Aquele calango que eu vi
Saindo da terapia
Me trouxe lembranças dos dia
Que na infância vivi
Brinquei, briguei e esqueci
De quem brincava comigo
De quem já chamei de amigo
Agora nem quero memória
Dos personagens da história
Daquele meu eu antigoUm golpe de nostalgia
Me paralisou e eu ri
Daquele calango que eu vi
Saindo da terapia
Com os pés no chão eu sorria
Enquanto a mente voava
E male e mal eu lembrava
O trilho, o muro, o vagão
O fosso, a praça, o galpão
As ruas onde eu vagavaNem foi eu que desisti
Talvez apenas mudei
Com tudo que hoje eu sei
Mais vale a mim é fugir
Como o calango que eu vi
Saindo da terapia
Pois eu não me conhecia
O tanto que me conheço
E sei que eu não mereço
Tal tipo de companhiaEu os desenhei na escola
Em mais de uma ocasião
Me desdenharam do pão
Vieram me pedir cola
E eu nem beijo nem bola
E eu corri, me escondi
(Igual o calango que vi
Saindo da terapia)
Ao toque da campainha
Ao som da corda a zunirHoje quero distância!
Prefiro ser solitário
A me parear com otário
Movido a ódio e ganância
Que julguem minha arrogância
Mas saibam que eu queria
Dizer, sem falsa alegria,
Pra tais pessoas sumi!
Igual o calango que eu vi
Saindo da terapia
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Poemas
PoesieMinha primeira forma de expressão foi através de poemas. Há tempos não cometo um. Vou passar a postar aqui alguns antigos para tentar recuperar a inspiração.