My Cursed Life

Capítulo 3: HPRA

Estou decidida. Eu vou matar esse ser. Mas como? As chances não são favoráveis, ele pode me matar facilmente se quiser, ou quem sabe me torturar com o passado...
Meus pais estão trabalhando até mais tarde hoje, então estamos apenas Chester e eu em casa. Infelizmente isso me faz pensar nas palavras daquela criatura, no que me fez passar, fazer... Meus amigos estão mortos, o sangue deles estão em minhas mãos, sou a culpada. Aos dez anos, matei o cachorro do meu tio, com 13 meus amigos... mas agora, aos 15, o que está por vir? Ele não vai parar.
Chester lambe minha mão.
- Ah, Chester, obrigada por me fazer companhia.
Ele mia.
Passo minha mão sobre suas costas. Ele ronrona.
- Preciso descobrir uma forma de matar aquela coisa, mas não sei como. Ninguém iria acreditar, Jackie não compareceu ao trabalho durante três semanas, a morte do marido a afetou muito.
Ele.
- Eu vou me arrepender disso não vou, Chester?
Meu gato olha fixamente para mim. Sim. é isso que aquele olhar diz.

Abro a porta. Paro por um momento, viro e vejo Chester me olhando do sofá.
- Pode revirar a casa Chester, só não morre. - fecho a porta, preciso falar com John, ele pode ter tentado me matar, mas é a única pessoa com quem posso falar no momento.

A rua está movimentada, seria fácil um acidente acontecer. Frio. É isso que sinto, mesmo com meu moletom. Não havia necessidade de me arrumar muito, usei algumas roupas que costumo usar quando saio em uma noite como essas; uma camisa cinza claro, uma calça, moletom e tênis escuros. O hospício onde John foi colocado é o "Hospital Psiquiátrico para Recuperação Adolescente." Ou HPRA. John está lá a cerca de um mês, depois daquele susto e tentativa de homicídio. Infelizmente, a pancada na cabeça não foi o suficiente pra evitar isso. Penso. Mas e se ele souber de alguma coisa?
Como se fosse possível, ele tentou me matar por causa do Trevor e Gael - além do cachorro que era de seu pai.
- Fazendo uma caminhada noturna enquanto pensa no que John fez, Lili? O que pode dar errado? - digo pra mim mesma.

Quando chego ao HPRA, ele tem uma aparência de novo, deve ter no máximo 8 anos.
- Quero falar com uma das pessoas que foi mandada ao HPRA. - digo.
O funcionário pega um papel, uma caneta, coloca na minha frente e olha o celular.
- Nome do visitante, motivo da visita e nome do paciente.

Pego o papel;
Nome: Lili.
Motivo da visita: ver e conversar com uma pessoa que quase matou meus pais e eu.
Nome do paciente: John.

Entrego o papel. O funcionário da uma risada rouca.
- Boa sorte, você vai precisar. - diz.
- Eu me viro.

Ando até o quarto 27, há uma parede um telefone na parede, porque uma parede com uma janela pequena, qual torna possível ver apenas o rosto separa os visitantes.
Me apoio na parede, pego o telefone e ligo.
- Adivinha quem é John? Eu, Lili. Seu babaca.
- O que você quer, idiota? - diz.
- Você morto, mas tenho problemas maiores. - digo
Ele ri
- Por acaso... também quero você morta.
- Você tentou, e olha onde foi parar.
- Ah, Lili, talvez eu consiga o que quero, ou você consiga.
- Mas não é por isso que vim aqui.
- Então qual o motivo?
Hesito.
- Eu vejo uma criatura, ela anda me seguindo... Fala comigo. Me faz reviver aquele dia. - digo, ouvindo o silêncio no telefone.
- E eu que estou em um hospício.
- Eu não tenho nada haver com você estar aqui ou não. Por mim teria te matado.
Silêncio.
- Olhos amarelos/ Tormento aos fracos/ Destino ou morte/ Sangue por toda parte. - diz.
- Não sabia que você fazia versos.
- Tem um jeito... Se quer matá-lo.
- John, me conta isso agora - digo, mas ele fica em silêncio. - Me conta, como vc sabe e como posso matá-lo?
- Você não é a única que ele persegue. Você precisa de um...
- O tempo de visita acabou. - o funcionário avisa, interrompendo John.
Desligo o telefone e olho John pela pequena janela, ele dá um sorriso.

Não consegui tirar aquelas frases da minha cabeça.

"Olhos amarelos/ Tormento aos fracos/ Destino ou morte/ Sangue por toda parte."

De uma coisa eu tenho certeza: algum de nós vai morrer.