capítulo 2: pesadelo

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  Depois que o John foi colocado em um hospício - assim que recebeu alta do hospital -, meus pais nem os dele tocaram no assunto novamente.
Eu vou te matar.
– Tchau, mãe, pai. Vou para minha consulta semanal com Jackie. - digo, enquanto faço carinho em Chester antes de sair.
  – Ela disse que hoje não poderia atender ninguém, o marido morreu ontem a noite - disse minha mãe.
  Não está vendo seu marido morto do seu lado?
  Eu tentei avisá-la.
  – Ah, que triste, deve ser uma perda e tanto para ela.
  – Realmente, uns dizem que ele sofreu um acidente, outros que foi assassinado.
– Em qual das duas você acredita mãe?
– Sinceramente, nenhuma.
  "Ele não morreu, de onde você tirou isso?"
  Pobre Jackie, mas não há nada que possa ser feito agora, pessoas morrem.
  – Que tal você ir à escola hoje Lili?
Está bem mãe.
Era um dia onde a chuva castigava as pessoas; céu escuro; sons de trovões e clarões de relâmpagos.
Quando cheguei na escola não era nada estranho. Era normal. Normal até de mais.
  Diversos alunos conversavam durante a aula.
  – Bom dia, alunos. - disse um homem, diretor? Professor? Quem era ele?
  – Dia. - falo baixinho
  Coloco meus fones de ouvido e fico observando a chuva. Fecho meus olhos, começo a imaginar como as coisas seriam caso não fossemos aquele parque...
  – Grande erro Lili. Grande erro
- ouço uma voz rouca e grave. - Você sabe o que fez, não pode voltar atrás.
É tarde de mais. Estou de volta aquele parque.
  – Trevor! Gael! - eles não me escutam.
  – Que tal reviver isso Lili?
  Ele... É ele... Aquela coisa...
  – Por que você está aqui!? Você destruiu minha vida, Monstro.
  A criatura deu uma risada.
Monstro? Pobre Lili... Eu apenas estava me divertindo um pouco, você também lembra?
  – Não sei o que está falando.
  – Apenas relaxe, vim só conversar com você.
  – Então perdeu seu tempo. Não tenho nada a conversar com você, e também não quero ouvir o que tem a dizer.
  Ele ri novamente.
  – Ah Lili, acha mesmo que tem escolha? Vamos fazer assim: conversamos e eu te deixo sair dessa ilusão. Ou recuse novamente e aproveite o espetáculo, feito especialmente pra você, Lili.
  – Já disse. Não.
  – Que pena... Aproveite, talvez mude de ideia.
  – Não vou.
  A criatura sumiu tão rapidamente quanto apareceu. Ando pelo parque seguindo Trevor, Gael, eu... Tem mais alguém, mas quem? Ah, John.
  Em um piscar de olhos, vejo os corpos de Trevor e Gael - já sem vida. - vejo John correndo.
  Por que ele está correndo? me perguntando. Ah, agora faz sentido. Me vejo ao lado dos corpos, suja de sangue.
Como não vi isso antes?
  – Gosta do que vê, Lili?
  Ele...
  Uma onda de arrependimentos e culpa me atinge. Fico de joelhos em frente minha _eu_ mais jovem, próxima aos corpos.
  – Pronta para ouvir o que quero dizer, Lili?
  – Fala. Fala e vai embora! Me deixe em paz! - olho fixamente para mim mesma.
  – Bom, pra começar; não achei que iria te convencer tão facilmente, você pareceu estar tão decidida; sim, eu usei você e matei seus amigos através de você; estou te acompanhando desde seu nascimento, sempre estive por perto, é ótimo ver você passar por isso; não vou parar, você também não.
  Olho para e criatura. Está sorrindo.
– Talvez eu pare.
– Não vai, não pode.
– Eu vou matar você.
– Estarei esperando esse momento - o sorriso sumiu. - Até breve, Lili.
  Quando a ilusão da criatura acaba - ou espero que tenha acabado -, as aulas terminaram.
  Voltando para casa, estou decidida de uma coisa: talvez ele tenha razão.

  Tiro os sapatos, sento no sofá, Chester não está por perto. Frustrada, pego o celular, então a notícia...

  "Homem é assassinado, a polícia local está investigando o ocorrido, acreditam se tratar de uma confusão. Mas há apenas um grande corte no corpo da vítima. Quase dividindo-a ao meio. A única pista é um bilhete escrito com sangue: Eu te avisei"

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