Ter um amigo desde a infância, é como ter um coração fora do corpo. Ter crescido ao lado de John lhe dava esta sensação, a de que o coração dele se torna a o seu, cada vez que ele pisava em campo. Você o amava, era inegável. Infelizmente não dá maneira que ele tanto desejava, mas da maneira suficiente.
Mais um dia em que você se apresenta no CT na Barra. Com um caderno na mão, e fones de ouvido, se senta na arquibancada do campo enquanto escuta a matéria de sua faculdade de direito. Com um amigo tão encrenqueiro quanto John, sempre almejou ser uma ótima advogada. Ele, sempre almejou ser um jogador de futebol. Agora os dois realizavam seus
sonhos, e ainda permaneciam juntos.
Em seu interior, John morria de medo da hora que você encontrasse alguém pra valer. Não se importava muito com os meninos que você volta e meia beijava, não. Mas odiava imaginar a hipótese de você se apaixonar de verdade por alguém à ponto de esquecê-lo.
Já você, não ligava, e já estava até acostumada, em vê-lo toda semana com uma nova garota. Loira, morena, tinha para todos os gostos. John era absurdamente eclético quando se tratava de mulheres. Não pode mentir dizendo que nunca havia se imaginado ao lado dele, pois já havia. Inúmeras vezes. Passara a adolescência inteira apaixonadinha por ele, guardando aquele sentimento à sete chaves. Mas... Você havia crescido. E o sentimento havia passado.
John gostava de te ter alí. Gostava de olhar para o lado e te ver sentadinha, volta e meia observando o camisa 9. Se sentia importante, o ego amaciado. Julgo até que dava seu máximo triplamente para poder te impressionar. Gostava dos elogios depois: "uau, 'cê foi tão bem!", ou "aquele passe foi muito foda, você é o mais pica". As borboletas voavam pelo estômago do atacante cada vez que recebia um elogio teu. O sorriso ocupava um espaço no rosto jovial, o rubor denunciava sua vergonha.
Pudera, John era apaixonado por você desde que se entendia por gente.
- Ei! Bebel! - escuta a voz tão conhecida por ti. Tira um dos fones, e encara John em sua frente. Suado, e sorridente. - Treino vai acabar mais cedo hoje por conta do jogo amanhã. Quer ir pra casa ou quer comer alguma coisa?
- Ô, meu amor, eu até queria sair, mas amanhã de manhã vou ter teste, e é melhor estudar. Só passei aqui pra te ver e te desejar boa sorte mesmo. - você sorriu quando John desfez-se em desânimo.
- Chata 'pra caralho, hein. Então marca aí 'pra eu tomar um banho, que aí te levo em casa pelo menos. Você não precisa pegar uber.
- Chato 'pra caralho é você. Só vou esperar porque... - e te deixa falando sozinha. Ele sendo ele.
Na volta ao vestiário, era comum que Alexsander e Guga encarnacem em John. Ele de fato não ligava. Gostava das zoações sobre ele secretamente ter algo com você, novamente, o ego subia nas alturas. Não negava, deixava que pensassem que realmente tinham algo lá no fundo. Esse era o erro dele, acreditar demais em suas próprias mentiras.
- Voltei. - você estava encostada em uma pilastra mexendo no celular. Os materiais da faculdade já guardados dentro da mochila, apenas esperando-o.
- 'Cê demorou.
- 'Tava ficando cheiroso pra tu, né. - a risada debochada de John, vem salpicada de meias verdades.
- Ah, me erra. - você o empurra de levinho.
Ele realmente estava cheiroso.
🐻- Tem certeza que não quer um Mc Donalds? - a voz de John soa baixa, no carro fechado onde só se escuta a saída da brisa do ar condicionado.
- Não.
- Quê?
- Não tenho certeza. - diz bem humorada. Ele sorri.
- Bora comprar, nem que a gente coma no carro rapidinho.
Existe um estudo que diz ser basicamente impossível dizer não à ele. Você acata, e vão juntos comprar um lanche. Lanche ele que ele não deveria comer, então compra só pra ti. Se contenta em roubar um nugget, e algumas batatas.
- 'Tá entregue, neném. - diz ao estacionar no apartamento que dividia com seus pais, e seu irmão mais novo no Jardim Oceânico.
- Valeu, neném. - você dá um beijinho na bochecha dele, e sai do carro mastigando.
Naquele momento John odiou gostar de você. Odiou ter que te deixar em casa sem receber um beijo, odiou não poder entrar 'pra ficar deitado vendo série com você. Odiou não poder segurar sua mão. E mais ainda: se odiou por sentir tudo aquilo.♡
oi, gente! sou nova no wattpad, não entendo direito como funciona as coisas por aqui, então tenham paciência pf, 🫶🏻
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝙗𝙚𝙩𝙬𝙚𝙚𝙣 𝙡𝙤𝙫𝙚 𝙖𝙣𝙙 𝙝𝙖𝙩𝙚 - e. pulgar; j. kennedy
FanficHá uma crença popular que diz que o amor e o ódio andam juntos. Pelo menos em seu coração, o ditado se confirma; se vê entre o novo romance com um flamenguista, e a velha provocação de seu melhor amigo tricolor.