Capítulo 5: Eu seria o vilão

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Jacarta, Indonésia
20 de fevereiro, de 2003
05:00 AM

Eu corro pela floresta perdido, olhando para os dois lados sem saber onde estou e em que direção eu estou indo

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Eu corro pela floresta perdido, olhando para os dois lados sem saber onde estou e em que direção eu estou indo.

A besta continua bufando e rugindo atrás de mim, em alta velocidade para me pegar. Ela tinha olhos vermelhos e dentes completamente afiados, andava de quatro igual uma fera, um animal no qual não tem origem e nem raça conhecida.

Quando eu chego no fim da floresta, com um grande penhasco sem saída, a fera finalmente me alcança, me dominando e eu não vejo nada, apenas escuridão.

Acordo assustado, como todos os dias desde que eu comecei a sonhar com esse bicho desconhecido, e sempre que eu acordo eu tenho a mesma sensação de sempre. Desconforto, ansiedade e medo.

Olho para o relógio e estava na hora de me levantar para ir à escola, pelo menos eu não precisava de despertador para isso.

Me levanto e já escuto a televisão ligada em volume baixo, minha mãe novamente passou a noite naquele sofá assistindo bobagens. E mais um dia tudo seria a mesma coisa, ouvir xingamentos de manhã, e me virar para ter o que comer à tarde e à noite.

~∆~

—Claro, eu prometo não contar, até porque não é como se eu tivesse vários amigos para espalhar— Edward dá de ombros, e eu confio nele, me conhece desde criança.

Mas se eu contar, será que ele vai mesmo continuar sendo meu amigo?

Minha mente é corrompida desde muito tempo, minha criação não foi uma das melhores quando você é a ovelha negra da família, mesmo sendo apenas um bebê. Meus avós? Tios? Primos? Ninguém nem sequer falava comigo, se afastaram como se eu fosse uma verdadeira praga, uma lepra contagiosa, um vírus altamente contaminável, meus pais eram os “únicos” que me mantinham por perto, mas eu sei o motivo disso, “decidiu parir, agora leva o fardo de criar”.

Meu pai nunca esperei nada verdadeiro vindo dele, já que ele não amava nem mesmo a minha mãe, porque agressão não é amor para mim (nem sequer sei se existe amor). E ela mesmo assim não enxergava, e agora ela também me odeia por salvar a vida dela.

Edward Murphy. Eu tenho inveja dele, quer dizer, ele também não tem muita coisa mas tem pais juntos e que não odeiam ele tanto quanto minha mãe me odeia. E ele é inteligente, presta atenção em tudo, é todo certinho, e com certeza tem o futuro mais brilhante que o meu, mais perfeito que o meu.

Porque não vejo outra alternativa no meu futuro além de deixar de existir, talvez essa seja a solução dos problemas de todo mundo ao meu redor, se eu deixasse de existir. Se isso fosse uma série amadora de televisão, eu seria o vilão.

O Guardião - SPIN-OFF DE "OS QUATRO ELEMENTOS" [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora