Two.

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No capítulo anterior...

Eu pensei que você estivesse dormindo. 

-E eu pensei que você não fugisse de perguntas, parece que estamos enganados. - Ele ajeitou-se novamente sob o colchão, utilizando um dos cotovelos como apoio para que conseguisse visualizá-lo melhor, mas ainda parecia desconfortável. 

Ganhando uma exclamação de supressa em troca, puxara-o para si. Estava com as costas contra a maciez da espuma e com o peso do ruivo sobre seu quadril. Se controlou ao máximo para que seu amigo irracional não se animasse com o ruivo ajustando-se ao novo lugar. Suas mãos que anteriormente prendiam a cintura do rapaz, subiram para as coxas dele, movimentando-se sob a pele parcamente desnuda apertando-a de leve em alguns pontos. Nunca se tocaram ou estiveram em tais circunstâncias, mas tudo parecia natural.

-Eu não estou fugindo. - Seja lá o responsável por aquilo, agradecia imensamente ao criador dos shorts que o ruivo utilizava. 

-E eu não estava dormindo... - As mãos do garoto apoiaram-se em seu abdômen traçando com os dedos as saliências resultantes da definição muscular que o esporte lhe concedera. -E qual seria a resposta? - Ficou tão entretido com os dedos dele passeando pelo local que nem se tocara do que ele perguntara. Ciente disso, o ruivo beliscara um pedaço de sua pele para chamar-lhe a atenção. -O que eu estou fazendo com você?

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-Coisas...

O ruivo ajeitara-se novamente sobre seu colo. A expressão dele não mudara quando fizera isso, mas não acreditava que ele estivesse alheio de sua situação. Respirou fundo. 

-Por que não me diz? - O ruivo questionara mais uma vez naquela noite. Queria dizer-lhe que acreditava estar perdidamente apaixonado e que por mais que o outro o odiasse por nutrir tal sentimento, não poderia negá-lo mais. 

E que tentara, oh céus como tentara esquecer toda aquela história, mas era impossível. Porque toda vez que o via o seu coração descompassava e quando se encontravam em quadra acreditava que não havia outro lugar para estar. E que em todas as noites antes de dormir, olhava para ele repousado em seu peito e sentia-se completo. 

Não havia como fugir de algo assim,

Sem se dar conta, Kagami embrenhou-se em sua vida e em seus pensamentos, tornando-o dependente de um simples gesto, um sorriso, até mesmo uma discussão, qualquer coisa que pudesse o manter por perto. 

Nunca entendera ou se dera o trabalho de compreender as analogias e metáforas relacionadas ao amor e as paixões, talvez porque nunca havia vivenciado algo que se assemelhasse a tal sentimento. Mas conviver com Kagami era permanecer com a sensação de estar submerso sem se afogar. 

What you do to me? - (aokaga story)Onde histórias criam vida. Descubra agora