O Guardião - SPIN-OFF DE "OS QUATRO ELEMENTOS" [CONCLUÍDO]

Capítulo 6: Bruxa Natural

Vallery Hills, New York
      03 de janeiro, de 2023
05:00 AM

Respiro o ar fresco dessa manhã de Terça-feira e agradeço por estar feliz, viva e com saúde. Descruzo minhas pernas e fico olhando o nascer do sol, é tão bonito e deslumbrante que não dá vontade de parar de olhar, mas eu preciso trabalhar e o senhor Murphy odeia a atrasos.

Faz pouco tempo que eu me mudei para New York com a minha avó, infelizmente só era nós duas depois que meus pais sofreram um acidente de carro na tempestade climática mais intensa da Turquia quando eu tinha dez anos. Minha vó me falou que o tempo estava muito pesado para viajar naquele dia, mas meus pais eram teimosos, então ela só exigiu uma coisa, que me deixasse com ela.

Minha vó sempre foi mística, daqueles senhoras que é conectada com cristais e cartas de tarot, mas não é só ela. Nossa família veio de vários ascendentes na bruxaria natural, e ninguém ousou sair dessa prática até hoje. Minha vó desde que era adolescente praticava Wicca e me ensinou e me moldou tudo que eu sei e sou hoje, uma bruxa natural, grande admiradora da deusa mãe.

Por isso, nossa casa é um pouco afastada da área urbana de nova York, com bastante plantas e verde ao redor. Não era grande, mas era o suficiente para mim e para a minha vó, tinha cinco cômodos: cozinha, sala, banheiro, e dois quartos que eram meu e dela. Todo revestido de madeira rústica, plantas e cristais para todos os lados (todos os lados mesmo), incenso de lavanda na porta de casa e em cada cômodo também, e um filtro dos sonhos também na porta de entrada e em cada porta dentro de casa.

Assim que eu tomei banho, coloquei minha roupa que era uma saia verde, uma blusa social também dessa cor e um saltinho da mesma cor, eu adorava colocar roupas na mesma paleta de cores e odiava estampa. Eu sempre seguia a linha das cores do arco-íris e esse dia pediu um limão verde. Tirei meu cabelo da toalha ainda um pouco úmido e decidi secar, já que ainda estou dentro do horário 

—Savinha?— Escuto batidas de leve na porta e logo depois minha vó entra e sorri para mim, ela só me chama assim —Já acordada? 

—Bom dia vó, e sim, eu não queria me atrasar no primeiro dia de trabalho— Continuo secando o cabelo olhando para o espelho à minha frente.

—Certo, já agradeceu pelo dia de hoje e pela sua saúde?— Eu assinto com a cabeça. —Muito bem, eu vou fazer um chá para você antes de ir— Ela fecha a minha porta e eu sorrio de leve.

Eu amava a minha avó, sempre fez o máximo possível para me criar depois da morte dos meus pais, mesmo sendo difícil para nós duas por causa da perda dupla. Minha vó não tem doenças alguma, é super saudável e muito diferente de todas as avós que eu conheço.