love can go out like a cigarette
- Tv girl.— Marco... Marco corre aqui – Sussurrei olhando para o garoto no outro lado da sala, me vejo em uma situação chata, onde tinha uma criança dando depoimento sobre uma agressão vista, vejo Clarice conversando com ela , seu tom rude e agressivo muda para um tom falso de bondade.
— Porra, mais uma? Quantas reportagens sobre agressões doméstica a gente vai ter que escrever , se ninguém se importa?
— Marco , iremos escrever quantas necessárias for , a vida de várias mulheres estão em jogo, isso só por causa de outro ser humano.
— Olha para ela Dal, nesses pequenos olhos , ela só quer tentar entender a situação, me sinto mal sabendo que vou ter que tirar e escrever sobre crianças com situações difíceis.
Olho para a criança, tão pequena e indefesa, olhava para Clarice pedindo trégua, suas pequenas mãos trêmulas vão a sua perna , em uma tentativa de se encolher em si mesma.
— Vamos ajudá-la.
Não escuto a resposta de Marco e dou um passo a frente , sentindo meu cabelo se embolar em meu rosto, sinto um pequeno desconforto em ver a pequena garotinha com lágrimas em seus olhos, com seus lábios trêmulos.
Aquela visão me lembra de quando eu era criança e minha mãe me batia sem piedade , suas mãos voavam em meus cabelos , meus olhos e meu sentimento sobre isso, e apenas dor guardada e medo, medo de isso acontecer novamente.
— Bom dia – Digo sentindo uma dor saindo da minha garganta. Clarice me olha se mexe com cuidado.
— Morgan essa é a nossa escritora Dalilah, ela vai conversar com você para coletar informações ok? – Ela mal espera a menina responder e logo sai dando um tchau com a mão levemente. Olho para Marco e Marco me olha.
— Sinto muito pelo comportamento daquela moça, eu serei legal prometo.
— Tia.... minha mãe vai ficar bem? – Não consigo olhar nos seus olhos com lágrimas, fico em silêncio por um tempo, escuto apenas a respiração de nós três na sala. Tento puxar minha audição para o barulho do lado de fora , que parece um pássaro a voar de sua gaiola.
— Olha Morgan, iremos ajudar sua mãe no que der , só que primeiro você tem que nos ajudar.
— Ajudar?como?
— Preciso que me diga tudo que você ouviu e viu... iremos passar isso para o advogado da sua mãe, aí podemos ajudar em uma futura audiência.
Eu realmente sentia sua dor , no passado eu já fui aquela menininha que fica com os dedos inquietos esperando sua mãe, mas o problema é que minha mãe nunca sumiu.
— Bem... posso começar as perguntas?
— Pode.
— Então.... como sua mãe é seu pai se chama?
— Elis e William, tenho um irmão chamado Lucca.
— Você é o Lucca são próximos? Pode nos dizer mais sobre ele?
Ela dá uma pausa e me olha meio confusa, tentando chegar a uma resposta certa , sua respiração para e volta com rapidez.
— O lucca, tem dezoito anos , ele estuda em um colégio em Paris, não é uma das melhores, mas é um ótima.
— Hum, então qual é sua idade?
— Tenho doze.
Anoto tudo no meu caderno, e olho para o Marco que está na ponta da sala , seis anos de diferença, anoto aquilo no meio da folha , e penso em uma pergunta importante.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Adorada pelo diabo
Romance"Eu adoro você, como adoro o diabo, você e ele são tão comuns. Sinto no seu sangue , na sua pele o quão ruim você é, mas eu adoro isso , adoro a ruindade" Dalilah e uma jovem que vive sozinha na cidade da Califórnia, ela trabalha em uma empresa...