro, ela apenas gostava de deitar e me abraçar, mas sabia que não iríamos fazer isso naquele hotel, então simplesmente não podia vir.

Dois dias se passaram e outra vez era segunda, no meu celular havia quinze mensagens não lidas e onze chamadas perdidas, apaguei sem ler e não retornei qualquer uma das ligações ou ouvi qualquer recado.

Acho que muito do que tinha por Hinata ela havia conseguido matar aos poucos, com cada furo, com cada vacilo, com cada traição.

Fico pensando, quem olha para aquela carinha angelical dela, nem imagina. Ainda hoje acordo com cara de confuso me perguntando, "Hinata me traiu com o Kiba? Como assim a Hinata?".

O pior é que vou ter que vê-la todo dia na escola, por pelo menos mais alguns meses do último ano de ensino médio.

Entrei na sala encontrando apenas metade da turma. Eu nunca chegava atrasado, aquela coisa de entrar na sala e ser o centro das atenções enquanto caminha até o seu lugar. Atenção é uma coisa a qual nunca fiz questão em ter.

Garotos EstranhosOnde histórias criam vida. Descubra agora