capítulo 2

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love can go out like a cigarette
- Tv girl.

— Marco... Marco corre aqui – Sussurrei olhando para o garoto no outro lado da sala,  me vejo em uma situação chata,  onde tinha uma criança dando depoimento sobre uma agressão vista,  vejo Clarice conversando com ela , seu tom rude e agressivo muda para um tom falso de bondade.

— Porra,  mais uma? Quantas reportagens sobre agressões doméstica a gente vai ter que escrever , se ninguém se importa?

— Marco , iremos escrever quantas necessárias for , a vida de várias mulheres estão em jogo,  isso só por causa de outro ser humano.

— Olha para ela Dal, nesses pequenos olhos , ela só quer tentar entender a situação,  me sinto mal sabendo que vou ter que tirar e escrever sobre crianças com situações difíceis.

Olho para a criança,  tão pequena e indefesa,  olhava para Clarice pedindo trégua,  suas pequenas mãos trêmulas vão a sua perna , em uma tentativa de se encolher em si mesma.

— Vamos ajudá-la.

Não escuto a resposta de Marco e dou um passo a frente , sentindo meu cabelo se embolar em meu rosto, sinto um pequeno desconforto em ver a pequena garotinha com lágrimas em seus olhos, com seus lábios trêmulos.

Aquela visão me lembra de quando eu era criança e minha mãe me batia sem piedade , suas mãos voavam em meus cabelos , meus olhos e meu sentimento sobre isso, e apenas dor guardada e medo, medo de isso acontecer novamente.

— Bom dia – Digo sentindo uma dor saindo da minha garganta. Clarice me olha se mexe com cuidado.

— Morgan essa é a nossa escritora Dalilah,  ela vai conversar com você para coletar informações ok? – Ela mal espera a menina responder e logo sai dando um tchau com a mão levemente. Olho para Marco e Marco me olha.

— Sinto muito pelo comportamento daquela moça,  eu serei legal prometo.

— Tia.... minha mãe vai ficar bem? – Não consigo olhar nos seus olhos com lágrimas, fico em silêncio por um tempo, escuto apenas a respiração de nós três na sala. Tento puxar minha audição para o barulho do lado de fora , que parece um pássaro a voar de sua gaiola.

— Olha Morgan, iremos ajudar sua mãe no que der , só que primeiro você tem que nos ajudar.

— Ajudar?como?

— Preciso que me diga tudo que você ouviu e viu... iremos passar isso para o advogado da sua mãe,  aí podemos ajudar em uma futura audiência.

Eu realmente sentia sua dor , no passado eu já fui aquela menininha que fica com os dedos inquietos esperando sua mãe,  mas o problema é que minha mãe nunca sumiu.

— Bem... posso começar as perguntas?

— Pode.

— Então.... como sua mãe é seu pai se chama?

— Elis e William, tenho um irmão chamado Lucca.

— Você é o Lucca são próximos? Pode nos dizer mais sobre ele?

Ela dá uma pausa e me olha meio confusa,  tentando chegar a uma resposta certa , sua respiração para e volta com rapidez.

— O lucca,  tem dezoito anos , ele estuda em um colégio em Paris,  não é uma das melhores,  mas é um ótima.

— Hum, então qual é sua idade?

— Tenho doze.

Anoto tudo no meu caderno, e olho para o Marco que está na ponta da sala , seis anos de diferença,  anoto aquilo no meio da folha , e penso em uma pergunta importante.

Adorada pelo diabo Onde histórias criam vida. Descubra agora