Crueldade

27 6 0
                                    

[ Autora: De antemão digo que não sei muita coisa sobre exército ou guerra, mesmo assim acho um tema interessante de ser escrito. Darei meu máximo na escrita do livro, espero que gostem! ]

┈ ┈ ┈ ⋞ 〈 ⏣ 〉 ⋟ ┈ ┈ ┈

O frio do metal fazia minha pele se arrepiar mesmo com luvas, lembrar que sem elas o frio que sentia com a estação se mesclaria com perfeição, fazia meus pelos se erguerem. Mas isso não era nada comparado ao arrepio de ouvir cada vez mais perto gritos de socorro ditos pelo alheio, meus olhos mal se fechavam pois suas vozes me atormentavam até em sonhos perfeitos, os pesadelos já eram mais lúcidos do que no início e isso me distanciava cada vez mais da humanidade. Se o frio externo podia matar facilmente, então as armas faziam os corpos virarem gelatina.

A lucidez voltou a mim quando desajeitadamente acertei o martelo em meu dedo por descuido, não era de botar a "mão na massa", apenas era um cientista inventor, mas com as recentes perdas fui obrigado a virar um artesão. A dor foi amenizada pelas unhas de aço que próprio inventei, absorvendo maior parte do dano mas não totalmente, o que me fez rapidamente agitar os dedos para a dor passar e voltar ao trabalho com concentração total, estávamos fazendo manualmente uma nova arma que um dos outros cientistas havia criado, no qual os superiores achavam que seria eficiente para combater nossos inimigos.

Mas na mesma se havia tantas falhas que nem me dei o trabalho de anotá-las, era perceptível que ele era um iniciante total na arte da projeção de até mesmo armas brancas. Mas não podia reclamar, ser forçado a algo valendo sua cabeça se ter uma mínima coisa errada ou fora do planejado era uma grande aposta à sua vontade de sobreviver contra o perfeccionismo cientista, consertar erros de planejamento era algo incluso nas analogias científicas e cálculos de invenção. Não saberia dizer ao certo qual de minhas duas partes internas venceria se minha cabeça fosse apenas um bônus colocado como 50% de erro e 50% de acerto na escala de porcentagem dos superiores, levar um tiro ou facada seria algo fácil de se sobreviver dependendo de onde for e por tanto, minha vontade de sobreviver guerrearia com o perfeccionismo científico.

No final das contas, se não pudesse sobreviver ao hoje saberia que minha parte perfeccionista ganharia esta luta, mas claro que no atual momento sobrevivência vinha em primeiro caso. Mal sabia dos outros países à fora, descobrir ou conhecer novos materiais era meu maior objetivo desde formada a noção do que queria desbravar, o imenso e infindável mundo científico no qual era com quase total certeza de que não iriam abolir tão cedo. Sabia disto exatamente pois a evolução do mundo não iria para frente sem a ciência, seja por sobrevivência com antídotos ou armas que facilitam a colheita de seus objetivos, nada mudava tão cedo naquele mundo.

─ Wingfield, terminou sua parte? - em tom autoritário, um dos oficiais superiores do pelotão veio até mim seguido do cientista cujo havia projetado aquela arma.

─ Está nos ajustes finais - respondi sem demora, não só este superior como outros também não gostavam de enrolações, sempre ir direto ao ponto quando lhe dirigiam a palavra foi algo que aprendi por conta própria desde que me recrutaram contra a minha vontade.

Embora não me debatendo ou reclamando em frente a eles na época, meu corpo gritava palavras sem sonoridade dizendo que aquilo era necessário para a sobrevivência devido às armadilhas dos soldados de guerra planejadas milímetro a milímetro, forçando todos a se renderem e unindo-se ao obscuro ou morreriam em qualquer lugar em que estivessem. Enquanto minha cabeça girava em torno de pensamentos indizíveis que ainda tenho sobre a repulsa, ódio e injustiças, taxando-os como monstros e ironicamente, ao mesmo tempo me levando para me tornar um dos monstros que tanto falava mentalmente.

─ Se apresse, o amanhecer está próximo. - deixando-me martelando as últimas peças que antes estava fazendo, o superior deixou meu lado e caminhou para ver os outros soldados trabalhando nas partes principais da arma.

「 ᴘʀɪɴᴄᴇ ᴏғ ᴛʜᴇ ᴜɴᴅᴇʀᴡᴏʀʟᴅ 」Onde histórias criam vida. Descubra agora