Loredana

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"Sem chance!" Loredana disse com uma voz severa, levantando as mãos defensivamente. "De jeito nenhum vou fingir ser sua namorada. Não só porque sou seu médico, San, principalmente porque não vou encorajar suas mentiras. Não."

"Lory, vamos lá. Estou te implorando aqui, ok? O que devo fazer? Sério, preciso que você faça isso por mim" Santana implorou desesperadamente, balançando a cabeça com o fato de que ela havia se metido nisso. situação totalmente confusa em primeiro lugar.

"Eu vou te dizer o que fazer - você vai ligar para Brittany, dizer a ela que mudou de ideia e que quer falar com ela. Sozinho." O jovem médico olhou Santana diretamente nos olhos. "E então você se encontrará em algum lugar tranquilo e explicará tudo. E verá que ela entenderá e você poderá finalmente ser honesto com ela."

Santana continuou balançando a cabeça.

"Achei que poderia contar com você..." ela murmurou com os dentes cerrados, sua mente disparada. As pessoas obviamente estavam certas quando disseram que mentir sempre causa problemas. Mas funcionou por muito tempo. Por mais de um ano. Ela não ia deixar tudo explodir agora.

Ela pegou o telefone e folheou sua lista de contatos. Ela precisava de uma mulher que estivesse desesperada o suficiente para bancar seu par. Alguém que ela pudesse pagar. Alguém que Brittany não conhecia.

Santana levantou-se da cadeira, sem sequer olhar para Loredana enquanto se dirigia para a porta.

"Santana, o que você está fazendo?"

A outra mulher ainda estava com os olhos fixos no display do telefone enquanto segurava a maçaneta, sem se preocupar em responder à pergunta da outra mulher.

"Santana, sério, não torne isso mais complicado do que já é. E me faça um favor e pare de se estressar tanto, você precisa descansar um pouco, não gosto de ver você assim -"

A porta foi fechada antes que Loredana pudesse terminar a frase. Santana estava descendo as escadas correndo, já enviando mensagens para ex-colegas de trabalho aleatórios, amaldiçoando o fato de que ela e Brittany eram tão próximas que basicamente conheciam as mesmas pessoas.

Quanto mais pensava nisso, mais percebia que estava num beco sem saída. Foi ridículo. Foi cruel.

Ela havia contado muitas mentiras inocentes (e não tão inocentes) em sua vida, principalmente para seu próprio benefício, mas isso era ruim, até mesmo para ela. O que começou como um plano para proteger a mulher que ela amava estava se transformando em um ato enorme que seria impossível manter vivo para sempre. Mas por que ela simplesmente não cancelou? Por que ela não podia ligar para ela, pedir desculpas, dizer que eles deveriam parar de se ver? Ela digitou o texto cinco vezes e o apagou. Cinco vezes ela tentou apertar o maldito botão enviar e dizer ao ex que não ia dar certo, mas sempre foi incapaz de fazê-lo.

A verdade é que Santana se sentiu viva novamente pela primeira vez e isso a aterrorizou. Brittany a lembrou da época em que sua vida ainda era perfeita. Quando sua vida era tudo o que ela poderia ter esperado.

Agora que sua vida começou a desmoronar e lentamente escapou de suas próprias mãos, ver Brittany virou seu mundo de cabeça para baixo. Ela queria ser altruísta. A amante altruísta, poupando a namorada da dor de perdê-la. Fazia total sentido. Mas o altruísmo se transformou em egoísmo, a necessidade egoísta de se apegar ao sentimento que ela teve naquele maldito café. A sensação de estar cercada pela pessoa que ela ainda amava, de estar perto dela numa época em que toda a sua existência parecia totalmente sombria e sem sentido. A vida estava uma merda. Ela odiou isso.

Então, novamente - e se algo como o destino existisse? E se fosse seu maldito destino encontrar Brittany naquele salão? Talvez alguém estivesse lhe enviando um sinal, tentando dizer que ela tinha sido tola por tentar superar isso sozinha?

Absence of fearOnde histórias criam vida. Descubra agora