A Dor Da Perda

Final

    Quando já tinha passado seis meses que os gémeos tinham nascido, poderia dizer que estaria feliz, mas não era bem assim. Enquanto o caso relacionado ao atentado de assassinato de meu pai e meu tio que estiveram desaparecidos durante basicamente 20 anos não fosse resolvido de vez e os culpados presos, eu não me sentiria segura ou em paz. Afinal minha mãe ainda poderia estar viva e termos sido uma família feliz se não fosse pela ambição de algumas pessoas, que queriam ter mais poder e mais dinheiro do que poderiam controlar e por não poder deixaram que a inveja, a cobiça e a ambição se apoderasse da sua forma de ver a vida e desejar o mal para os outros, esquecendo - se por vezes da família.  

   Quando mais um mes se tinha passado finalmente recebemos boas noticias, os culpados finalmente tinha sido presos e iriam a julgamento brevemente. No entanto ia aproveitando o tempo para conhecer Rita a mulher que acompanhava meu pai e seria minha madrasta e Lucia minha irmã com 15 anos, pois ainda não tinha caído a fixa de que meu pai estava vivo e que tinha uma nova família.

Lucia a partida aparentava ser uma garota meiga e doce, pois não poderia esquecer que ela nasceu no meio do nada, numa ilha praticamente deserta a não ser pelo povo que vivia recluso da restante sociedade, que ditavam as suas próprias regras e viviam afastados de qualquer tecnologia, alimentavam -se basicamente do que pescavam, caçavam ou cultivavam. A única ligação com o exterior era pelo mar ou pelo ar, onde uma vez por mes eram largadas encomendas com medicamentos, como que uma vez só por vez o líder desse povo ia a ilha principal fazer os pedidos necessários. Sendo assim minha irmãzinha desconhecia o mundo exterior e isso fazia com que se escondesse e trazia a tona a sua forma de se comunicar ou de agir, algo que tive o maior prazer em lhe ajudar e ao mesmo tempo ter ela me ajudando com os gémeos.

   Estava triste por não ter minha mãe, nem minha tia ali comigo, mas para compensar estava iniciando uma nova etapa da minha vida, criando raízes, me acostumando a uma nova família e compartilhar - la com meu pai e criando minha propria família junto ao meu noivo e meus maiores tesouros, meus filhos.   

Apos mais dois meses o dia do julgamento finalmente tinha chegado e as penas foram bem pesadas:

 Sebastião Saraiva pegou pena perpetua, aparecendo enforcado en sua propria celo apos dois meses, talvez por outros presos a cumprir igualmente pena perpetua, que já não tinham nada a perder, que foram pagos por alguem e o cúmplice dele vinte cinco, pois sua família estava sendo ameaçada. 

A esposa de Sebastião ao se dar conta que a verdade tinha sido exposta, o facto do sogro ter abusado dela e de ter engravidado de Madalena, sua filha. Cometeu suicídio  . 

Madalena, o que poderei dizer. Madalena desde o dia da prisão do "pai" andou fugida, aparecendo durante o funeral de sua mãe, onde fez um escândalo e começar a gritar. Foi levada do local a força e apos um diagnostico medico, diagnosticada com transtorno de personalidade. Sendo internada em um hospital de doentes mentais. 

Finalmente tudo ficou em paz.

Mas!

Eu não estava ainda preparada para regressar a Portugal, afinal Italia era o pais de nascença de meu pai e era ali que estava e morava a maioria de minha agora, adquirida família. 

Eu ainda estava vivendo o que parecia ser um sonho. Um dia tinha estava o que parecia revivendo o passado, onde esperava ansiosamente pela noiva no altar "Madalena" e ela não chegava, sendo me entregue uma carta, onde ela pedia desculpas, mas que não estava preparada para se casar e muito menos para ser mãe, dai tinha abortado "matado" o filho que carregava em seu ventre. Meu filho ou não, era o meu sonho ser pai.

Apos ter conhecido Ana Sofia meu mundo que tinha ficado escuro, preenchido de dor e tristeza, voltou a ter cor e alegria. Nunca mais foram sombrios. Ela era o meu raio de sol, meu calor e minha força, era quem eu precisava ao meu lado. Menina mulher, por mais obstáculos que ela tenha passado, conseguia sempre ultrapassa-los; crescer sem pai, perder a mãe e a tia muito cedo e depender de outros para sobreviver e mesmo assim conseguiu seguir em frente e não se abalar.

Muitos talvez achem que nossa relação evoluiu rápido de mais, mas independente de tudo o que passei, desde o momento que conheci Ana Sofia eu soube que "she" ela era a mulher da minha vida.

A minha guerreira e pensar que quase a perdi, principal esta ultima vez onde fiquei completamente sem chão a pensar que minha vida tinha acabado, tudo por causa de alguem  do meu passado, infelizmente com nome e sobrenome, Madalena Saraiva, sem sequer imaginar a maldade, crueldade e a mente criminosa que estava por detrás. Tudo por causa de uns malditos terrenos.

Quando soube da verdade foi um alivio poder provar minha inocência e meu amor por Ana Sofia, sabia que não seria facil devido a forma como tudo tinha acontecido. Descobrir que o pai de Madalena afinal era seu irmão, pois seu pai tinha abusado da nora e dai nasceu Madalena foi um choque, que ele andava desviando dinheiro da empresa e que o pai de Ana Sofia descobriu e o ameaçou, dai ele ter tentado matar ele e todos os que iam no avião com ele naquele dia, inclusivo meu tio, pai de Kyara e ainda armar para cima de mim atraves da "filha" para chegar a empresa, realmente ele merecia ficar preso para o resto de sua vida ou pior.

Foi uma grande supressa descobrir que o pai de Ana Sofia e todos os que o acompanharam naquela viagem afinal tinham sobrevivido a queda do avião ao lado de uma pequena ilha perto da Grecia que nem vem no mapa e que os únicos que morreram foram infelizmente o piloto e o co-piloto. Mas minha maior supressa foi quando cheguei em Italia, depois de ter descoberto seu paradeiro atraves de Miguel seu primo, que tambem foi quem veio ter comigo e me contou todas as maldades e atrocidades que Sebastião Saraiva havia cometido.

Ver Ana Sofia de novo foi como respirar o primeiro ar da manha, chegar mesmo a tempo de assistir ao nascimento de meu filho não! meus filhos, minha princesinha e meu príncipe e que tudo o que havia acontecido tinha ficado para trás e que estávamos preparados para iniciarmos uma vida juntos. Ainda no hospital a pedi em casamento e a resposta que recebi não foi a esperada, mas tudo tinha seu tempo. Eu podia esperar um pouco mais ate Ana se sentir bem e os gémeos poderem  viajar para nos podermos casar em Portugal.