011. ⸺ distrações

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Narrador

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Narrador

AO OUVIR A VOZ SERENA DA CRIANÇA, Estela tentou se acalmar respirando fundo, mas ao confrontar o casal, tudo pareceu desandar.

⎯ Théo, já disse para você não se afastar de mim. - repreendeu tensa, encarando o pequeno escondido entre suas pernas.

A garota sentia um nó na garganta, um eco persistente de lembranças que a assombravam. O peso do passado, antes adormecido, emergiu abruptamente, desencadeando uma torrente de emoções tumultuadas. Ela tentava manter firme, mas as marcas invisíveis do tempo não podiam ser ignoradas.

O olhar penetrante de Rizzi, cheio de curiosidade, intensificava a atmosfera carregada. Cada segundo parecia prolongar o suspense, enquanto a garota se via diante da encruzilhada entre a coragem e a fragilidade. A realidade, agora diante dela, cobrava um tributo emocional que ela mal podia suportar.

No silêncio tenso, palavras não ditas pairavam no ar, ecoando a distância entre o que foi e o que poderia ter sido. Rizzi, com olhos perspicazes, tentava decifrar os vestígios do passado nas expressões que oscilavam em seu rosto.

⎯ Tem que tomar cuidado com ele, é uma criança muito esperta - disse a mulher, fitando ambos.

Estela, ao notar a voz familiar, se viu momentaneamente atordoada, sua reação limitada a um sutil aceno e um sorriso forçado, evitando um contato visual mais profundo. Antes que pudesse articular uma resposta, foi convocada para retirar o pedido, sua mão segurando a de Théo enquanto se dirigia ao balcão, tentando ocultar as pernas trêmulas, e dirigindo um sorriso gentil à mulher que entregava o sorvete ao seu filho.

Enquanto segurava a mão de Théo, Estela lutava contra a onda de emoções que ameaçava inundá-la, resistindo ao impulso de deixar as lágrimas rolarem em público. Com o garoto agora nos braços, ela caminhou em direção ao estacionamento, forçando uma normalidade que sua mente tumultuada mal podia sustentar.

Ao chegar ao carro, a rotina de ajeitar o filho no banco de trás tornou-se um ato mecânico para encobrir a tempestade emocional que a consumia. Sentada ao volante, seus dedos batucavam freneticamente, uma expressão de dor se manifestando em seus olhos marejados. A morena, esforçando para manter a postura, dirigiu-se ao banco da frente, onde as lágrimas ameaçavam romper a frágil barreira emocional que ela tentava erguer.

⎯ Mamãe, por que você está cholando? - indagou a criança com inocência, observando a mãe com olhos curiosos.

⎯ Não é nada, meu amor. A mamãe só está com muita dor de cabeça, tá bom? - explicou Estela, omitindo a verdade. A criança assentiu, voltando sua atenção ao sorvete, enquanto a mulher perdida em seus pensamentos tumultuados, seguiu o caminho até em casa, mergulhada em um mar de reflexões não ditas.

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⏰ Última atualização: Apr 12 ⏰

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𝐅𝐄𝐄𝐋𝐈𝐍𝐆𝐒. Yuri Alberto Onde histórias criam vida. Descubra agora