Anti-heróis

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O dia amanheceu, e por um momento Mal desejou que não o tivesse.

Primeiro dia de aula em uma escola de bonzinho, o típico de caos que Mal adoraria, mas eles precisavam se manter em Auradon, e em qualquer tipo de erro, duvidava se não os expulsariam no mesmo momento.

Mal se levantou em outro despertar do alarme, não soube exatamente qual era, mas Evie já estava pronta, Mal no entanto... A noite anterior ainda a incomodava, ele a incomodava.

A contragosto ela foi até o banheiro, enquanto tomava banho pensava no que seria a primeira aula do dia, para o restante da semana sempre seria aula da bondade com fada madrinha, e o que seria exatamente aula da bondade?

Qual opção de não trancar um bebê em uma torre ou não amaldiçoar? Que tal não colocar veneno no cálice de vinho do rei?

A ideia em si era patética, duvidava que a prática seria algo além de tediosa.

Evie brilhava no azul, que combinava com tudo em Auradon, Mal estava o oposto, uma cor parecida a ameixa seca e um verde musgo.

Havia poucas pessoas nos corredores, a aula de bondade era sempre a primeira aula do dia.

Encontraram Jay e Carlos esperando próximos as escadas, assim que terminava o corredor dos dormitórios femininos.

Juntos seguiram até a sala que seria a aula.

Fada Madrinha ainda não estava presente, porém, alguém estava sentado no que seria a última carteira da sala.
Carlos não se lembrou de tê-lo visto em alguma das redes sociais.

Todos ficaram em silêncio, não podia ser um descendentes dos vilões, podia?

Eles não o reconheceram de qualquer forma, até que caminharam pelo corredor, e da mesma forma que o quarteto virou o rosto para encarar o do rapaz, ele também o fez.

- Tão nariz empinado, Mal – a voz suave não transparecia medo e nem rancor, parecia familiar, até demais, de qualquer forma ele debochou, o sorriso de canto indicava familiaridade além do que Mal tinha com o trio de amigos...

Os cabelos castanhos escuros, quase um preto sobre a testa, leves ondulações quase beirando ao cacheado.

Mal franziu o cenho, memórias antigas vierem.

- DYLAN! – Mal disse de uma forma quase histérica, enquanto sorria ele se levantou sorrindo, o abraço foi tão espontâneo que fez os três amigos se encararem se entender.

O garoto era mais alto que Mal, com músculos como o de Jay, a pele beirava ao bronzeado, e os olhos que fitaram o topo da cabeça de Mal, era da cor de uma cascada de chocolate.

Quando ela se afastou, ele pode encarar os olhos mágicos da baixinha.

Tantos anos... tantas histórias...

Ah, ele desviou os olhos para os outros três.

- Sou Dylan, primeiros anos na Ilha e adotado por Aladdin e Jasmine ainda quando criança – ele ofereceu a mão em um aperto para Jay, que apertou firme, se dirigiu a Carlos ao cumprimento, e ao chegar em Evie, ao lhe estender a mão, ele lhe fez uma curta reverência e beijou as costas da mão dela.

- Eu gosto dele – ela olhou para a dupla caótica ao seu lado, sorriu ao voltar novamente para Dylan, se apresentando.

- O antigo castelo... - Carlos tentou reencontrar a memória. Não era somente por Ben que Mal não quis que o quarteto morasse, era por conta das lembranças de Dylan.

- Sim – ele sorriu – Era minha antiga moradia. Eu e Mal éramos bem próximos, de certa forma, melhores amigos – ele olhou para a de cabelos roxos que ainda estava encostada em seu braço. – É claro que ela teve que se contentar na amizade, já que eu não quis nada com ela – ele disse em tom divertido e brincalhão e até mesmo convencido.

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