Próprios métodos

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Sasuke sentiu a cabeça latejar durante a manhã seguinte.

O relatório dos especialistas dizia que o jutsu de Sakura consistia em controlar pessoas através do sangue, mas não foram capazes de explicar como isso era possível. Por um lado fazia sentido, já que praticamente todo jutsu de marionetes que conheceu era movido por linhas de chakra, enquanto o dela, apesar de manter controle sobre os outros, não tinha qualquer ligação aparente com as linhas de seus oponentes. Por outro, parecia algo totalmente absurdo de se cogitar.

Sasuke havia designado uma pequena equipe de especialistas da inteligência para trabalhar naquele caso e descobrir quem e quais eram as intenções da recém prisioneira, mas não obtiveram bons resultados. Havia uma barreira que os impedia de prosseguir por muito tempo no mesmo espaço que a consciência dela. Algo que dificultava o trabalho de Ino e de seus subordinados.

Esse foi um dos motivos que o fez agir. Ele a colocou no domínio de seus genjutsus, implantou cenários perturbadores para amedronta-la, mas também não obteve nada além do que os relatórios diziam. Era como se Sakura escondesse seu passado a sete chaves. A desgraçada protegia a origem daquele jutsu mais do que protegia a própria vida, isso o irritava.

O latejar em sua mente disparou novamente, então Sasuke largou o relatório sobre a mesa e se concentrou em outra pilha de documentos mais simples. Gaara estava lhe cobrando as fichas de inscrição para o torneio chunin daquele ano e precisava entregar tudo até o final do dia — Ruivo miserável. Ele se arrependia profundamente de ter cedido Tenten para ajudar o Kazekage em sabe-se lá o que no país da areia. Aquele cara irritante não merecia qualquer tipo de gentileza de seus subordinados.

Resignado, ele pegou as fichas para conferir se estava tudo certo antes de envia-las através de seu falcão. A paz e o foco, entretanto, foram perdidos assim que ouviu uma voz familiar berrando do outro lado da porta.

— Sasuke, seu pau no cu arrombado do caramba, por que ameaçou rebaixar meu salário justo na frente da minha Deusa? Ela ficou de mau humor e não parou de resmungar o quanto você é ingrato. Fiquei sem transar ontem à noite por sua causa, desgraçado. — Naruto invadiu seu escritório sem sequer ser anunciado. Ele parecia realmente furioso, como quando eram jovens e brigavam por qualquer coisa. Entretanto, o Hokage não poderia se importar menos com toda aquela irritação.

— Por acaso você não o básico sobre educação, idiota? — Sua voz e sua expressão eram sinônimos de repreensão naquele instante.

— Não desconversa não que eu tô puto com você. Por que ameaçou cortar meu salário seu vigarista dos infernos?

— Se não quer ter um corte de salário então deixe minha vida pessoal em paz, dobe. Não é tão difícil, até uma criança consegue entender isso. — Reafirmou o que disse a noiva de Naruto, apenas para o caso dele não ter entendido direito.

— O que eu não entendo é essa sua vocação pra celibato tendo tanta mulher gostosa caindo aos seus pés, isso é que eu não entendo. Qual o problema de sair e conhecer alguém? — As palavras de Naruto eram altas e desgrenhadas como sempre, elas transmitiam toda sua revolta no momento. Não só com a ameaça ao corte de salário, mas também com o descaso do Uchiha com a vida pessoal. Deixa-los esperando na churrascaria no dia de seu aniversário foi muita mancada.

— Não estou interessado. E caso você não tenha notado, tenho trabalho a fazer, não disponho de tempo a perder com bobagens. — Gesticulou para a pilha de documentos em sua mesa, para confirmar o que dizia. Automaticamente o Uzumaki fez uma careta descontente.

— É por essas e outras que eu pulei fora dessa merda enquanto era tempo. — Murmurou num tom que beirava o alívio e lamento. Ele abriu mão da responsabilidade de ser Hokage quando conquistou o reconhecimento que sempre sonhou. Obviamente continuava protegendo a vila com tudo o que tinha, mas sem a parte burocrática de ser um Kage. Isso foi talvez a coisa mais esperta que Sasuke já o viu fazer. — Escuta cara, o trabalho não vai te aquecer no inverno, nem te preparar uma sopa quentinha ou fazer amor quando você chegar em casa, entendeu? Eu só quero que você pense um pouco no seu futuro, você se esforça demais pela vila e negligencia sua vida pessoal.

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