the truth

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"Eu sabia..." Amber murmurou, rolando a página que ela estava procurando a noite toda. Ela sabia que estava certa o tempo todo. Ela estava convencida desde o início de que algo estava estranho.

A mulher que sorriu para ela na tela tinha cabelos escuros, enormes olhos castanhos, um sorriso amigável e vestia um macacão branco de médico. Mesmo nome. Mesma cidade. Tinha que ser ela.

Amber realmente não sabia o que fazer com as informações recém-descobertas. Ela realmente não conhecia Santana, não conhecia essa pessoa para quem ela estava olhando e não tinha ideia de por que Santana inventava tais mentiras em primeiro lugar - tudo o que ela sabia era que sua namorada estava mentindo. Isto não era aceitável. Ela não aceitaria isso, não deixaria essa pessoa machucar Brittany duas vezes.

Ela bebeu os últimos pedaços de vinho da taça, recostou-se na cadeira e pegou o telefone.

"Acredite em mim agora?" foi tudo o que ela digitou ao abrir o aplicativo de texto. Em seguida, ela adicionou o link para o perfil web de Loredana à mensagem antes de apertar o botão enviar.

Âmbar suspirou. Ela realmente sentiu pena de Brittany. Sua namorada era simplesmente boa demais para este mundo, ela desejava que as pessoas finalmente parassem de tirar vantagem disso.

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Santana estava sentada na varanda, observando o nascer do sol, abraçando as pernas na frente do peito. Ela deixou o queixo repousar sobre os joelhos para se apoiar, um cobertor enrolado nos ombros para protegê-la da brisa fria do outono.

Ela se sentia em paz nesses momentos. Senti-me de alguma forma conectado aos últimos pedaços de beleza deste mundo.

Não ter que usar peruca pela manhã a fazia se sentir livre. O vento roçando a pele de seu pescoço, causando arrepios em seus braços.

Não havia muitas coisas pelas quais Santana achasse que valia a pena viver, mas esses momentos lindos e tranquilos faziam parte das raras exceções. Isso a fez querer fazer coisas bobas. Coisas que ela costumava fazer quando era pequena. Como calçar as botas de borracha vermelhas com grandes bolinhas brancas e correr pelas folhas caídas, pular nas poças, coletar castanhas para levar todas para casa. Essas eram lembranças felizes. Despreocupado. Seria bom reviver alguns deles, sentir um pouco daquela inocência infantil.

Depois, quando estava exausta de tanto correr, pular e rir, ela voltava para casa e se aquecia, se livrava das roupas encharcadas e enlameadas, vestia o pijama mais confortável e preparava um chocolate quente com chantilly extra. creme. Talvez ela fizesse muffins. Toda a cozinha, até mesmo a sala, cheiraria a massa recém-assada. Cheiraria a casa.

Ela sentava com aqueles muffins e assistia desenhos animados. Alguns desenhos do Pato Donald, talvez, com Chip'n'Dale.

O pensamento a fez sorrir e ela enrolou o cobertor mais perto do corpo, escondendo o rosto entre os joelhos.

Santana não sabia se estava triste por sair daquele lugar. Ela percebeu que, uma vez que ela fosse embora, isso não importaria mais. Ela simplesmente desapareceria e tudo ficaria bem. Foi pior para as pessoas que ficaram para trás, muito pior.

Muitas vezes ela tentou imaginar como se sentiria se a situação de Brittany e a dela tivessem sido invertidas. Como ela lidaria com uma vida sem Brittany, uma vida onde ela perderia a namorada para alguma doença terrível. O pensamento por si só tinha sido quase horrível demais para aguentar e Santana sabia que ela era ainda mais forte que Brittany. Brittany vivia em um lugar feliz. O mundo sempre foi lindo aos seus olhos. Quem era ela para tirar isso dela?

Santana respirou fundo, inalando o ar puro e fresco para deixá-lo encher seus pulmões.

Ela estava assustada. Por que ela ainda estava com medo? Que iria doer? Morrer? Não. Ela não tinha mais medo da dor, já tinha experimentado o suficiente disso nos últimos meses.

Absence of fearOnde histórias criam vida. Descubra agora